POSLETRAS - Mestrado (Dissertações)

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    A habilidade inferencial nas atividades de leitura em livros didáticos do ensino fundamental II.
    (2024) Pio, Lucia Helena; Lages, Rita Cristina Lima; Lages, Rita Cristina Lima; Soares, Ivanete Bernardino; Bosco, Cláudia Starling
    A leitura é um dos processos cognitivos fundamentais para o desenvolvimento do aluno. Para tanto, várias habilidades são acionadas no momento da leitura, entre estas a habilidade inferencial como parte essencial e que dá suporte para o estudo de outras áreas do conhecimento. Sendo assim, a leitura não pode ser entendida somente como decodificação de signos linguísticos. Partindo desse princípio, este trabalho tem como objetivo realizar uma discussão sobre a habilidade inferencial da leitura e como esta é trabalhada nas atividades de leituras de anúncios publicitários nos Livros Didáticos (LD) do Ensino Fundamental. Pretende-se contribuir com reflexões, à luz do referencial teórico que têm abordado a leitura não apenas como uma habilidade de decodificação, mas comprometida com a formação de um leitor crítico. Para isso, considera-se a habilidade inferencial como parte integrante que não deve ser negligenciada neste processo de formação do leitor. A escolha do objeto de estudo se justifica por se tratar de uma temática presente no trabalho docente com a leitura, bem como evidenciar a importância da habilidade inferencial no processo de ensino e aprendizagem da habilidade de leitura, ao entender que o ensino de leitura para o exercício da cidadania legitima a participação do indivíduo em seu meio social no qual a habilidade inferencial será necessária para compreensão de diversos tipos de textos. Nesse sentido, a pesquisa se caracteriza pela análise de atividades que compõem os livros didáticos do 6o ao 9o ano do Ensino Fundamental, no que diz respeito ao trabalho da estratégia de leitura: inferência. Os resultados a serem descobertos poderão contribuir para a prática pedagógica dos professores de Língua Portuguesa relativamente ao lugar que o ensino da habilidade de leitura deve ocupar no processo educacional do aluno.
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    Perspectivas sobre o ensino de português como língua adicional : vivências e formação docente.
    (2024) Jesus, Cristina Aparecida de; Lima, Fernando Silvério de; Lima, Fernando Silvério de; Dutra, Anelise Fonseca; Silva, Kleber Aparecido da
    Esta pesquisa tem como objetivo investigar a vivência de uma professora de Português Língua Adicional (PLA), a fim de compreender como são construídas suas práticas docentes considerando a relação dos aspectos culturais no ensino de uma língua estrangeira. Os dados narrativos foram gerados por meio de entrevistas com a participante, com o intuito de investigar quais as vivências pessoais que antecederam a escolha profissional dessa professora de PLA. A participante foi uma mulher brasileira, em contexto de ensino de PLA a distância e presencial estabelecida residencialmente no exterior em que viveu um período de sua vida no Brasil. Propomos, assim, uma análise a partir da perspectiva Histórico-Cultural dentro da Linguística Aplicada (Basso, 2001; Bortolanza; Ringel, 2016; Lima, 2017; 2018; 2021; 2022; Oliveira, 1997; Roldão et al., 2019; Moreira, 2022), bem como estudos sobre o ensino de PLA (Dutra, 2010, 2014; Oliveira, 2004; Solto, et al., 2014; Schoffen; Martins, 2016; Schlatter et al., 2020; Lôpo Ramos, 2021). Como base para a discussão proposta, somos norteados principalmente pelo conceito de Perezhivanie (Vygotsky, 1994; 2019), bem como por leituras e discussões contemporâneas do campo da Linguística Aplicada sobre ensino e formação de professores (Almeida Filho, 2001; 2007; 2011; 2018; Celani, 2001; Bagno; Leffa, 1999, 2014; Pennycook, 1990; Rangel, 2005; Moita Lopes, 2009; 2019; Gomes Matos, 2012; Souza; Andrade, 2016; Kramsch, 2017; Rocha, 2019; Scaramucci, 2020). Esta pesquisa possui caráter qualitativo, com base em pesquisa narrativa (Clandinin; Connelly, 2015; Richardson, 2015; Paiva, 2019; Webster; Mertova, 2007) e busca contribuir para os estudos de formação do Professor de Português Língua Adicional, desvendando desafios e soluções relacionadas à formação deste docente. Este estudo evidencia que a evolução pessoal e profissional de uma docente de Português como Língua Adicional influenciou sua abordagem de ensino, caracterizada por equilíbrio e estratégia, fruto da síntese entre suas experiências de vida e suas práticas docentes. A identidade cultural híbrida que possui alinha-se com a diversidade de seus alunos, destacando como vivências individuais fundamentam métodos de ensino do PLA em contextos multiculturais.
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    Agripina, Cleópatra e Messalina : estratégias retórico-poéticas na representação de mulheres em posições de poder.
