Contribuição da deposição úmida (chuva e neblina) nas relações hídricas e nutricionais de fisionomias de campos ferruginosos na serra da Brígida, Ouro Preto, MG.
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Data
2012
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Resumo
No Quadrilátero Ferrífero, os campos ferruginosos são formações vegetacionais
que ocupam os topos de morros e que apresentam grande diversidade de fisionomias.
Áreas tipicamente campestres ocorrem sobre solos rasos e afloramentos de itabiritos e
cangas, enquanto formações florestais podem aparecer sobre solos bem desenvolvidos e
distróficos sobre hematita. Devido à acentuada sazonalidade das chuvas e as condições
edáficas, afirma-se que essas vegetações estão sujeitas à estresse nutricional contínuo e
hídrico em parte do ano. Por outro lado, especialmente durante a estação seca, tais
ecossistemas estão sujeitos a frequentes eventos de neblina orográficas e de advecção, o
que pode contribuir para as entradas e água e elementos químicos no local. A
quantificação da contribuição relativa da neblina e da chuva para as entradas de água e
nutrientes/poluentes em duas fitofisionomias de campos ferruginosos, campo rupestre
(CR) e floresta estacional semidecidual (MES), localizadas na Serra da Brígida,
município de Ouro Preto, MG, foi objetivo do presente trabalho. Objetivou-se também
avaliar o potencial de absorção da água de neblina pelos limbos foliares de Eremanthus
erythropappus, espécies ocorrente nas duas fitofisionomias. A forma como essas
entradas de água podem afetar parâmetros relacionados ao estresse hídrico de plantas
nos dois ambientes é discutida. Nossos resultados indicam que apesar da área de estudo
estar localizada a 450 km do litoral e em altitude superior a 1400 masl, a quantidade de
neblina na região (13% ou 142,39 mm) é similar àquela mensurada em sistemas
litorâneos de menor altitude. O menor índice de área foliar do CR possibilita que a
neblina alcance diretamente a superfície do solo e contribua para as relações hídricas
desta área aumentando o potencial hídrico de solo. Por outro lado, a maior interceptação
das gotículas de neblina pelas copas na floresta favorece maior absorção de água pelo
limbo foliar, como demonstrado para indivíduos de Eremanthus erythropappus. De
forma geral, a neblina contribui com a entrada de elementos cerca de 30 vezes mais
concentrados que a chuva. Parte do enriquecimento de nutrientes no nevoeiro não pode
ser atribuído as características da cobertura vegetal presente na Serra da Brígida ou as
características geoquímicas locais. Elevadas concentrações de elementos como Fe, Mg,
Zn e Al na atmosfera indicam possível contribuição das atividades de extração de
minério existente na região, enquanto que a alta deposição de S é atribuída a queima de
combustíveis nas regiões urbanas do entorno. De que forma tal entrada está afetando a
nutrição mineral da vegetação é tema a ser investigado em estudos futuros. Entretanto,
sabe-se que a deposição dos sais presentes na neblina sobre a superfície foliar pode
ocasionar alterações da camada cuticular afetando, dessa forma, a capacidade de
absorção de água pelo limbo foliar.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Citação
BAÊTA, Hudson Eustáquio. Contribuição da deposição úmida (chuva e neblina) nas relações hídricas e nutricionais de fisionomias de campos ferruginosos na serra da Brígida, Ouro Preto, MG. 80 f. 2012. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais) - Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.