PPGEDU - Mestrado (Dissertações)

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    Educação infantil e antirracismo a partir de uma autoetnografia feminista negra.
    (2023) Silva, Ana Carolina Santos; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Sacramento, Cristina Carla; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Sacramento, Cristina Carla; Torres, Marco Antônio; Santana, Patrícia Maria de Souza; Silva, Joselina da
    O presente trabalho tem como objetivo apresentar como a educação e os percursos de formação constituem uma mulher negra emancipada e comprometida com a transformação social a partir da Educação das Relações Étnico-Raciais na Educação Infantil. A metodologia é construída a partir de uma pesquisa autoetnográfica feminista negra (Silva; Euclides, 2018; 2019; 2021; 2022). As autonarrativas apresentam trajetórias que vão desde a infância na cidade de Divino, município do interior da Zona da Mata de Minas Gerais, à atuação como Educadora Infantil Negra a partir das experiências enquanto uma jovem mulher negra em Viçosa, cidade universitária da Zona da Mata de Minas Gerais. As autonarrativas se alternam entre o “eu” e o “nós”, explicitando as diversas formas de como o racismo e todos os seus desdobramentos estão presentes na trajetória de autodefinição e formação da identidade profissional. Acredita-se, a partir deste lugar de Educadora Infantil Negra Antirracista, na urgência de se trabalhar com as infâncias e na importância das culturas e identidades negras sistematizadas em pautas de luta pelos Movimentos Negros para possibilitar às crianças experiências (hooks, 2019) condizentes e significativas, considerando a infância em sua inteireza e buscando o seu bem viver no agora. No entanto, nessa trajetória pode haver reproduções de padrões que dão voz a uma narrativa e silenciam outras. Desse modo, colocamo-nos a pensar: “Quais narrativas têm voz na Educação Infantil dentro dos ambientes escolares? E quais são silenciadas?” “Quais as fontes das vivências que as educadoras negras e não negras trazem e reproduzem no ambiente escolar com os bebês e as crianças?” “De que forma práticas antirracistas podem ser inseridas no cotidiano?” A análise das experiências permitiu verificar como as vivências durante toda essa trajetória de formação dialogam com outras apresentadas pelo campo teórico e, a partir disso, como podem vir a ser ressignificadas em aprendizados e possibilidades de engajamento em uma transformação social antirracista. Além, as experiências trazidas apresentam diversas nuances que podem contribuir para o avanço das reflexões teóricas no campo da Educação das Relações Étnico-Raciais e de práticas antirracistas na Educação Infantil.
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    Acompanhamento escolar em famílias populares : estudo em bairro vulnerável de Ouro Branco - MG.
    (2022) Gomes, Marcella Tomelline Alves; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Paixão, Jairo Antônio da
    A pesquisa teve o objetivo de investigar o acompanhamento escolar em famílias populares em uma escola localizada no município de Ouro Branco – MG. As questões que orientaram a pesquisa foram: Quais as formas de acompanhamento escolar desenvolvidas por famílias moradoras de um território socioeconomicamente vulnerável? Como estas famílias se relacionam com a escola de seus filhos? O objetivo geral do estudo foi investigar como se desenvolviam a participação na escola e o acompanhamento parental na vida escolar dos filhos em famílias moradoras de um território de alta vulnerabilidade social. Como objetivos específicos, definimos: a) construir o perfil sociológico das famílias dos estudantes matriculados nos anos iniciais do ensino fundamental (1o ao 5o ano) na escola investigada; b) elaborar um mapeamento da vulnerabilidade social do território em que a escola investigada está localizada; c) investigar as práticas de acompanhamento escolar desenvolvidas pelas famílias pesquisadas. A pesquisa foi desenvolvida com uma metodologia qualitativa com aplicação de um questionário a 150 famílias usuárias da escola do bairro, dividido em duas partes, sendo a primeira parte direcionada aos aspectos socioeconômicos das famílias pesquisadas e a segunda parte aos aspectos da relação família-escola e dos modos de acompanhamento familiar da escolarização. Como resultados da pesquisa tivemos que as famílias, embora dispusessem de poucos recursos econômicos e culturais, valorizavam a escola e participavam da vida escolar dos filhos, desenvolvendo práticas de apoio escolar que contribuíam, ao menos em parte, com a permanência das crianças na escola. A maioria das famílias exercia algum tipo de controle sobre a vida diária das crianças, por exemplo, controlando as saídas dos filhos e as atividades realizadas no tempo livre. Mais de metade das famílias disponibilizava algum tipo de material de leitura para os filhos em casa, embora estes materiais estivessem restritos a jornais e revistas, por exemplo. De modo majoritário, as famílias pesquisadas davam algum tipo de apoio às tarefas escolares dos filhos, acompanhando a realização das tarefas de casa ou delegando a outros membros da família tal incumbência. As famílias investigadas conheciam, em alguma medida, o desempenho escolar dos filhos e estavam cientes das dificuldades encontradas por eles no processo de escolarização. Grande parte das famílias investigadas costumavam ir à escola dos filhos com certa frequência, embora, para uma parte destas famílias, este tipo de participação estivesse condicionada à convocação feita pela escola para reuniões ou outros eventos. Em suma, as famílias pesquisadas, embora vivessem em precárias condições socioeconômicas, vislumbravam para os filhos uma trajetória escolar longeva, ou seja, tinham expectativas de escolarização relativamente altas e participavam, dentro de limites sociais, culturais e econômicos, da vida escolar dos filhos.
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    Sob o “accidente da côr” : a trajetória do Padre José Antônio Marinho entre a sala de aula e os espaços políticos.