    (2024) Cobra, Bianca da Silva; Agnolon, Alexandre; Agnolon, Alexandre; Costrino, Artur; Azevedo, Sarah Fernandes Lino de
    O objetivo da presente pesquisa é estudar e analisar os retratos e representações de algumas mulheres em posições de poder (ou de soberania) na Antiguidade, sobretudo durante a época do Principado, sendo elas, em específico: Cleópatra (69 a.C. – 30 a.C.), Júlia Agripina Menor, conhecida como Agripina Menor (15 d.C. – 59 d.C.), e Valéria Messalina (17/20 d. C. – 48 d. C.). Optamos por essas figuras femininas históricas, não só por sua ampla presença em textos poéticos e históricos, mas pelo que elas representavam para o sistema patriarcal romano, como insígnia e símbolo. Trata-se, pois, de um esforço em tentar nos desfazer dos discursos tendenciosos construídos a respeito delas, pelo menos no que tange sua hiper sexualização e vilificação por atitudes que não eram de forma alguma incomum ou estranhas para aqueles envolvidos em disputas por poder. Para esse fim, recorremos aos preceitos poéticos e aos tratados de retórica, que, por sua natureza interdisciplinar e flexível, foram utilizados para as representações dessas mulheres, seja no âmbito histórico ou poético. Com base no estudo e análise desses tratados, e no estabelecimento de certos modelos de conduta (estereótipos) previsto pelos preceitos poéticos, acreditamos que poderemos entender como esses retratos foram intencionalmente construídos de forma vituperiosa, não somente por questões políticas ou sociais, mas também por um segmento muito mais formal, inserido na própria educação discursiva desses estudiosos.
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    Dobras, brechas e fissuras : uma leitura decolonial de Incidente em Antares, de Erico Verissimo.
    (2024) Oliveira Clara Lua de; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Verardi, Fabiane
    Este trabalho propõe, a partir dos conceitos e noções apresentadas por Aníbal Quijano, Walter Mignolo, Ramón Grosfoguel e outros estudiosos da área, uma leitura decolonial da obra Incidente em Antares, publicada por Erico Verissimo em 1971. A partir da revisitação de estudos a respeito da vida e da obra do autor gaúcho, passando também por estudos sobre seus posicionamentos políticos, apresentamos uma possibilidade e interpretação da narrativa que entende a presença da Ditadura Militar nas entrelinhas do texto como uma forma de sintoma da experiência colonial. Com isso, buscou-se reafirmar a ideia de que a manutenção do colonialismo se dá pela presença de espectros que encarnam a figura dos senhores de escravos e coronéis e que conservam o poder político dentro das fronteiras do eurocentrismo. Assim, proponho um exercício político de revisitação do passado por meio do espaço da ficção, no qual podemos reelaborar nossas experiências, a fim de contribuir para os estudos da crítica literária decolonial e dos estudos anticoloniais como um todo.
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    Prosódia e emoção : aspectos da expressão de tristeza em relatos femininos de violência doméstica.
    (2024) Ribeiro, Michelle da Conceição; Antunes, Leandra Batista; Antunes, Leandra Batista; Mendes, Paulo Henrique Aguiar; Martins, Marcus Vinícius Moreira
    Compreender o papel da prosódia na definição dos sentidos propostos ao exteriorizar expressões nas interações é importante, já que todas as línguas possuem entonações diferenciadas e apropriadas para situações e contextos diversos. Alguns parâmetros acústicos constituem-se em importantes pistas prosódicas na expressão de emoções na fala, a saber, a frequência fundamental (F0), intensidade, duração, Jitter e Shimmer. O presente estudo teve como objetivo analisar, do ponto de vista prosódico, a expressão de tristeza em trechos de relatos femininos de violência doméstica, bem como descrever a contribuição da prosódia na construção discursiva desses relatos. Para tanto, foram segmentados trechos tristes e neutros de três vídeos de mulheres vítimas de violência doméstica encontrados na plataforma de compartilhamento de vídeos Youtube. Posteriormente, estes trechos foram avaliados em testes de percepção, fechado e aberto, a fim de validar a rotulação feita pela pesquisadora anteriormente. As sentenças neutras e tristes com percepção menor que o acaso nos dois testes foram descartadas deste estudo. Foram feitas, no programa PRAAT®, medidas prosódicas acústicas de valores de frequência fundamental (F0), intensidade, duração, Jitter e Shimmer. Para análise estatística foram feitos cálculos descritivos, como média, desvio padrão e mediana e também cálculo inferencial para testar diferenças entre grupos por meio do teste não paramétrico de Mann-Whitney. Os resultados revelaram que a expressão de sentenças com tristeza, comparada à expressão de sentenças neutras, é caracterizada por F0 e intensidade mais baixas e sentenças mais lentas para todas as informantes analisadas; entretanto os valores de Jitter e Shimmer apresentaram particularidades para a expressão da tristeza na fala de cada informante. Dessa forma, destaca-se que os aspectos prosódicos de parâmetros como a F0, duração e a intensidade são características marcantes na expressão da tristeza, contribuindo inclusive para a diferenciação entre sentenças com esse tipo de expressão e as sentenças neutras.
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    Iniciação à poesia na infância em contexto escolar.
    (2024) Cassiano, Rejane Aparecida; Soares, Ivanete Bernardino; Soares, Ivanete Bernardino; Silva, Telma Borges da; Corrêa, Hércules Tolêdo
    Partindo da premissa de como a poesia tem sido mediada na escola, busca-se refletir e oportunizar meios de ressignificar esse modo de ensino. Nos anos iniciais de escolaridade, tradicionalmente, a poesia tem sido utilizada com cunho pedagógico moralizante em treinos de leitura, alfabetização e atividades de memorização para celebrar datas culturais e comemorativas. Essa prática tem se afastado da dimensão estética da poesia infantil e contribui pouco para uma educação das sensibilidades diante de temas que permeiam a nossa realidade. Por meio da poesia, o professor mediador consegue estimular a criatividade, a fantasia, a imaginação e despertar o gosto pela leitura de forma prazerosa. Nesta dissertação, o objetivo principal é apresentar como o livro didático “A conquista” de Isabella Carpaneda orienta o trabalho voltado para o estudo dos gêneros da poesia para o ciclo inicial do Ensino Fundamental I e qual é a relação com o professor mediador nesse contexto. Buscamos compreender como se dá o percurso de formação do leitor, as práticas e o discurso presente no manual do professor do material didático estudado, a partir de alguns exemplos de atividades com poema e poesia. A mediação literária é realizada de forma autônoma? Como é o trabalho com poesia voltado para crianças do 1° e 2° anos nesse material didático? De acordo com o referencial teórico, busca-se também identificar formas de trabalhar com a poesia nos anos iniciais da Educação Básica com o propósito de formar leitores autônomos, que leiam motivados também por afetos, reconhecendo que a poesia é um dos modos de dar sentido ao mundo, figurando como um recurso simbólico que pode gerar mundos possíveis por meio da imaginação e intervir, criativamente, na realidade concreta, como vem confirmando os estudos em psicanálise infantil.
