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Título: Levando a sério as injustiças a ilegitimidade da autoridade política do estado brasileiro à luz do liberalismo do medo de Judith Shklar.
Autor(es): Monteiro, Elydia Leda Barros
Orientador(es): Arantes, Bruno Camilloto
Ventura, Raissa Wihby
Palavras-chave: Legitimidade - direito - legitimidade governamental
Liberalismo - Judith Nisse Shklar
Justiça social
Liberalismo
Data do documento: 2021
Membros da banca: Arantes, Bruno Camilloto
Ventura, Raissa Wihby
Morais, Flaviane de Magalhães Barros Bolzan de
Matos, Saulo Monteiro Martinho de
Referência: MONTEIRO, Elydia Leda Barros. Levando a sério as injustiças a ilegitimidade da autoridade política do estado brasileiro à luz do liberalismo do medo de Judith Shklar. 2021. 129 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Escola de Direito, Turismo e Museologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.
Resumo: Basta dar uma olhada pelas cidades grandes e pequenas do Brasil para observar as mais variadas e agudas injustiças que marcam as relações entre o Estado e as pessoas e destas entre si. A situação de pandemia acentuou ainda mais esses contextos colocando a nu as situações em que o Estado desconsidera o dever de assegurar direitos mínimos a todos. A injustiça social gerada pelo descumprimento dos direitos constitucionais é trivial. Porém, olhar para essa circunstância pode nos levar a questões mais profundas e menos óbvias: quais os reflexos dessas injustiças sobre a legitimidade da autoridade política? Há uma relação entre essas injustiças e a legitimidade do exercício do poder pelo Estado? Neste estudo defende-se que sim e que é possível descrever as formas pelas quais se pode afirmar essa ilegitimidade, tendo como eixo analítico o Liberalismo do Medo, a teoria da injustiça de Shklar e a teoria da vulnerabilidade em Fineman. Pretende-se apresentar boas razões para se afirmar que o Estado brasileiro não é legítimo do aspecto da autoridade política a despeito da pretensão de Estado Democrático e de Direito materializada pela Constituição. Para tanto, essa pesquisa adota a perspectiva das pessoas que vivem em situação de rua, as quais vivem no contexto que se denomina de área de intersecção entre a injustiça social e a vulnerabilidade acentuada, por compreender que são as pessoas que vivem nesses contextos as mais expostas às situações de medo e crueldade e, portanto, deveriam ser as principais destinatárias de políticas públicas do Estado. Considerando a percepção empírica de que este não cumpre esse dever, volta-se o olhar para a resposta que o Judiciário oferece às demandas produzidas por essas pessoas e grupos para demonstrar que também esse braço do Estado é parte da criação e reprodução de relações marcadas pela crueldade política porque a função jurisdicional, não reduz a linha do medo ao não reduzir as grandes zonas de injustiça social; porque o sistema de justiça não reconhece a vulnerabilidade acentuada como uma construção institucional e, com isso, eximese do dever de corrigir as estruturas que levam a essa proximidade com o risco e, por fim, porque o padrão normativo do sujeito invulnerável é mobilizado para operacionalizar essa dinâmica de negação de direitos e manutenção das exclusões do sistema de proteção a despeito do compromisso constitucional de garantia de direitos a todas as pessoas.
Resumo em outra língua: A glance at the big and small cities of Brazil will suffice to observe the most varied and acute injustices that mark the relations between the State and the people and between the latters one. The pandemic situation has exacerbated even more these contexts, laying bare the situations in which the State does not consider the duty to ensure minimum rights for everyone. The social injustice generated by the breach of constitutional rights is trivial. However, looking at this circumstance can lead us to deeper and less obvious questions: what are the consequences of these injustices on the legitimacy of political authority? Is there a relationship between these injustices and the legitimacy of the exercise of power by the State? In this study, we argue that yes, and that it is possible to describe the ways in which this illegitimacy can be affirmed, having as its analyticalaxis the Liberalism of Fear, the theory of injustice in Shklar, and the theory of vulnerability in Fineman. We intend to present good reasons for affirming that the Brazilian State is not legitimate in terms of political authority, despite the pretension of a Democratic State of Law embodied in the Constitution. Therefore, this research adopts the perspective of homeless people, who live in the context called the intersection area between social injustice and increased vulnerability, as it understands that the people who live in these contexts are the most exposed to situations of fear and cruelty and, thus, should be the main beneficiaries of the State public policies. Considering the empirical perception that the State does not fulfill this duty, we will turn our gaze to the response that the Judiciary offers to the legal demands of these people and groups, to demonstrate that this branch of the State is also part of the creation and reproduction of relations marked by political cruelty: first, because the judicial function does not reduce the line of fear by not reducing the great zones of social injustice; secondly, because the justice system does not recognize increased vulnerability as an institutional construction and, therefore, exempts itself from the duty to correct the structures that lead to this proximity to risk and, finally, because the normative standard of the invulnerable subject is mobilized to operationalize this dynamic of denial of rights and maintenance of exclusions from the protection system, despite the constitutional commitment to guaranteeing rights for all.
Descrição: Programa de Pós-Graduação em Direito. Departamento de Direito, Escola de Direito, Turismo e Museologia, Universidade Federal de Ouro Preto.
URI: http://www.repositorio.ufop.br/jspui/handle/123456789/14466
Licença: Autorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 20/01/2022 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite a adaptação.
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