Distribuição de mercúrio e arsênio nos sedimentos da área afetada por garimpo de ouro – Rio Gualaxo do Norte, Mariana, MG.

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2010
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
O estado de Minas Gerais, principalmente em áreas do Quadrilátero Ferrífero, é tradicionalmente conhecido por atividades de extração mineral como ferro, manganês, pedras preciosas e ouro. Essa última constitui uma importante fonte de elementos traço, já que as associações minerais presentes nesses depósitos auríferos são ricos em minerais sulfetados principalmente os que contêm arsênio (arsenopirita e pirita). Na região do rio Gualaxo do Norte, foco desse estudo, atividades de extração de ouro são comuns na forma de garimpos. Nesses garimpos utilizam-se desde técnicas rudimentares até equipamentos mais modernos, como dragas e bombas, além da utilização do mercúrio para a amalgamação do ouro. Tal atividade, face às suas peculiaridades, implica nas alterações das condições ambientais, com intensidade e diversidade de efeitos, cujos riscos nem sempre se restringem aos limites da área de trabalho. Com o objetivo de avaliar os impactos da mineração de ouro na qualidade da água e do sedimento no rio Gualaxo do Norte, foram realizadas duas campanhas de amostragens (período seco e período chuvoso). As análises incluíram determinação de Hg e As, além de outros elementos traço e maiores (Al, Ba, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Na, Ni, P, Sr, Th, Ti, V, Y, Zn e Zr) em amostras de sedimentos com granulometria menor que 63 μm e determinação de alguns parâmetros físico-químicos (pH, Eh, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos e temperatura) e elementos traço e maiores (Hg, As,Al, Ba, Ca, Co, Cr, Cu, Fe, K, Li, Mg, Mn, Na, Ni, P, Sr, Th, Ti, V, Y, Zn e Zr) para as amostras de água. Os resultados da análise revelam que apesar da atividade garimpeira ter diminuído na região do rio Gualaxo do Norte, as amostras de sedimentos do rio ainda apresentam teores consideráveis de mercúrio (0,14 – 0,53 mg/kg) e arsênio (8,6 – 82,4 mg/kg). Esses resultados quando comparados com os teores obtidos nas amostras dos tributários do rio Gualaxo do Norte mostram a influência do garimpo de ouro na contaminação do sedimento do mesmo rio. Os outros metais e metaloides analisados nos sedimentos apresentaram variações ao longo do rio Gualaxo do Norte em ambas as amostragens. Os valores obtidos para Hg, As ,Cr, Cu, Ni, Pb e Zn foram comparados com os valores-guia de qualidade dos sedimentos (VGQS) internacionais adotando-se os valores TEL/PEL. O arsênio ultrapassou os valores estabelecidos do PEL em todos os pontos dentro do rio Gualaxo do Norte, sendo que os outros elementos violaram os valores estabelecidos em apenas alguns pontos. Os resultados da análise química da água não apresentaram valores consideráveis preocupantes para Hg e As. Para os outros metais e metaloides analisados, observou-se que para a maioria dos elementos as concentrações obtidas apresentaram valores inferiores aos valores máximos permitidos pelo CONAMA para águas Classe I e II, mostrando que apesar dos sedimentos apresentarem altos teores para alguns elementos, eles não estão sendo disponibilizados para o meio aquoso.
Descrição
Palavras-chave
Sedimentos, Mercúrio, Arsênio, Ouro - garimpagem, Rio Gualaxo do Norte - Mariana - MG
Citação
RHODES, V. da P. Distribuição de mercúrio e arsênio nos sedimentos da área afetada por garimpo de ouro – Rio Gualaxo do Norte, Mariana, MG. 2010. 93 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.