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    O conflito no diálogo de produções cinematográficas : um estudo sistêmico- funcional de narrativas complexas.
    (2024) Damasceno, Lucas Alexandre; Figueredo, Giacomo Patrocinio; Figueredo, Giacomo Patrocinio; Oliveira, Ana Larissa Adorno Marciotto; Alves, Ricardo José
    A presente pesquisa, vinculada à Linha 2 – Estudos Linguísticos, Estudos da Tradução e Patrimônio Cultural do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Ouro Preto, filia-se ao estudo de gêneros, estando direcionada ao estudo das narrativas (MARTIN; PLUM, 1997; ROSE, 2017). A pesquisa busca respaldo teórico-metodológico no arcabouço da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY, 1994; HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014) de modo a contribuir para o estudo dos gêneros (OLIVEIRA, 2017; SAIORO, 2021; FIGUEREDO et al. 2022) ao buscar uma melhor compreensão acerca da organização linguística da Narrativa Complexa enquanto gênero (CHION, 1989; FIELD, 2001; LIMA, 2007). A Taxonomia dos Gêneros da LSF (ROSE, 2017, p. 3) não contempla o gênero Narrativa Complexa, que seria uma narrativa com estrutura diferente da que está detalhada na Taxonomia (cf. FIELD, 2001, p. 11). Para além disso, a Narrativa Complexa apresenta diálogos entre personagens que não são meramente pragmáticos ou casuais, visto que estes também contribuem para o desenvolvimento do enredo e de seus personagens através da troca de significados (CHION, 1989, p. 101). Tais interações não foram abordadas, em contexto ficcional, por pesquisas anteriores na área da LSF que descrevem a estrutura de diálogos (EGGINS; SLADE, 1997; VENTOLA, 2005). Sem a descrição desta outra variedade de narrativa, com foco nos sistemas e categorias interpessoais, não é possível determinar a posição deste gênero não-descrito pela Linguística Sistêmico-Funcional na Taxonomia de Gêneros. Por consequência, não seria possível desenvolver estudos futuros sobre uma variedade de (hipotéticos) gêneros narrativos de estrutura em diálogo consumidos na atualidade (filmes, séries, videogames, etc.), visto que estes demandam uma análise focada nos sistemas e categorias interpessoais. Motivado pela necessidade de expandir os estudos de gêneros da LSF, o presente projeto tomou como diretriz o mapeamento dos padrões pelas quais o sistema linguístico dispõe recursos para a produção de significado (FIGUEREDO et al., 2022) que realizam a Narrativa Complexa e suas características particulares (MCKEE, 2013). Os resultados apontaram que a Narrativa Complexa se trata, de fato, de um novo tipo de narrativa, dentro da Família das Narrativas, de estrutura complexa. Ela possui um padrão fractal, ou seja, composta de outras narrativas simples em sua estrutura (ROSE, 2017). Desse modo, os sistemas e categorias interpessoais utilizados na análise de dados mostraram-se relevantes para pesquisas de descrição de gêneros narrativos, já que o sistema semântico-discursivo da NEGOCIAÇÃO, da metafunção interpessoal, foi detectado como sistema-chave da narrativa complexa.
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    A comunicação da memória na elaboração de uma entidade coletiva em "The heart is a lonely hunter", de Carson McCullers.
    (2023) Boaventura, Jociele Cristiane; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Viana, Maria Rita Drummond; Carvalho, André Ferreira Gomes de
    O presente trabalho tem por objetivo investigar os recursos de comunicação da memória empregados por Dr. Benedict M. Copeland, personagem de The Heart Is a Lonely Hunter, escrito por Carson McCullers (1917-1968) e publicado em 1940. A personagem, um médico negro nascido no Sul dos Estados Unidos, ambiciona recuperar, através do discurso oral, a identidade do povo negro que havia sido inviabilizada desde a diáspora escravagista iniciada no território, no século XVI. No entanto, todas as suas investidas falham por circunstâncias internas e externas a ele. Buscamos, assim, apresentar algumas hipóteses para compreender o que levou Dr. Copeland a falhar em sua empreitada, que anos mais tarde seria concretizada por Martin L. King Jr., compreendendo os aspectos históricos que antecedem e permeiam os eventos da narrativa. Para isso, utilizaremos como base teórica as obras de Jill Lepore (2020), David W. Blight (2002) e James M. McPherson (2014). As obras de Jeanne Marie Gagnebin (2006; 2016) nos ajudam a pensar a questão da memória, enquanto os trabalhos de Frantz Fanon (2008), Achille Mbembe (2014; 2018), Grada Kilomba (2019) e James Baldwin (2020) nos ajudam a pensar sobre as questões sociais, raciais e psicológicas da personagem em questão.
