Sobre a evolução tectônica do orógeno Araçuaí-Congo ocidental.
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Data
2007
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Resumo
Caracterizada, há 30 anos atrás, como cinturão de dobramentos brasilianos que limitaria o Cráton do São
Francisco pelo sudeste e sul, a Faixa Araçuaí é hoje entendida como parte do domínio metamórfico externo
do Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental. Este componente da grande rede orogênica do Gondwana Ocidental
que, na África, compreende a Faixa Oeste-Congolesa e, no Brasil, a Faixa Araçuaí e terrenos adjacentes a
leste, possui uma série de atributos singulares. Contornado pelo Cráton do São Francisco-Congo e contíguo, a
sul, ao sistema orogênico Ribeira exibe, em mapa, uma forma em ferradura e vergências centrífugas, o que a
princípio sugere uma evolução essencialmente ensiálica. Os estudos realizados no Orógeno Araçuaí mostram,
entretanto, que geração e consumo de assoalho oceânico constituem fases da sua evolução, como também
o são vários pulsos de volumosa produção de magmas graníticos a partir de fontes tanto mantélicas, quanto
crustais. Analisado do ponto de vista tectônico, o Orógeno Araçuaí-Congo Ociental pode ser subdividido em
dez compartimentos, os quais desempenharam papéis distintos no curso de sua história. Dada a sua natureza
confinada e as funções cinemáticas desempenhadas pelas peças do seu arcabouço, postulou-se a hipótese,
ora em fase de teste, de que o Orogeno Araçuaí-Congo Ocidental tenha evoluído a partir de uma bacia
parcialmente assoalhada por crosta oceânica - a Bacia Macaúbas, iniciada por volta de 880 Ma - através um
mecanismo que lembra a operação de um quebra-nozes. Ou seja, as peças cratônicas do São Francisco e do
Congo, articuladas por meio de riftes interiores, mover-se-iam em sentidos opostos por forças de colisões
em suas margens e promoveriam o fechamento da bacia mediterrânea precursora. Ao evento colisional
principal, que se desencadeou por volta de 580 Ma, sucederam as fases de escape lateral da porção sul e de
colapso gravitacional. Antevê-se que a continuidade do estudo da porção brasileira desta feição orogênica,
que constitui um excepcional laboratório natural, trará respostas para muitas questões ainda em aberto não
só sobre esta, mas também sobre as cadeias de montanhas de um modo geral.
Descrição
Palavras-chave
Faixa Araçuaí, Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental, Evento Brasiliano-Panafricano, Neoproterozóico
Citação
ALKMIM, F. F. et al. Sobre a evolução tectônica do orógeno Araçuaí-Congo ocidental. Geonomos, v. 15, p. 25-43, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufmg.br/index.php/revistageonomos/article/view/11630>. Acesso em: 20 jun. 2017.