    (2023) Bernardes, Douglas de Araújo; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Fonseca, Marcus Vinícius; Nogueira, Vera Lúcia
    A visão tradicional da historiografia imprimiu uma imagem de submissão e marginalização à população negra no Brasil. No campo da História da Educação, os estudos sobre a educação da população negra estiveram, por muito tempo, nessa tendência de redução do negro à escravidão ou aos espaços marginais, negando sua participação ativa e consciente na formação do Brasil e na constituição da educação brasileira. Porém, esse quadro foi ganhando outras cores a partir das últimas décadas do século XX, com trabalhos de Marcus Vinícius Fonseca, Sueli Carneiro, Surya Aaronovich Pombo de Barros e tantos outros através dos quais podemos conhecer a história do negro no Brasil a partir de outras perspectivas. Nesse sentido, a presente dissertação objetiva analisar a trajetória política e docente de José Antônio Marinho, um homem nascido pobre e filho de pais mulatos que desafiou a predestinação de sua origem e condição e se tornou um dos mais evidentes políticos, padres e professores da primeira metade do século XIX. Inscrever Marinho nessa nova visão historiográfica que tira a população negra dos porões da História para demonstrar a complexidade das relações e das trajetórias de pessoas negras na história do Brasil. Analisamos a vida de José Antônio Marinho a partir das fontes biográficas, a maior parte contemporânea ao biografado, e dos textos de imprensa, uma fonte que tem se demonstrado muito útil e importante para os estudos históricos em educação. Buscamos compreender Marinho como um homem de seu tempo. Os resultados da pesquisa e da análise empenhada demonstraram a relevância de Marinho como um sujeito histórico e de grande importância para as pesquisas no campo da História da Educação e para o conhecimento de um indivíduo que tem em si muitas influências das redes e dos espaços de sociabilidade a que pertenceu.
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    "Professora me ensina a aprender?" : sujeitos da Educação de Jovens e Adultos entre o ensinar e o aprender.
    (2023) Sousa, Maria do Carmo da Silva Gomes de Oliveira e; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Soares, Leôncio; Silva, Fernanda Aparecida Oliveira Rodrigues; Soares, Leôncio; Reis, Sonia Maria Alves de Oliveira; Nunes, Célia Maria Fernandes
    A presente pesquisa se insere no campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que vem ao longo da história da educação brasileira se consolidando como política de Estado. Uma vez destinada a todos, o direito à educação constitui um dos fundamentos da dignidade da pessoa humana e, ainda assim, parte significativa da população não usufruiu desse bem social, buscando na EJA aprender os conhecimentos escolares. Instituída pela LDB no 9.394/1996, a EJA é uma modalidade da educação básica com especificidades próprias, a começar pela singularidade do seu público e de suas trajetórias escolares afirmadas no Parecer 11/2000 e expostas na demanda “Professora, me ensina a aprender?” Partindo do questionamento de uma estudante e da intenção de descobrir como se dá o ensinar e o aprender para estudantes e educadores em uma escola exclusiva da EJA, apresentamos como objetivos investigar a medida em que estes educadores e estudantes aprendem quando ensinam e ensinam quando aprendem na relação com seus estudantes e inseridos em uma escola exclusiva para a modalidade. Além disso, pretendemos reconhecer se há nestes espaços práticas e experiências de trocas formativas que caracterizem os fundamentos da dodiscência, a identificação dos elementos constitutivos entre o aprender e ensinar e a análise dos elementos constitutivos dos percursos formativos em diálogo com as especificidades dos/as estudantes. A fim de tratar o tema buscou-se abordar o direito à educação e ao aprender com Arendt (2000), Bobbio (1992) e Tomasevski (2006) e os conceitos ensinar e aprender nas perspectivas de Lev Vygotsky (1996), Paulo Freire (2017) e Bernard Charlot (2000). O estudo responde seus questionamentos através de Cartas Pedagógicas, gênero textual dialógico, por meio da pesquisa qualitativa, pois a a produção dos dados nesta abordagem permite o uso de instrumentos - observação, entrevista semiestruturada e análise documental - que oferecem condições favoráveis para se chegar ao objetivo da investigação. O estudo é composto por 3 educandos e 6 educadores de uma escola situada em Belo Horizonte (MG) que atende somente jovens, adultos e idosos. Os dados produzidos foram tratados pela análise de conteúdo (Bardin, 2011) e deles extraíram-se os temas: trajetórias, percepções do aprender, do ensinar e das práticas pedagógicas que deram origem às cinco cartas. A partir das temáticas foi possível compreender os momentos da relação educador e educando em que se estabelecem o ensinar e o aprender que revelam ser o ensinar e o aprender ação cíclica, conjunção definida por Freire (2017) como Ciclo Gnosiológico. O estudo aponta dados para a formação docente nas dimensões inicial, contínua e autoformação.
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    A trajetória educacional, cultural e política de Leolinda de Figueiredo Daltro.
    (2023) Barbosa, Victor Augusto de Deus; Jardilino, José Rubens Lima; Jardilino, José Rubens Lima; Paula, Leandro Silva de; Pedruzzi, Jumara Seraphim
    Esta dissertação traz uma inserção na trajetória de vida, política e cultural de uma mulher educadora no final do século XIX e no começo do XX, pouco conhecida na literatura da Educação. Trata-se de Leolinda de Figueiredo Daltro (1859-1935), professora primária que ganhou notoriedade na cidade do Rio de Janeiro, capital da República, por sua proposta de educação laica aos indígenas e por sua atuação no movimento pelos direitos das mulheres, especialmente em sua militância política como fundadora do Partido Republicano Feminino, em 1910. Utilizamos, nesta pesquisa, fontes documentais, livros da própria autora e, sobretudo, a imprensa na qual o nome de Leolinda Daltro foi pautado constantemente, em virtude de suas ações políticas e educacionais. Além disso, a educação feminina e a invisibilidade sofrida por mulheres no campo educacional e político foram temas importantes para a construção deste texto. Leolinda Daltro, na complexidade de sua história, se destaca devido ao seu trabalho educativo junto aos povos indígenas no norte de Goiás, ao seu papel na formação profissional de moças pobres, além de sua militância política como uma das principais sufragistas brasileiras que lutou pela emancipação política das mulheres no país.
