Adequabilidade da assistência pré-natal e fatores associados em um município de Minas Gerais.
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Data
2016
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Resumo
O pré-natal consiste na assistência que é prestada à gestante desde o início da gravidez, com o objetivo de favorecer melhores condições de saúde para a mãe e o bebê. A qualidade do pré-natal pode ser avaliada utilizando-se o cartão da gestante, já que possui informações sobre os procedimentos realizados. Objetivo: Descrever a adequabilidade da assistência pré-natal do sistema único de saúde e sua associação com as características das gestantes e condições do recém-nascido, no município de Ouro Preto-MG. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, com gestantes acompanhadas no sistema SUS do município e que realizaram o parto na Santa Casa de Ouro Preto entre junho de 2013 a maio de 2014. A população foi descrita através de frequência absoluta e média e posteriormente as gestantes por meio da análise de cluster foram alocadas em três grupos, e posteriormente classificados em assistência adequada, intermediária e inadequada, conforme as recomendações. A análise de regressão logística multinomial foi realizada para verificar a associação entre a adequação da assistência, condições do recém-nascido e covariáveis sociodemográficas, econômicas e clínicas das gestantes. Devido a falta de associação entre adequação da assistência e condição ao nascer na análise anterior, optou-se por realizar uma regressão logística dicotômica para verificar se a falta de associação permaneceria. Análise de comparação das médias de peso ao nascer e Apgar de acordo com a adequação da assistência foi realizada. Resultados: Participaram do estudo 276 puérperas, entre 15 e 44 anos, com média de idade de 26,2 anos. A maioria das mulheres (56,5%) possuía 9 anos ou mais de estudo, iniciaram o acompanhamento no primeiro trimestre (59,8%) e realizaram seis ou mais consultas (89,5%). Quanto aos recém-nascidos, 50,7% era do sexo feminino, 88,4% nasceram com peso adequado, 96,4% nasceram a termo e 96,4% com boa condição vital. Após a primeira análise de cluster as gestantes do grupo 1 foram classificadas com assistência adequada (29,7%), o grupo 2 inadequada (36,2%) e o grupo 3 em intermediária (34,1%). A partir da regressão logística multinomial não foi observada associação entre a adequabilidade do pré-natal, condição do recém-nascido e covariáveis maternas. A partir da estratificação da assistência em adequada e inadequada observou-se que, somente as covariáveis maternas idade, estado civil e primeira gestação apresentaram associação à adequabilidade do pré-natal. Sendo observado que, mulheres com 34 anos de idade
ou menos apresentaram uma chance de aproximadamente 8 vezes maior de ter um pré-natal inadequado quando comparadas aquelas com 35 anos de idade ou mais. Gestantes solteiras apresentam quase duas vezes em relação as casadas e aquelas na primeira gestação uma chance 1,63 maior quando comparadas as com duas ou mais gestações de ter uma assistência pré-natal inadequada. Conclusão: O estudo revelou falta de associação entre a adequação da assistência pré-natal e a condição do recém-nascido (peso ao nascer e Apgar), sendo que as possíveis causas da não associação entre condição ao nascer e adequação da assistência pré-natal pode-se citar o fato de que as gestantes de alto risco não participaram do estudo por serem acompanhadas em outro município e que os partos com presença de agravantes são encaminhados para os serviços de referência da capital do estado.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Cuidado pré-natal, Análise de regressão logística, Peso ao nascer, Coeficiênte de Apgar
Citação
PEREIRA, Ricardo Duarte. Adequabilidade da assistência pré-natal e fatores associados em um município de Minas Gerais. 2016. 80 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2018.