Avaliação in vitro do potencial leishmanicida de derivados de aldiminas e adutos de Hantzsch.
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Data
2016
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Resumo
A Leishmaniose Visceral (LV) é a forma mais grave e devastadora da doença, que se não diagnosticada e tratada a tempo leva a óbito. O tratamento convencional da LV é baseado num repertório terapêutico restrito de fármacos como o antimoniato pentavalente e a anfotericina B, que apresentam elevada toxicidade. Dessa forma, o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas e a prospecção de novos fármacos é fundamental para o controle e tratamento da doença. Uma possível alternativa para novos medicamentos são os compostos sintéticos, e neste cenário encontram-se os derivados de aldiminas e adutos de Hantzsch que demonstraram prévia ação antifúngica e leishmanicida. Assim, nesse estudo propusemos testar in vitro a ação leishmanicida destes derivados de aldiminas (n=7) e adutos de Hantzsch (n=5) em diferentes células e por metodologias distintas. Avaliamos a citotoxicidade dos diferentes compostos pelo método colorimétrico de Brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2il)-2,5-difenil tetrazólio (MTT) em macrófagos murino (J774.A1) e canino (DH82) sendo observada uma maior citotoxicidade nos compostos de Aldiminas 3I5 e 3D7 com IC50 de 15 e 10 μg/ml, respectivamente. Ao contrário e de maneira satisfatória, os A. de Hantzsch demonstraram uma baixa citotoxicidade em comparação às formulações de aldiminas. A ação leishmanicida em promastigotas de L. infantum, cepa (OP46), dos diferentes compostos ocorreu logo após as 24 de tratamento com valores de redução inferiores a 25% da viabilidade, sendo mais evidenciada, principalmente no tempo de 72 horas de contato com as aldiminas (3H8 e 3G2) e com os a. Hantzsch (8B5 e 8B6) a viabilidade das promastigotas foi reduzida acima de 50%. Para a avaliação in vitro da atividade leishmanicida em amastigotas do parasito foram empregados macrófagos caninos DH82 infectados com promastigotas de L. infantum (OP46) e tratados com os diferentes compostos químicos por 24, 48 e 72 horas, sendo avaliado por análise microscópica bem como por citometria de fluxo empregando a L. infantum cepa (OP46) transfectada com o gene repórter GFP e os resultados encontrados foram semelhantes entre as duas metodologias empregadas (microscopia e citometria de fluxo). De um modo geral foi observado redução no percentual de infecção principalmente após 48 horas de tratamento para os compostos testados. No grupo das aldiminas, os compostos 3H8, 3H9 e 3D7 apresentaram reduções maiores na taxa de infecção dos macrófagos, chegando a porcentagens de redução próximas ao controle positivo tratado com Anfotericina B. Nos compostos do grupo de a. de Hantzsch destacam-se os compostos 8A2, 8B5 e 8B6, em que principalmente o 8B6 mostrou redução significativa no percentual de infecção em relação ao grupo controle em ambos os testes (microscopia e citometria de fluxo) em todos os tempos de avaliação (24, 48 e 72 horas). Os resultados in vitro demonstram à baixa citotoxicidade e satisfatória atividade leishmanicida tanto em promastigotas quanto em amastigotas de L. infantum de alguns dos compostos químicos de aldiminas (3H7 e 3D7) e a. de Hantzsch (8A4 e 8B6) testados. O conjunto de dados obtidos sugere que os compostos aqui avaliados possuem o potencial leishmanicida e merecem ser considerados bons candidatos para prosseguirem em estudos de quimioterapia experimental in vivo para Leishmaniose Visceral.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Leishmaniose visceral, Protozoário Leishmania infantum - green fluoescent protein, Bases de Schiff - aldiminas e adutos de Hantzch, Macrófagos, Citometria de fluxo
Citação
SALOMÃO, Neyza Emilia de Oliveira. Avaliação in vitro do potencial leishmanicida de derivados de aldiminas e adutos de Hantzsch. 2016. 117 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.