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    Trajetórias entrelaçadas : uma análise da política de assistência estudantil e os contextos de implementação na Universidade Federal de Ouro Preto.
    (2023) Cunha, Jacqueline Kelly Almeida; Oliveira, Breynner Ricardo de; Oliveira, Breynner Ricardo de; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Gussi, Alcides Fernando; Silva, Leonardo Barbosa e
    Esta pesquisa analisa a trajetória institucional da Política de Assistência Estudantil (PAE) na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), considerando o entrelaçamento da PAE com o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e com as ações da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (PRACE). Na UFOP, a política é executada pela PRACE, responsável por definir os critérios e a metodologia para promover a assistência estudantil aos discentes dos cursos de graduação e pós-graduação presenciais. O PNAES foi regulamentado em 2010 (Decreto no 7234/2010) e visa garantir a permanência dos estudantes na educação federal, atendendo, prioritariamente, estudantes de escolas públicas ou com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo. Os dados advêm de dezessete entrevistas com roteiros semiestruturados realizadas com implementadores que atuam na PRACE: quatro implementadores de alto escalão (pró-reitores); três implementadores de médio escalão (coordenadores) e dez implementadores de nível de rua (servidores que lidam diretamente com os usuários). Ao se valer das proposições de Gussi e Oliveira (2016), Oliveira (2019) e Oliveira, Alves e Fitchter Filho (2022) para compreender as dimensões da implementação e a noção de trajetória, a análise de conteúdo foi realizada a partir da transversalidade de cinco contextos: (i) das conjunturas; (ii) dos conteúdos da política; (iii) institucionais; (iv) das experiências e (v) dos territórios. As entrevistas revelam como os contextos de implementação estão entrelaçados com os processos e as dimensões da totalidade da política; as ações e as interações dos implementadores, as formas de modificação do desenho da política por parte dos atores e como tal fato chega aos usuários da PAE. As análises apontam uma trajetória de avanços para a democratização do acesso e a permanência do estudante em vulnerabilidade social, principalmente após o decreto PNAES, que induziu a criação de uma pró-reitoria específica. Verifica-se também retrocessos a partir da conjuntura política após o golpe de 2016, a aprovação da PEC no 95 e após ataques às universidades no Governo Bolsonaro (2019-2022) que limitou os orçamentos para a educação federal superior, levando a precarização das ações de assistência estudantil nas instituições federais de ensino. Na UFOP os implementadores destacam a importância do PNAES deixar de ser uma política de governo para se tornar uma política de Estado. Mesmo diante dos desafios, os dados indicam que a PRACE preconiza a assistência estudantil como um direito à educação, contemplando estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, de acordo com os eixos do PNAES, contribuindo para a redução de desigualdades sociais por meio da inserção e da permanência dos alunos e, consequentemente, da conclusão do ensino superior.
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    Atendimento educacional especializado e a pandemia de COVID-19 : desafios e possibilidades.
    (2023) Lopes, Tatiane Felipe; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Ferreira, Carla Mercês da Rocha Jatobá; Jardilino, José Rubens Lima; Jesus, Denise Meyrelles de
    O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é realizado por professores de educação especial e destina-se a alunos em situação de deficiência. Geralmente, o AEE ocorre na sala de recursos multifuncionais, fora do horário escolar regular da criança, com o principal objetivo de eliminar as barreiras pedagógicas, complementando ou suplementando seu processo de aprendizagem. Neste estudo, buscamos analisar como o AEE foi realizado antes da pandemia e identificar as estratégias adotadas durante o período pandêmico para garantir a continuidade do atendimento aos alunos em situação de deficiência do Ensino Fundamental I de uma escola municipal na cidade de Mariana, Minas Gerais. Os objetivos específicos da pesquisa foram: a) descrever as estratégias e dispositivos utilizados para o AEE e seus alunos, tanto antes quanto durante a pandemia de Covid-19; b) analisar a relação entre o professor do AEE, os alunos e suas famílias em relação à aprendizagem dos alunos durante o período pandêmico; c) analisar as diferentes reações dos alunos do AEE durante a pandemia. A fundamentação teórica da pesquisa baseia-se em estudos sobre o processo sócio-histórico da educação especial, bem como em pesquisas sobre políticas públicas inclusivas, especificamente na área do Atendimento Educacional Especializado. No que diz respeito ao percurso metodológico, o estudo adotou uma abordagem qualitativa de pesquisa, utilizando o método descritivo e o estudo de caso. O instrumento de coleta de dados utilizado foi a entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi realizada por meio da categorização das entrevistas. A pesquisa contou com a participação de duas professoras do Atendimento Educacional Especializado, duas mães responsáveis pelas crianças e dois alunos. O problema de pesquisa que norteou o estudo foi: O Atendimento Educacional Especializado foi capaz de criar possibilidades para manter o contato com as crianças e adaptou algumas das suas estratégias inclusivas, previamente utilizadas na sala de recursos multifuncionais, durante o período pandêmico? Após análises e discussões, constatamos que foi inviável manter o Atendimento Educacional Especializado através do Plano de Estudos Tutorado. No entanto, percebemos o esforço das professoras, mesmo diante de seus recursos materiais limitados e comunicação virtual para a aplicação nos processos de ensino e aprendizagem que as crianças em situação de deficiência receberam. Durante esse período, os atendimentos ocorriam por meio de ligações via WhatsApp, trocas de mensagens, apoio na elaboração das atividades a serem enviadas aos alunos, sob tutoria dos pais/responsáveis, na execução dessas atividades em casa. Foi observado que o Atendimento Educacional Especializado enfrentou desafios e teve poucas possibilidades de execução em sua modalidade virtual devido à pandemia de Covid-19. Além disso, considera-se que as metodologias empregadas tanto antes quanto durante a pandemia devem ser questionadas no que diz respeito ao conceito de inclusão e integração do aluno em situação de deficiência.