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    Representações de licenciandos/as sobre a docência em Língua Inglesa : parceria universidade-escola na formação Inicial, no estágio supervisionado e extensão universitária.
    (2024) Couto, Lara Kelly Anjos e Dores; Sól, Vanderlice dos Santos Andrade; Sól, Vanderlice dos Santos Andrade; Pimenta, Viviane Raposo; Carvalho, Fernanda Peçanha
    A presente investigação está inserida na área da Linguística Aplicada (LA) e vem fazer coro aos estudos que alinham ensino-aprendizagem de Língua Inglesa (LI) e o processo de aprendizagem da docência. A pesquisa buscou mapear as (des)construções de representações e identidades de licenciandos/as em LI, alunos/as das disciplinas de Estágio Supervisionado e participantes do projeto de extensão “Diálogos com a Escola”, sobre o ensino e aprendizagem de LI e a formação docente, inseridos no contexto da Universidade pública da Região dos Inconfidentes, no Estado de Minas Gerais. A pesquisa também buscou analisar em que medida projetos de extensão (PE) e oferta de disciplinas de Estágio Supervisionado (ES) mitigam – ou não – as barreiras que há entre a universidade e a escola. Assim sendo, o estudo se configura como qualitativo e de modalidade de pesquisa de base etnográfica (Brasileiro, 2016). O corpus foi gerado a partir de questionários semiestruturados, narrativas escritas e notas de campo de observação de aulas presenciais e online das disciplinas de Estágio Supervisionado e do PE Diálogos com a Escola. Os dizeres dos participantes da pesquisa, foram analisados à luz da Análise do Discurso de linha franco brasileira (Pechêux, 1975; Orlandi, 2003; 2012; 2015), da Linguística Aplicada e de noções advindas da psicanálise freudo-lacaniana (Sól, 2015). Os resultados apontam que, diante de práticas da formação docente, os licenciandos/as se (des)constroem identitariamente sob efeito de sentimentos de altas e baixas perspectivas em relação à docência em LI, com momentos de euforia, quando se veem enquanto professores de uma sala de aula “real”, e angústia, quando se veem responsáveis por tanto e ao mesmo tempo sem tantos recursos, apoio e tempo (Pêcheux, 2002; Grigoletto, 2003). À conclusão, pode-se inferir que, com relação à representação dos professores, estes se veem a partir do olhar do outro, - sejam esses outros os seus professores da infância, os professores regentes das escolas onde estão realizando os estágios, ou ainda os alunos, funcionários, toda a comunidade escolar- , o que leva-os a capturar discursos e/ou ações sobre o professor de LI que acabam sendo repetidas e incorporadas às suas próprias (des)construções identitárias e suas representações.
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    Estudos linguísticos e desenvolvimento da consciência fonológica : contribuições para a prática de professores alfabetizadores.
    (2023) Onofre, Leaci Vieira; Lages, Rita Cristina Lima; Lages, Rita Cristina Lima; Brasileiro, Ada Magaly Matias; Gomes, Marcilaine Soares Inácio
    A presente pesquisa, Estudos linguísticos e desenvolvimento da consciência fonológica: contribuições para formação de professores alfabetizadores, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos da Linguagem (POSLETRAS/UFOP) e vinculada à linha de pesquisa 03 – Linguística Aplicada: interfaces entre práticas e teorias, propõe, como objetivo principal, identificar e analisar a inserção dos estudos linguísticos, especialmente, no tocante ao desenvolvimento da consciência fonológica, na formação e na prática de duas professoras alfabetizadoras. Tomam-se como aportes teórico-metodológicos principais os estudos de Moita Lopes (1994; 1996), Ferreiro e Teberosky (1999), Adams (2006), Bortoni-Ricardo (2008), Morais (2012; 2020) e Soares (2020). A metodologia da pesquisa baseia-se na abordagem qualitativa e interdisciplinar, uma vez que promove o cruzamento entre os campos da formação de professores e aquele da construção da consciência fonológica em tal processo, dialogando, portanto, com a área da Linguística Aplicada. Realizou-se inicialmente uma revisão bibliográfica e documental sobre a formação linguística do docente alfabetizador e, posteriormente, a pesquisa de campo constituída pela observação não participante de aulas de alfabetização e por entrevistas semiestruturadas com as docentes. Os resultados da revisão bibliográfica inicial permitiram saber de uma escassez de pesquisas voltadas para a avaliação do conhecimento linguístico por parte dos professores alfabetizadores, indicando, com isso, um campo potencial a ser investigado. Constatou-se que, na coleta de dados da pesquisa de campo, os conhecimentos linguísticos (a saber, Fonética e Fonologia) não foram contemplados na graduação ofertada às docentes entrevistadas. Por isso, defende-se a urgência de se repensar a formação de professores alfabetizadores, egressos da licenciatura em Pedagogia, no que diz respeito à formação em conhecimentos linguísticos, especialmente os da área de Fonética e Fonologia, saberes necessários a uma prática pedagógica efetiva que atenda às especificidades de cada criança e que contribua para a consolidação dos direitos de aprendizagem, dos direitos de ser plenamente alfabetizada.
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    A toponímia de Mariana e de seus distritos : estudo de um patrimônio léxico-histórico-cultural.
