Epidemiologia das riquetsioses em área de foco silencioso para febre maculosa brasileira, município de Santa Cruz do Escalvado, Minas Gerais.
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Data
2007
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Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A Ordem Rickettsiales abriga um grupo de parasitas intracelulares obrigatórios, responsáveis por várias doenças humanas conhecidas como riquetsioses. Artrópodes hematófagos e seus hospedeiros são responsáveis pela disseminação da doença ao homem. Desde a década de 20, o Brasil apresenta histórico de doença riquetsial, onde a febre maculosa Brasileira destaca-se como a mais comum e a mais letal dessas riquetsioses. Embora os métodos sorológicos ainda sejam os mais indicados na confirmação da doença, o emprego de técnicas de biologia molecular vem modelando uma nova realidade ao diagnosticar e detectar cada vez mais patógenos específicos em todo o mundo. O município de Santa Cruz do Escalvado, localizado no Vale do Piranga, Zona da Mata, Minas Gerais, é considerado foco antigo para riquetsioses. Dentro do município, na localidade de Soberbo foi construída em 2004, a Usina Hidrelétrica de Candonga, alterando assim, a paisagem natural da região. Com o objetivo de compreender a atual situação desse município, dentro de uma concepção de ocupação e transformação do espaço geográfico como nosso marco teórico, buscamos avaliar o nível de transmissão de riquetsioses na população de animais domésticos e silvestres coletados em duas localidades pertencentes ao município, utilizando métodos sorológicos e ferramentas da biologia molecular. Foram capturados 94 vertebrados silvestres dentre eles, os roedores Rattus rattus, Nectomys squamipes e Oryzomys subflavus, além de gambás Didelphis aurita. Dos roedores capturados, foram obtidos tecidos (fígado e baço). Foram coletados 427 ectoparasitos, entre Amblyomma cajennense, Rhipicephalus sanguineus, Anocentor nitens, Boophilus microplus e pulgas da espécie Ctenocephalides canis em animais domésticos (cães e eqüinos). Foram também coletadas 166 amostras de soro dos roedores e dos animais domésticos, sendo estas submetidas à reação de imunofluorescência indireta utilizando antígenos específicos para Rickettsia rickettsii, Rickettsia parkeri, Rickettsia felis, Rickettsia bellii e Rickettsia amblyommii. Após a extração de DNA das amostras de tecidos de roedores e de pools dos ectoparasitos coletados, foi realizada a amplificação através de PCR duplex, contendo pares de oligonucleotídeos iniciadores gênero-específicos (CS e 17kDa), sendo o produto obtido reamplificado com um par de iniciadores internos de 17 kDa (full nested PCR). Os produtos amplificados foram visualizados em gel de poliacrilamida 8% corado pela prata e as amostras positivas foram purificadas, seqüenciadas e comparadas com outras seqüências depositadas no GenBank. A análise das seqüências obtidas de tecidos de roedores permitiu a identificação do gênero Rickettsia em pools de ectoparasitos das espécies A. cajennense, A. nitens e B. microplus coletados em eqüinos e da espécie R. sanguineus em pulgas coletadas em cães. Os dados sorológicos apontam o R. rattus como o único roedor sororeativo com 81,25% de positividade para riquétsias do Grupo da febre maculosa, comparado aos demais roedores capturados, cujos resultados sorológicos foram negativos. Foi também encontrada uma freqüência sorológica relativamente expressiva entre os gambás capturados apresentando 14,3% para R. rickettsii e 14,3% para riquétsias do Grupo da febre maculosa (GFM). Os eqüídeos apresentaram 5,4% de sororeatividade para R. bellii e 2,7% para riquétsias do GFM, enquanto os cães apresentaram somente 2% para R. rickettsii e 2% para R. parkeri.
Descrição
Palavras-chave
Rickettsia, Doenças transmitidas por carrapatos, Epidemiologia - Santa Cruz do Escalvado - MG, Febre maculosa
Citação
PENA, D. C. H. Epidemiologia das riquetsioses em área de foco silencioso para febre maculosa brasileira, município de Santa Cruz do Escalvado, Minas Gerais. 2007. 155 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2007.