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    Narrativas de professores/as LGBTQIA+ em aliança : escrevivendo possibilidades.
    (2023) Santos, Edgar de Barros; Torres, Marco Antônio; Torres, Marco Antônio; Diniz, Margareth; Nogueira, Paulo Henrique de Queiroz
    Não é difícil constatarmos a presença de violências éticas, simbólicas, verbais e até físicas nas trajetórias de pessoas LGBTQIA+ quando pensamos as dinâmicas que envolvem a recepção desses corpos/sujeitos nos ambientes educacionais. O objetivo da presente pesquisa foi entender os modos de subjetivação de professores (as) que se identifiquem no grupo que temos nos referido como de LGBTQIA+ a partir das relações de poder e resistência. Nestas relações buscamos localizar tanto posições de sujeito como de assujeitamento nas dinâmicas dentro do trinômio família-escola-sociedade. Para elaboração de nossas análises produzimos três caminhos: a produção de narrativas e relatos de escrevivências; diálogos com uma bibliografia que sustentasse a construção de um queer situado a partir da perspectiva decolonial e, por fim, a produção de argumentos que afirmem nossos corpos e afetos no contexto escolar. Ao final da escrita deste trabalho, entendemos a autoria das narrativas e relatos estão em curso, enquanto a escrita cessa, as vidas continuam. Desse modo, as considerações deste momento evidenciaram as seguintes considerações analíticas: ainda que se destaque-se o uso insidioso de nossa persistência na vida presentes no que chamamos de entendimento de si, que nos assustemos com as lógicas de assujeitamentos nos contextos educacionais, além de tudo isto, temos os corpos que emergem em alianças afetivas, militantes ou não, que indicam modos de vida que na escola desafiam a cisheteronormatividade. Assim, defendemos que a visibilidade das formas de vida dos domínios das sexualidades pode romper os limites e barreiras impostas pelos locais de assujeitamento que, a priori, nossos corpos/sujeitos vêm sendo alocados nos contextos educacionais.
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    O processo de transição da educação infantil para o ensino fundamental : escutando professoras.
    (2023) Alves, Cléa Braga; Franco, Marco Antônio Melo; Franco, Marco Antônio Melo; Jorge, Liliane dos Santos; Carvalho, Levindo Diniz
    Este estudo buscou analisar o processo de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, a partir da escuta de professoras atuantes na rede pública do município de Itabirito-MG, em que foram considerados aspectos conceituais e políticos de abordagens sobre a infância, as tensões e os desafios encontrados nesse processo de transição, como se organiza o trabalho pedagógico das profissionais entrevistadas, como é realizado o planejamento em paralelo ao que rege a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e o diálogo entre as professoras atuantes nessas duas etapas da educação básica em uma busca pela continuidade do trabalho pedagógico e como ele aparece nos documentos legais da escola. Diante disso, foi realizada uma pesquisa qualitativa, cuja metodologia foi composta por revisão bibliográfica e pela realização de entrevistas semiestruturadas. A pesquisa ressaltou a importância do compromisso com a infância em todos os seus aspectos, sejam eles políticos, culturais ou pedagógicos, para que seja possível constituirmos a escolaridade como prioridade na vida das crianças, uma das formas capazes de criar caminhos para a construção social, cultural e cognitiva, com respeito às suas singularidades e aos seus direitos. O trabalho permitiu compreender que a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental deve ocorrer de maneira que sejam consideradas as necessidades particularidades das crianças e o seu processo de ensino, aprendizagem e desenvolvimento.
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    Princípios fundamentais do Moodle : reflexões entre teorias e práticas.
    (2022) Thomaz, Alessander Pery Lopes; Paulo, Jacks Richard de; Paulo, Jacks Richard de; Campos, Alexandra Resende; Costa Júnior, José
    Atualmente, a sociedade tem presenciado em curto espaço de tempo inúmeras transformações e mudanças atreladas ao avanço tecnológico. No campo educacional, os diferentes contextos têm evidenciado reflexos e desdobramentos sobre a práxis pedagógica. Nesse sentido, busca-se por meio desta pesquisa apresentar o conhecimento produzido a partir de teses e dissertações acerca dos princípios básicos do Moodle. Assim, o objetivo principal consistiu em refletir sobre os quatro conceitos principais do Moodle (Construtivismo, Construtivismo Social, Construcionismo, Comportamento Conectado e Separado) na utilização dos módulos de recursos e atividades do Moodle e como a prática dos atores (alunos, tutores, professores, designers instrucionais) pode ser baseada ou não por esses conceitos. Para tal, procedeu-se uma pesquisa para o levantamento de dados e informações em teses e dissertações junto a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), por meio de descritores em consonância com os preceitos desta investigação. Como aportes teóricos para promovermos nossas reflexões, nos embasamos de Jean Piaget como base teórica do Construtivismo, Lev Vygotsky como base teórica do Construtivismo Social, Seymour Papert como base teórica do Construcionismo, Dougiamas e Taylor como base teórica do Comportamento Conectado e Separado. Evidenciou-se por meio desta pesquisa que o Moodle tanto pode oferecer recursos quanto pode estimular a educação com base construtivista, construcionista e construtivista social, porém docentes e tutores, para promover o processo de mediação pedagógica, precisam contemplar uma dinâmica de articulação que seja capaz de (re)dimensionar ações e práticas continuamente em face das novas demandas para melhor consubstanciar as atividades propostas e a prática de estudos dos discentes.
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    Educação matemática : concepções de professores de matemática de Ouro Preto e Mariana (MG) sobre a Educação Inclusiva.