    (2024) Lopes, Izadora; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Antunes , Álvaro de Araújo; Lima, Carolina Akie Ochiai Seixas
    Este trabalho é dedicado ao estudo da toponímia de Mariana e de seus distritos, um campo que procura documentar e preservar o patrimônio léxico-histórico-cultural presente nos nomes de lugares dessa região. Para alcançar esse objetivo, uma abordagem metodológica foi empregada, combinando técnicas de pesquisa de campo, análise documental e revisão bibliográfica. A pesquisa de campo merece destaque nesta jornada, pois proporcionou um mergulho na história oral e na memória coletiva da comunidade local. As entrevistas realizadas com os moradores mais antigos enriqueceram a compreensão sobre a origem e o significado dos topônimos, trazendo à tona narrativas. Além disso, a investigação de fontes documentais e bibliográficas permitiu uma contextualização histórica e sociocultural dos topônimos, revelando os traços de uma identidade singular que emerge do espaço geográfico. Ademais, os vínculos estabelecidos entre a grafia dos topônimos e a Linguística Histórica revelaram um trabalho importante. A análise e a classificação dos topônimos, à luz do modelo proposto por Dick (1990), mostraram- se um percurso entre tradição e inovação. De modo similar, a identificação dos oniônimos e a sua relação com a toponímia local e com a toponímia pretérita abriram novas perspectivas para compreender o vínculo entre o espaço físico e a identidade cultural. Outro achado foi a presença dos antropotopônimos, cujas histórias resgatam figuras notáveis do passado, imortalizando-as no presente a partir dos topônimos. Os resultados obtidos vão muito além de dados e estatísticas: eles representam a riqueza cultural e a ancestralidade enraizada nos topônimos de Mariana e de seus distritos. Desse modo, esta pesquisa destaca uma herança que merece ser reconhecida e valorizada.
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    Letramentos sociais e língua portuguesa na BNCC : políticas, concepções e repercussões para docentes do Ensino Médio.
    (2024) Guerra, Icaro Guilherme; Laranjeira, Rómina de Mello; Laranjeira, Rómina de Mello; Silva, Marcelo Donizete da; Miranda, Flávia Danielle Sordi Silva
    Considerando o contexto político e ideológico na gênese da Base Nacional Comum Curricular, esta pesquisa teve como objetivo principal analisar as concepções de letramento presentes no documento, especialmente na área de Linguagens do Ensino Médio. A pesquisa qualitativa de análise documental incluiu também geração de dados com aplicação de questionários (Ludke; André, 1996; Sá-Silva; Almeida; Guindani, 2009; Taquette; Borges) a professores de Língua Portuguesa e a gestores da região de Inconfidentes. A análise documental teve como foco o campo de atuação na vida pública da área da Língua Portuguesa, no Ensino Médio. Na análise dos questionários optou-se por interpretar os dados de acordo com categorias do quadro teórico. O referencial teórico, com base nos Novos Estudos do Letramento (Barton; Hamilton, 1998; Gee, 2008; Graff, 2011; Street, 2003; 2008; 2013; 2014; 2017) e nas Teorias Críticas de Educação (Cury; Reis; Zanardi, 2018; Gonçalves, 2021; Malanchen; Matos; Orso, 2020; Rodrigues; Leal, 2021; Silva; Xavier, 2021), possibilitou compreender que as habilidades do campo pesquisado se alinham ao modelo autônomo de letramento, porém com alguns pontos que indicam a presença de aspectos do modelo ideológico no documento orientador. A pesquisa de campo pretendeu verificar a influência do conceito e dos estudos de letramento nas práticas docentes e na implementação da Base na região. A análise de alguns questionários desvenda as concepções de 7 professores sobre os conceitos de letramento e sua presença no documento. Em função do reduzido número de dados, são necessários estudos mais aprofundados sobre a temática, nomeadamente para se elaborar ações de formação continuada acerca do assunto.
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    Atividades lúdicas nas aulas de Língua Inglesa : um estudo sobre a motivação e o engajamento dos alunos do Ensino Médio de uma escola pública de Minas Gerais.
    (2024) Pinheiro, Gabriela Batista; Dutra, Anelise Fonseca; Dutra, Anelise Fonseca; Pimenta, Viviane Raposo; Oliveira, Natália Fontes de
    O objetivo desta pesquisa é analisar os fatores que podem interferir positiva ou negativamente na motivação de educandos do Ensino Médio – mais especificamente, de uma escola pública de Minas Gerais – para o engajamento em propostas de atividades lúdicas nas aulas de língua inglesa. Além disso, este trabalho possui três objetivos específicos: investigar se as atividades que usam o lúdico podem motivar o aluno na aprendizagem da língua inglesa; se a afetividade entre educando e educador motivam o aluno na aprendizagem da língua inglesa; e se a consideração dos interesses e das realidades socioculturais dos educandos os motivam na aprendizagem da língua inglesa. O referencial teórico desta pesquisa se baseia em estudos realizados por autores da área da Linguística Aplicada, em relação ao uso do lúdico nas aulas de língua inglesa (Brown, 1994), à afetividade entre professor e aluno (Souza, 2011), às realidades socioculturais e à motivação dos educandos (Canagarajah, 1999). Como metodologia, foi escolhida a abordagem qualitativa, com o intuito de identificar os motivos que reforçam determinados acontecimentos, para compreendê-los e esclarecer as situações que neles interferem. A metodologia também foi desenvolvida a partir de observações das aulas realizadas no Ensino Médio de uma escola pública de Minas Gerais, com a aplicação de um questionário semiestruturado aos alunos e uma entrevista oral com o professor das turmas analisadas. Por fim, os resultados revelaram a importância do uso do lúdico no processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa, visto que os alunos se sentiram mais descontraídos e motivados para realizarem as atividades, assim como a necessidade da afetividade entre educador e educando, pois, quando o professor demonstrou se importar com a opinião dos alunos, estes apresentaram empolgação em realizar os exercícios. Finalmente, também foi notada a relevância de se considerarem os contextos sociais dos alunos durante a elaboração e a aplicação de atividades lúdicas, já que os estudantes se sentiram animados ao realizarem atividades de Inglês por meio de estilos musicais escolhidos por eles.