    (2022) Baltazar, Edvane de Oliveira; Nunes, Célia Maria Fernandes; Nunes, Célia Maria Fernandes; Franco, Marco Antônio Melo; Kawasaki, Teresinha Fumi
    A formação e atuação de professores na perpectiva da Educação Inclusiva têm sido uma temática presente nos estudos na área educacional. Essa tendência perpassa as várias áreas do conhecimento, incluindo a Educação Matemática Inclusiva. Esta pesquisa se baseia na análise das concepções de professores de Matemática sobre os desafios e as possibilidades de atuação docente diante das demandas de inclusão escolar de pessoas com deficiência, no ensino regular. O estudo teve como fundamentação teórica as contribuições de Mantoan (2003; 2005; 2006; 2010; 2011; 2020), Nogueira (2020), Fiorentini (2004; 2012; 2013), Rodrigues (2010), Gatti (2017), Moreira e Manrique (2019), além de outros pesquisadores que se debruçam sobre as temáticas da perspectiva da Educação Inclusiva, Educação Matemática Inclusiva e Formação de Professores de Matemática. Para a realização deste estudo, nos apoiamos na metodologia de abordagem qualitativa e utilizamos dois instrumentos para coleta de dados: a entrevista semiestruturada e o questionário de perfil dos participantes. Participaram do estudo cinco professores(as) de Matemática das cidades de Ouro Preto e Mariana (MG). As entrevistas semiestruturadas foram realizadas remotamente devido às orientações sanitárias da época. As informações oriundas do questionário e entrevistas semiestruturadas dos(as) participantes do estudo foram transcritas e organizadas à luz da análise interpretativa, que versa sobre a interpretação dos excertos dos professores e do contexto bibliográfico da temática. A partir da análise dos dados coletados junto aos professores participantes, foi possível identificar que as concepções deles acerca da inclusão escolar perpassa principalmente pela insegurança para ensinar alunos com deficiência e um déficit de disciplinas sobre a temática na sua formação. Por fim, entendemos a complexidade inerente aos estudos acerca da inclusão escolar e a construção da perspectiva da Educação Inclusiva no âmbito nacional, as políticas públicas e educacionais para promoverem o acesso a todas as pessoas ao sistema de ensino público brasileiro.
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    Formação de professores e o trabalho docente : a educação profissional-tecnológica e o ensino superior nos institutos federais.
    (2022) Perucci, Leidelaine Sergio; Jardilino, José Rubens Lima; Jardilino, José Rubens Lima; Nunes, Célia Maria Fernandes; Pena, Geralda Aparecida de Carvalho
    A presente dissertação que ora apresentamos ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto é fruto de uma pesquisa sobre a Formação de Professores que atuam em dois níveis de ensino simultaneamente – Ensino Técnico Integrado ao Ensino Médio e de Educação Superior no âmbito das Licenciaturas e Cursos Superiores de Tecnologia nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). Esse trabalho diz respeito a um estudo de caso desenvolvido em um campus do IFMG. Temos uma caracterização muito especial neste tema – trata- se do trabalho docente nos IFs, considerando que este tipo de instituição no Brasil oferece cursos em diferentes níveis e modalidades de ensino, os quais são atendidos por um corpo docente único (Ensino Médio e Superior). A pesquisa partiu das seguintes questões-problema: o que mobiliza a atuação docente no contexto dos Institutos Federais? Quais as implicações desta atuação? Pois entende-se que o trabalho do professor nesse contexto exige conhecimentos e habilidades que se distinguem de instituições que oferecem apenas um nível de ensino. Considerou-se tal problemática a partir dos seguintes objetivos: geral, compreender as percepções que os(as) professores(as) têm ao refletir sobre sua atuação docente em mais de um nível de ensino; e específicos, (1) identificar os processos formativos dos professores; (2) compreender de que ou quais maneiras os professores se organizam para a atuação em mais de um nível de ensino e (3) entender se a sua formação ao longo da carreira contribuiu e/ou tem contribuído para a atuação em mais de um nível de ensino. Assim, para o desenvolvimento da pesquisa, considerou-se a perspectiva qualitativa e as perspectivas teóricas da Formação Inicial e Continuada de Professores no Brasil, organizadas a partir das seguintes atividades: revisão da teoria científica, estado do conhecimento sobre a temática e coleta de dados a partir de entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por meio dos preceitos de análise de conteúdo. Deste modo, a pesquisa chega às seguintes conclusões: 1. A docência na Educação Profissional e Tecnológica no contexto dos IFs é algo complexo, abrangente e passível de diversas ramificações que exige atualização constante com relação aos conteúdos, metodologias de ensino e legislação educacional tanto da educação básica, do ensino superior e da educação tecnológica; 2. A experiência prévia do professor na educação básica e no ensino superior em instituições que se dedicam a esses níveis separadamente pode ser entendida como uma base ou ponto de partida para o exercício da profissão docente nos IFs; 3. Por fim, verifica-se que questões que emergem a partir da realização deste estudo se direcionam mais especificamente aos processos formativos dos professores e como esses processos impactam no exercício docente. Assim, uma perspectiva futura que se torna relevante é pensar em como a formação continuada exerce influência para o sucesso nas suas atividades docentes.
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    Pode um corpo transviado lecionar?