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    Da Ibéria medieval ao Cariri de um trovador nordestino : a permanência de um patrimônio cultural latino à luz da filologia.
    (2024) Botelho, Demartone Oliveira; Mendes, Paulo Henrique Aguiar; Mendes, Paulo Henrique Aguiar; Oliveira, Josenir Alcântara de; Souza, Adílio Júnior de
    O presente trabalho tem como objetivo elucidar os elos patrimoniais, por meio da etimologia, dentre as palavras, muitas vezes consideradas arcaicas ou regionais, presentes nas literaturas de Patativa do Assaré e as do Trovadorismo galego-português. Como metodologia, foi criada uma matriz, com critérios nos dois níveis – história externa, ou propriamente histórico, e história interna, ou etimológico – de análise observados, para a confirmação do elo patrimonial objetivado, a partir dos corpus de ambas literaturas. Os resultados confirmaram que as palavras apresentadas desvelam um elo patrimonial entre o terminus a quo, o trovadorismo galego-português, e o terminus ad quem, a literatura de Patativa do Assaré e, sobretudo, entre as comunidades linguísticas dos termini elencados.
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    As ideias coladas no corpo desenham um mundo : cosmogonias ameríndindias e afro-brasileiras em cosmogonias ameríndias e afro-brasileiras em "Nós: uma antologia de literatura indígena" e em "Poemas para ler com palmas".
    (2024) Francisco, Beatriz Cristina Peixoto; Rezende, Carolina Anglada de; Rezende, Carolina Anglada de; Maciel, Emílio Carlos Roscoe; Tavares, Cristiane Fernandes
    Este trabalho tem como objetivo estudar duas obras literárias representativas das alteridades negras e indígenas no Brasil. Ambas as obras são ilustradas por Mauricio Negro; a primeira intitulada Poemas para ler com palmas, publicada em 2017, e a segunda Nós: uma antologia de literatura indígena, publicada em 2019. Neste estudo, enfatizamos a multiplicidade de perspectivas de mundo que compõem cada livro. Além disso, buscamos demonstrar que, ao reconhecer essa heterogeneidade, torna-se possível pensar o pensamento do ‘outro’ para o ‘eu’ e, consequentemente, para o ‘nós’. Fazemos a tentativa de analisar as duas obras literárias que, distintas em relação ao que representam, se complementam ao expressar o discurso da diversidade. O recorte de estudo que fazemos se trata da defesa do mito como pensamento, mas o mito não é o único elemento que se faz presente nos contos e poemas das obras. Para mostrar isso, trabalhamos com os estudiosos Jean Luc Nancy (2014), Marília Librandi (2020) e Giorgio Agamben (2018), os quais, em suas obras, expressam em seus trabalhos a ideia de que há um pulsar na escrita que pode ser sentido, ouvido e preservado. Especificamente, nas leituras apresentadas, tateamos os signos representativos da festa, as recorrências da forma, ritmo e similaridade de composição. Também buscamos conhecer as características tradicionais em Poemas e como acontece a manifestação do perspectivismo ameríndio na obra Nós. Norteamo- nos com base nas pesquisas do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss na América Latina, que enfatiza o significado do mundo sensorial e nas histórias recorrentes, como nas obras Mito e significado (1987), O pensamento selvagem (1990), Antropologia estrutural (1958), O cru e o cozido (2021) e Do mel às cinzas (2022). Também foram consideradas as pesquisas do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro, especialmente sua obra Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-colonial (2015), que propõe o perspectivismo ameríndio. Esse conceito, em linhas gerais, apresenta uma teoria de que somos seres variáveis e inacabados. Além disso, acrescentam-se também as discussões do intelectual martinicano Édouard Glissant, que constrói o pensamento de alteridade baseado em relações, não em identidades fixas, com sua obra Poética da relação (2021). Kaká Werá Jecupé, Daniel Munduruku e Edimilson de Almeida Pereira são também guias da pesquisa, para compreendermos as camadas de sentido que compõem a palavra, considerando os equívocos em sua história. Assim, refletimos sobre como a literatura se relaciona com o pensamento mitológico, propondo, de forma concisa, desconstruir os estigmas sobre os povos indígenas brasileiros e afro-brasileiros, de modo a enredar as muitas narrativas como saberes para além do que o mundo ocidental está habituado a conceber.
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    Vestis nuptialis : alegoria de uma espiritualidade.
    (2024) Retori, Carlo Eduardo Sousa; Costrino, Artur; Costrino, Artur; Agnolon, Alexandre; Castanho, Gabriel Carvalho de Godoy
    Vestis nuptialis é uma obra creditada a Petrus Pincharius, religioso Crúzio nascido em Caen no século XIII. É uma obra que passou pela história quase desconhecida, cuja autoria é ainda mais desconhecida, atribuída a um membro de uma comunidade sobre a qual poucos tomaram ciência. O que apresentamos aqui é uma busca de entender estes fatores: as condições que moldaram essa obra de espiritualidade e a deram à luz; a história da Ordem que a gerou; e seu autor. A versão estudada, única disponível hoje, foi editada por Neerius, confrade de Pincharius, no século XVII. Sobre este sabe-se ainda menos do que sobre o autor de Vestis nuptialis. Buscou-se encontrar as referências e os modelos adotados na escritura desta obra para se localizarem, assim, os primeiros diálogos estabelecidos com textos coetâneos e anteriores. A partir dessa localização histórica da obra buscaremos estabelecer sua posição no universo das elaborações textuais, marcadamente aquelas de cunho alegórico, estabelecendo como as alegorias foram criadas a fim de prover os Irmãos da Santa Cruz da Ordem de Santo Agostinho com um manual formativo em espiritualidade.
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    A preservação da memória através do léxico : análise de unidades fraseológicas na cidade de Ouro Preto-MG.
    (2023) Lisboa, Ana Luiza Barreto; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Menezes, William Augusto; Marques, Elizabete Aparecida
    Esta pesquisa tem abordagem qualitativa e se propõe a explicar de que forma o uso das unidades fraseológicas contribui para a (re)construção de uma memória coletiva e para a preservação do patrimônio imaterial linguístico. Por meio da coleta de dados com aplicação de questionário semiestruturado aos Guias de Turismo da cidade de Ouro Preto (MG), levantaram-se dezessete unidades fraseológicas que, segundo os próprios entrevistados, surgiram no passado colonial ouro-pretano. Adotou-se a perspectiva de Corpas Pastor (1996) que considera a Fraseologia como área da Ciência do Léxico que tem como objeto de estudo as “unidades fraseológicas” (UFs), combinações fixas da língua, que podem ser categorizadas em: parêmias ou sentenças proverbiais, expressões idiomáticas, colocações, pragmatemas e as expressões de classificação complexa (que incluem os estereótipos, clichês, bordões e slogans). Quanto ao procedimento metodológico, a pesquisa se ampara nos estudos de Brasileiro (2016) e se divide em quatro capítulos, a saber: (i) revisão bibliográfica acerca da memória, linguagem, patrimônio e identidade, com base em teóricos como, Yates (1966), Maurice Halbwachs (2006) e Stuart Hall (2006); (ii) discussão acerca da Ciência do Léxico, na qual se evidenciam a Fraseologia e a Fraseografia e, para tal, respalda-se, principalmente, em Corpas Pastor (1996), Biderman (1999), Monteiro-Plantin (2014) e Alain Polguère (2018); (iii) explicitação dos procedimentos metodológicos, nos quais se abordam os processos para realização desta pesquisa que, dentre as muitas manifestações linguísticas entre as quais escolheu-se a análise das UFs para construção do corpus; para esta etapa baseia-se em Brasileiro (2016); (iv) análise das fichas fraseo-semânticas, por meio das quais se verificou o carácter sócio-histórico das fraseologias extraídas das entrevistas; posteriormente, dedica-se à discussão dos dados coletados com o propósito de investigar como o uso das UFs contribui para a (re)construção da memória coletiva e para a preservação do patrimônio imaterial linguístico. Para esse último capítulo, destacam-se dois tipos de fontes consultadas para a elaboração das fichas, bem como para nortear a discussão dos dados encontrados, a saber: (i) os dicionários de língua, como, Bluteau (1712) e Pinto (1832) e (ii) as obras fraseológicas, como as de Delicado (1651) e Perestrello da Camara (1848). Os resultados desta pesquisa demonstram que grande parte das UFs coletadas ao longo das entrevistas são registradas em dicionários e/ou em obras fraseológicas, destacando-se a UF nem tudo que reluz é ouro, considerada a mais antiga do corpus, tendo sido registrada na obra de Delicado (1651). A maioria das UFs, incluindo a supracitada, ao serem consideradas no contexto lexical dos guias, revelaram novas interpretações, ampliando as contextualizações originalmente registradas nas obras consultadas. Embora a maioria dessas versões ainda não tenham sido formalmente registradas, isso pode demonstrar a existência de uma estreita relação entre as UFs e a memória histórica e cultural de Ouro Preto. Dessa forma, as UFs desempenham um papel fundamental ao propiciarem a reflexão sobre fatores culturais e históricos extralinguísticos, contribuindo significativamente para a preservação da memória coletiva e para o enriquecimento do léxico da comunidade linguística ouro-pretana.
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    Estudo comparativo de gramáticas pré e pós-NGB : o tratamento dado à predicação e transitividade dos verbos de movimento Chegar/Ir/Vir.