    (2023) Lopes, Lucas Eduardo Souza Assunção; Diniz, Margareth; Diniz, Margareth; Val, Alexandre Costa; Pereira, Marcelo Ricardo
    Com esta pesquisa pretendi interrogar a seguinte questão: Pode um corpo transviado lecionar? Advinda de uma experimentação onírica, onde a partir da ruptura de um saber inconsciente pude investigar aquilo que se apresentava como um enigma para mim. A fim de interrogar mais ainda sobre esse saber não sabido, ofertei um espaço para uma “conversa” com cada sujeito colaboradora/or em exercício docente em instituições de Ensino Superior, públicas e privadas do Estado de Minas Gerais, dissidentes do sistema sexo-gênero vigente a fim de esmiuçar a relação com o saber e o “estilo” docente de cada uma dessas pessoas. Desse modo, esperava responder - ainda que parcialmente - a pergunta que me “despertou”. No entanto, o que estava diante de mim não era uma pergunta genérica, endereçada a qualquer corpo docente transviado de uma normativa cisheterossexual, mas sim, atrelada ao meu corpo (marcado como um corpo viado ainda na infância) e o meu desejo de um dia lecionar. Desse modo, no momento à posteriori às “conversas” pude constatar a relação singular que cada uma dessas pessoas detinha com o saber e as reverberações das experiências docentes em suas práticas; os atravessamentos do amor de transferência e a incidência da sexualidade e do gênero em seus ofícios e; a emersão de um “estilo” próprio do fazer docente, o que se mostrou intimamente relacionado com a possibilidade de nomear a si mesmo. Ter me deparado com essas elucubrações me permitiu aceder mais um motor desta pesquisa, talvez o motor que faltava desde o início, aquele que, enfim, me autorizaria a falar do meu lugar enquanto um corpo transviado rumo à docência. Agora, diante de uma nova questão: Pode o meu corpo - transviado - lecionar? Foi em torno dessa autorização que eu propus como uma elaboração desta pesquisa um ensaio autobiográfico.
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    As relações intergeracionais em salas de aula da educação de jovens e adultos sob a perspectiva do estudante idoso.
    (2023) Fonseca, Betania Sena; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Reis, Lilian Perdigão Caixêta
    No Brasil a população idosa tem vivido mais e com melhores condições de saúde. Na busca de novas aprendizagens e da realização de sonhos antigos, muitas mulheres e homens acima dos 60 anos encontram na Educação de Jovens e Adultos (EJA) uma oportunidade para adquirir conhecimentos escolares que não foram acessíveis durante a infância e a juventude. Nas últimas décadas, as salas da EJA também têm sido o destino de adolescentes que, por diversos motivos, estão em defasagem escolar e buscam o diploma. A convivência com os mais velhos pode proporcionar ricos momentos de aprendizagem intergeracional ou tensões e conflitos. A presente dissertação buscou conhecer um pouco mais sobre as relações construídas entre jovens e idosos em uma mesma sala de aula, trazendo como objetivo principal investigar como são construídas as relações entre idosos e jovens de até 18 anos nas salas multigeracionais na EJA no município de Mariana, MG. A abordagem metodológica foi qualitativa. Além da análise documental e bibliográfica, a investigação contou com quatro entrevistas de estudantes acima dos 60 anos e questionários aplicados a duas professoras que atuam em salas multigeracionais da EJA. Os resultados demonstraram que para os estudantes entrevistados não existem graves problemas relacionados a conflitos etários nas salas de aula. Pelo contrário, eles reconhecem o aprendizado mútuo das duas gerações. O retorno ou o ingresso dos idosos às escolas na maturidade é decorrente da vontade de aprender, de se inserir socialmente e da realização de um antigo sonho, e não da busca do diploma e de melhores salários; Diferentemente do que se esperava encontrar, os alunos idosos gostam de estudar com jovens e não desejam salas de aula exclusivas para eles; A convivência entre os dois grupos etários em um mesmo espaço não apresenta maiores tensões, porém, atos de indisciplina como conversar durante a explicação da matéria, incomodam os mais velhos, que consideram desrespeito ao docente. Por isso, a forma como os professores lidam com as salas multigeracionais é fundamental para a aprendizagem e a permanência dos alunos idosos. As professoras reconhecem que a falta de formação específica para o ensino na EJA e a ausência de materiais voltados para salas multigeracionais dificultam o trabalho docente e exigem delas maior esforço de adaptação das metodologias e conteúdos. Tais fatores influenciam diretamente na qualidade do ensino e do clima escolar das salas de aula da Educação de Jovens e Adultos.
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    Sapatões, gays, bichas e bichas pretas : processos de assujeitamento e reconhecimento em contextos educacionais.
    (2023) Santos, Alax Wyllian dos Reis; Torres, Marco Antônio; Torres, Marco Antônio; Santos, Erisvaldo Pereira dos; Euclides, Maria Simone
    A presente pesquisa investigou a LGBTfobia e o racismo em contextos educacionais por meio de experiências relatadas por militantes de um coletivo estudantil. Os relatos foram produzidos por entrevistas narrativas e uma autoetnografia. A articulação teórico- epistemológica buscou analisar processos de assujeitamento e reconhecimento que operam em contextos educacionais. A partir destes processos foram elaborados eixos de análise sobre dispositivos de sexualidade e de racialidade em que emerge o eixo “bicha, preta e macumbeira”, entre outros. Estes indicam como assujeitamento e reconhecimento se dão em articulações diversas, algo que foi analisado com o auxílio da noção de interseccionalidade. No processo analítico articulamos as noções de bicha preta a partir dos relatos da travesti e pesquisadora Megg Rayara de Oliveira (2020) em sua tese de doutorado. Destacamos as diferentes nuances das relações de poder e resistência na constituição dos dispositivos LGBTfobia e racismo para operar com nossas análises. Consideramos como a reiteração desses dispositivos na família, escola e religião são capazes de produzir modos potentes de assujeitamento, todavia emerge formas de (r)existências capazes de produzir deslocamentos como aquele em que se constitui a “bicha, preta e macumbeira”. Assim, afirmamos a potência da autoetnografia como produtora de deslocamentos que nos mobiliza a um caminho analítico ainda em aberto.
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    Processos de tensão do/no exercício profissional de pedagogos em museus : um estudo de caso.