    (2023) Lisboa, Maria de Fátima Barreto; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Mendes, Soélis Teixeira do Prado; Mourão, Eliane; Guimarães, Daniela Mara Lima Oliveira
    Esta dissertação, que se propõe investigativa e descritiva, revisita oito fontes primárias, gramáticas da língua portuguesa (séculos XIX e XX) e publicadas em solo brasileiro. Tem como propósito geral analisar e comparar a classificação terminológica conferida à predicação e transitividade dos verbos chegar, ir, vir com ideia de movimento/deslocamento físico. A pesquisa situa-se no domínio da Historiografia Linguística (HL), aqui entendida como estudo de fatos históricos da língua (continuidade e descontinuidade) em fontes gramaticais. Além das contribuições da linguística acerca da conceituação de predicação e transitividade, três outros cenários são percorridos com o propósito de ampararem esta pesquisa: i) conceitos de gramática; ii) definição de gramatização; e iii) exposição de percurso gramaticográfico. Em seguida, são tecidas algumas considerações sobre a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) para adiante serem analisadas as obras gramaticais que estão circunscritas em dois períodos pré-NGB: Ribeiro (1891), Maciel (1918), Pereira (1921) e Brandão (1963); e pós-NGB: Tôrres (1959), Said Ali (1966), Cunha (1975) e Bechara (1980). No caso da obra de Brandão (1963), embora publicada após a NGB, seu conteúdo mantém-se vinculado ao período anterior a ela. As gramáticas foram examinadas em sua imanência e, posteriormente, analisadas umas às outras, levando-se em consideração os aportes teóricos de quatro fontes secundárias, a saber, dois dicionários técnicos: Câmara Jr. (2009) e Dubois et al. (1978) e duas gramáticas: Azeredo (2008) e Hauy (2015). A hipótese que guia a presente pesquisa é a de que, no período anterior à NGB, as gramáticas não atribuíam à tríade verbal a terminologia de intransitiva , visto que o termo adjacente a esses verbos é necessário e não acessório/dispensável. Como resultados, observou-se que o campo gramatical do verbo se apresenta complexo e extenso e qualquer análise renderia profícuos estudos. Outro aspecto verificado a partir desta pesquisa diz respeito às diversas terminologias conferidas à predicação e transitividade de chegar, ir, vir, por exemplo, verbo de predicação incompleta adjuntivo, bem como a seus termos adjacentes. Com isso, pôde-se perceber que apenas Said Ali (1966) e Cunha (1975) classificam a tríade verbal com base na proposta da NGB verbo intransitivo , o que induz ao pensamento de que os critérios propostos pela Norma são insipientes para tal. Por outro lado, a falta de estandardização da terminologia pré-NGB, provavelmente, provocou naquela época críticas, autonomização e consequentes lacunas. Por fim, destaca-se que os processos de gramatização e de gramaticografia foram propulsores e apoio para o desenvolvimento dos estudos da historiografia linguística.
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    As imagens literárias do cintilante Paulo Barreto: o lugar do tradutor de Salomé na Belle Époque carioca.
    (2023) Bastos, Túlio Pereira; Maria Rita Drumond Viana; Maria Clara Versiani Galery; Maria Rita Drumond Viana; Maria Clara Versiani Galery; Larissa Ceres Rodrigues Lagos; Vitor Alevato Amaral
    Este trabalho busca discutir o lugar do tradutor Paulo Barreto por meio do paratexto de sua tradução Salomé veiculado na imprensa carioca no início do século XX. O polêmico e cintilante Paulo Barreto (1881-1921), conhecido como João do Rio, foi um importante jornalista, contista, dramaturgo e tradutor. Dentre as inovações promovidas pela imprensa de sua época, coube grande destaque ao aparecimento de novas narrativas literárias por meio da atividade tradutória, além das críticas literárias rotineiras. É neste contexto que o tradutor, conhecido por irradiar a fama do esteta e decadentista Oscar Wilde (1854-1900) no Brasil, publicou a sua tradução de Salomé em 1905 na revista Kósmos, em seguida como livro pela casa Garnier em 1908. A irreverência do texto, peça trágica de Wilde proibida na Londres de 1892, rendeu à sua tradução ora comentários laudatórios, ora investidas preconceituosas vindas da imprensa brasileira. Assim, o estudo da tradução da Salomé de Barreto toma especialmente como base a sua recepção por meio das críticas literárias para a construção de sua imagem como tradutor. Pelos paratextos usados, caros à analítica proposta, notou-se uma oscilação no discurso veiculado à sua imagem como tradutor, bem como à sua tradução. Este estudo objetiva evidenciar especialmente a importância do tradutor Paulo Barreto, proeminente agente cultural de transformações da Belle Époque brasileira, sobretudo em relação à sua relevância para as historiografias da tradução e da literatura brasileira.
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    Escrita que se faz com o corpo : a produção literária periférica de Nívea Sabino.
    (2024) Costa, Mikaela Gabriele Elias da; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Rezende, Carolina Anglada de; Machado, Rodrigo Corrêa Martins; Rezende, Carolina Anglada de; Soares, Ivanete Bernardino; Alexandre, Marcos Antônio
    Este estudo tem como objetivo investigar o uso da palavra falada e da palavra escrita pela autora Nívea Sabino, poeta-performática, dramaturga, cuja obra pode ser entendida como uma escrita que se faz com o corpo, isto é, uma escrita eminentemente performativa. O que almejamos, em síntese, no percurso dessa pesquisa, é acentuar que, tal produção periférica também pode ser lida como letramento de reexistência. Para tanto, foi analisada a segunda edição da obra Interiorana dessa autora. A dissertação desdobrou- se em dois momentos, nos quais procuramos tecer um diálogo teórico-crítico com pensadores precursores da literatura periférica, vertente em que a autora investigada se insere. E, ainda, à medida que avançamos teoricamente, entrelaçamos as nossas reflexões com poemas e relatos de Nívea, os quais evocamos para a análise. Por isso, reivindicamos uma abertura dos Estudos Literários para a enunciação de pretos(as) e periféricos(as) e, para tal, estamos inscritos dentro dos estudos do Mulherismo Africana proposto por Cleonora Hudson-Weens, do Letramento de Reexistência proposto por Ana Lúcia Silva Souza e dos Estudos de Performances proposto por pensadores importantes como Paul Zumthor, Richard Schechner, Barbara Cassin e Graciela Ravetti. Tecemos, também, diálogos entre Nívea Sabino, Leda Maria Martins e Érica Peçanha do Nascimento, dentre outros pensadores e pensadoras imprescindíveis que compõem essa escrita marcada pela tessitura do fazer africano em diáspora. Portanto, consideramos que o uso da palavra escrita ou falada pelos sujeitos periféricos vem modificando a forma de entendermos o que é considerado literário ou não na contemporaneidade.