    (2023) Lima, Paloma Oliveira de Jesus; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Araújo, Regina Magna Bonifácio de; Campos, Alexandra Resende; Marandino, Martha
    Esta pesquisa buscou contribuir para a expansão das discussões acerca do exercício profissional de pedagogos para os espaços não formais de educação. O principal objetivo foi compreender as tensões existentes na profissionalidade de pedagogos que atuam nos espaços não formais, considerando que os cursos de Pedagogia, de maneira geral, estão fortemente alicerçados na docência. Nesse sentido, realizou-se uma pesquisa documental com a análise do projeto pedagógico de oito instituições de Belo Horizonte-MG que ofertam o curso de Pedagogia nas modalidades presencial, semipresencial e Ensino a Distância, com suas matrizes curriculares e ementários disciplinares. Também uma pesquisa de campo em um dos museus da cidade – o Museu de Artes e Ofícios – com entrevista a dois profissionais de Pedagogia que respondem pelo Setor Educativo da instituição. Como forma de identificar e analisar as tensões existentes em seu cotidiano, esta pesquisa de cunho qualitativo fez uso do estudo de caso como método de investigação, acompanhado de entrevista semiestruturada para a produção de dados, analisados por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (2002). As tensões identificadas ao longo do trabalho de campo evidenciaram que a formação inicial desses profissionais possui grande influência em sua escolha e no exercício profissional. Para além da formação inicial, outras três tensões foram identificadas e analisadas: a pandemia de Covid-19, que gerou adaptações que abriram espaço para novas possibilidades de atuação, quando os processos educativos e formativos passaram a ser ofertados ao público no modelo remoto; as tensões existentes nas relações sociais estabelecidas por esses pedagogos junto à equipe de trabalho e aos visitantes; e a forma como o reconhecimento profissional tem se revelado para esses pedagogos. A pesquisa apontou para a necessidade de discussões mais amplas a respeito das complexidades do fenômeno educativo que ocorre em espaços não formais de educação, de modo a contribuir para a construção da identidade profissional de pedagogos que atuam nesses espaços.
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    Os estudos e a vida durante a pandemia de COVID-19 : vivências de jovens do ensino médio de uma escola pública de Mariana - MG.
    (2023) Pereira, Rodrigo Cesar Oliveira; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Coutrim, Rosa Maria da Exaltação; Silva, Luciano Campos da; Lacerda, Wania Maria Guimarães
    Em meados de março de 2020 o mundo foi assolado pela pandemia de COVID-19 e o Brasil passou a dividir com outros países a dor das primeiras mortes causadas pelo novo Coronavírus. O contágio rápido e perigosamente exponencial fez com que, mesmo perante a inércia do poder Executivo, medidas de cuidados e prevenção fossem indicadas e aplicadas. Uma dessas medidas foi a suspensão das aulas presenciais em todos os segmentos educacionais, ação que resultou em grandes transformações socioeducacionais nas realidades vividas por jovens estudantes em todo o país. Esta pesquisa teve como objetivo geral investigar os principais desafios sociais e educacionais impostos aos jovens estudantes do Ensino Médio de uma escola pública de Mariana, em Minas Gerais, durante o ensino remoto emergencial, em consequência da pandemia de Coronavírus. A investigação teve viés qualitativo e além da pesquisa bibliográfica foram aplicados questionários a 67 jovens estudantes do 3o ano do Ensino Médio da escola selecionada nos seus três turnos de funcionamento. A partir dos questionários foram selecionados cinco jovens para a participação de um grupo focal. As análises foram orientadas pelas seguintes categorias: condições de acesso à internet, experiências adquiridas através do ensino remoto e relações familiares e com amigos. Os resultados demonstram que: O isolamento social provocado pela pandemia trouxe novos condicionantes das desigualdades sociais; mesmo frequentando a mesma escola pública estadual, os estudantes participantes da pesquisa apresentaram diferenças de acesso aos conteúdos, revelando clivagens sociais dentro de um mesmo espaço escolar; a estratégia de ensino remoto utilizada pelo Estado de Minas Gerais surtiu pouco ou nenhum efeito entre os estudantes participantes da pesquisa, que reconheceram a precariedade no processo de aprendizagem; os prejuízos observados na vida dos jovens estendeu-se para além das defasagens educacionais, apresentando reflexos nas vivências socioafetivas, em distúrbios emocionais e dificuldades de reintegração social. Concluímos que estes devem ser elementos a serem considerados como pontos de atenção e que exigem o estabelecimento de um esforço conjunto de políticas de Estado associadas ao apoio familiar.
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    Educação e instrução para o “Bello Sexo” nos anúncios do Jornal do Commercio (RJ) (1827-1844).
    (2023) Santos, Micaela Rodrigues dos; Carvalho, Rosana Areal de; Carvalho, Rosana Areal de; Antunes, Álvaro de Araújo; Vasconcelos, Maria Celi Chaves
    Esta é uma pesquisa de cunho bibliográfico e documental que utiliza como fonte primária os dados obtidos no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Objetivamos identificar e analisar as modalidades educacionais oferecidas e demandadas pelo público feminino veiculadas neste impresso. Analisamos nas páginas que se seguem os anúncios de educação e instrução voltados para meninas e mulheres, entre os anos de 1827 e 1844. O recorte proposto visa cobrir os anúncios desde o ano de fundação do periódico até o fim do período Regencial, visando complementar as pesquisas sobre a educação feminina já existentes para o século XIX. Para a análise dos dados nos apoiamos nas legislações vigentes no período abordado, especialmente a Constituição Política do Império do Brasil, elaborada por um Conselho de Estado e outorgada pelo Imperador D. Pedro I, em 25 de março de 1824, e a Lei Geral de Ensino, promulgada em 15 de outubro de 1827. Encontramos para o referido período uma multiplicidade de modalidades educacionais, formais e informais, públicas, privadas, filantrópicas, religiosas, subvencionadas, etc. No entanto, mais do que rivalizar, essas diferentes formas de ensinar coexistiram num período em que o projeto de escolarização assumido pelo Estado se encontrava em fase de construção. Essa investigação buscou cumprir um duplo objetivo: demonstrar a multiplicidade de ações femininas que por décadas foram silenciadas, bem como contribuir para elucidações sobre o campo educacional nos oitocentos.
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    Atividades de leitura orientada com crianças : a representação de conceitos e fenômenos presentes em uma obra de divulgação científica.
    (2023) Araújo, João Felipe Viana de; Lima, Guilherme da Silva; Lima, Guilherme da Silva; Almeida, Sheila Alves de; Camillo, Juliano
    Este trabalho objetiva analisar o processo de coprodução de significados a partir de atividades orientadas de leitura do livro de Divulgação Científica O tempo e o espaço de tio Albert, escrito por Russel Stannard, no processo de produção de imagens subjetivas de conceitos, práticas e histórias científicas na consciência de crianças entre 8 e dez anos de idade. Para isso, realizamos quatro atividades de leitura coletiva em uma biblioteca comunitária de um bairro de Ouro Preto-MG. As atividades propiciaram discussões e a produção de desenhos baseados em momentos da narrativa. Adicionalmente, realizamos entrevistas individuais com os participantes mais frequentes. Os registros de pesquisa foram analisados conforme os pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural. Durante a atividade, houve o aparecimento de contradições cuja solução exigia a apropriação de novos conhecimentos por parte das crianças. Essas contradições eram suscitadas quando Conceitos Espontâneos eram mobilizados na formação de Conceitos Científicos (VIGOTSKI, 2018). Para Vigotski, o Conceito Científico é uma categoria referente à organização psíquica do conhecimento, estabelecida por meio de relações de determinação com outros conceitos. Os desenhos criados apresentaram relações com momentos chave da narrativa. As representações remetiam a trechos onde conceitos e fenômenos científicos, como a contração espacial, a propagação da luz e a dilatação temporal, eram explorados e discutidos pelos personagens. Os desenhos foram fragmentados em partes distintas que representam diferentes momentos da narrativa e formam o todo. As partes do desenho foram analisadas de acordo com as contribuições de Vigotski (2014) sobre criatividade e imaginação na infância, sendo categorizados em sua maioria como desenhos de segundo estágio. Os conteúdos presentes nos desenhos expressaram fenômenos e práticas científicas presentes na narrativa e, de certa forma, assimiladas pelos sujeitos. Porém, ao pensarmos no todo, é importante deixar claro que as crianças ainda não conseguiram estabelecer relações de codeterminação entre os conceitos, pois elas ainda não estão num estágio de desenvolvimento propício para a conscientização dos Conceitos Científicos (VIGOTSKI, 2018b). Dessa maneira, as ideias científicas estão presentes, mas não estão relacionadas entre si no todo (desenho). É muito importante frisar que esse contato com novas palavras proporcionado pela Divulgação Científica é o primeiro momento do desenvolvimento dos conceitos. No início as palavras são generalizações do tipo mais elementar e ao longo do desenvolvimento da criança, as generalizações são substituídas por outras de um tipo cada vez mais elevado, até atingir o ápice do processo na formação dos verdadeiros conceitos.
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    Transição no ensino fundamental : a perspectiva de gestores, professores e alunos.
    (2023) Reis, Ludimila Maria da Silva; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Nogueira, Marlice de Oliveira e; Silva, Luciano Campos da; Falsarella, Ana Maria
    A presente pesquisa investigou a transição escolar dos anos iniciais aos anos finais do ensino fundamental. A investigação partiu do pressuposto, verificado na literatura sobre o tema, que, nesse momento de transição, diversos fatores se articulam e ocasionam dificuldades significativas para o itinerário escolar dos alunos e, consequentemente, influenciam o desempenho e a adaptação escolares dessas crianças e desses adolescentes. O objetivo geral da pesquisa foi compreender, sob a ótica de gestores, professores e alunos, o efeito da transição escolar dos anos iniciais para os anos finais do ensino fundamental nos processos de escolarização dos alunos em duas instituições públicas que atendiam ao ensino fundamental localizadas nos municípios de Mariana-MG e Ouro Preto-MG. Para isso, foram adotados os seguintes objetivos específicos: 1) realizar, a partir da revisão bibliográfica, um levantamento de fatores que poderiam dificultar e/ou afetar a transição dos alunos para os anos finais do ensino fundamental, cotejando-os aos resultados da pesquisa; 2) identificar as percepções dos indivíduos sobre as dificuldades escolares mais significativas para o processo educacional dos alunos decorrentes da transição dos anos iniciais para os anos finais do ensino fundamental; 3) verificar, nas escolas investigadas, aspectos que poderiam minimizar os impactos da transição dos alunos para os anos finais. Diante disso, para fundamentar a investigação foi utilizada a literatura produzida sobre transição no ensino fundamental, além de pesquisa em documentos curriculares. Com um desenho metodológico qualitativo, a geração de dados envolveu a aplicação de questionários a alunos e professores e entrevistas semiestruturadas com gestoras e pedagogas do 6o ano do ensino fundamental em duas escolas da rede pública de Ouro Preto- MG e Mariana-MG. Os principais resultados indicam que a dificuldade de adaptação discente se configurava, no 6o ano, como a mais importante dificuldade escolar. Concomitante a isso, observou-se que os alunos não estavam sendo educacionalmente preparados para lidar com as mudanças organizacionais e pedagógicas exigidas nessa nova etapa de escolarização. Dessa forma, observamos que, embora tivessem sido identificados alguns esforços das escolas para amenizar as dificuldades escolares vivenciadas pelos alunos no momento dessa transição escolar, eles eram fragmentados e, nem sempre, intencionais. Em suma, não se verificou, nas escolas analisadas, uma densa problematização desse processo, nem ações sistematizadas para tratá-lo, o que o torna praticamente invisibilizado nas discussões educacionais.