A deformação das coberturas terciárias do planalto da Borborema (PB-RN) e seu significado tectônico.

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2001
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Resumo
A ocorrência de capeamentos sedimentares em cotas elevadas do Planalto da Borborema, no nordeste brasileiro, tem sido apontada como evidência do soerguimento experimentado por aquela porção do escudo brasileiro durante o Cenozóico. Tais sedimentos constituem a Fm. Serra do Martins (conglomerados e arenitos continentais), cuja idade é atribuída ao Eoterciário. Um estudo estrutural, sedimentológico e geocronológico realizado no capeamento sedimentar das serras de Cuité, Bom Bocadinho, Araruna, Dona Inês e Solânea-Bananeiras, no estado da Paraíba, revelou que a Fm. Serra do Martins sofreu um importante pulso de soerguimento sob a influência de um campo de tensões com forte componente compressional. Na porção estudada do Planalto da Borborema, os platôs sedimentares ocorrem como mesetas assimétricas que compreendem um grande homoclinal mergulhando para N e NNE. As estruturas mais penetrativas observadas em afloramentos são dois conjuntos de juntas subverticais com direções NNW-SSE e E-W. Também são frequentes falhas reversas de baixo ângulo, mergulhando principalmente para SE, assim como zonas de deslocamento intraestratal. Falhas direcionais dextrais de baixo a médio ângulo, com orientação NW-SE, estão presentes na zona de contato entre o embasamento cristalino e a cobertura sedimentar. Feições transcorrentes dextrais, orientadas nas direções NE-SW e NW-SE, ocorrem mais raramente. Na serra de Solânea-Bananeiras, as estruturas mais conspícuas são falhas normais de direção NNE-SSW e NW-SE, assim como conjuntos de juntas subverticais orientados segundo SSE, WNW-ESE e NE-SW. Análise cinemática e determinação de paleostress indicaram uma tensão compressional orientada na direção SE-NW para a nucleação da família de estruturas frágeis mais penetrativas, presentes na Fm. Serra do Martins, as quais incluem o par conjugado de juntas, as falhas reversas, as falhas direcionais dextrais de baixo ângulo e as zonas de deslocamento intraestratais. Além disso, a bissetriz aguda do par conjugado de juntas coincide com a direção da paleotensão principal máxima obtida pela análise dinâmica. Sobre o platô de Solânea-Bananeiras, a Fm. Serra do Martins encontra-se discordantemente sotoposta por um pacote de sedimentos siliciclásticos correlacionáveis à Fm. Barreiras, de idade miocênica-pliocênica. A Fm. Barreiras é afetada apenas por falhas normais e por juntas subverticais. O soerguimento do Planalto da Borborema, pelo menos na área estudada, deve ter sofrido a influência de mecanismos diversos, como variações no campo de tensões intraplaca associada à influência dos eventos magmáticos terciários daquela porção do nordeste brasileiro.
Descrição
Palavras-chave
Planalto da Borborema, Tertiary sedimentary covers, Análise de paleotensões, Cenozoic uplift
Citação
MORAIS NETO, J. M.; ALKMIM, F. F. A deformação das coberturas terciárias do planalto da Borborema (PB-RN) e seu significado tectônico. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 31, n.1, p. 95-106, 2001. Disponível em: <http://www.ppegeo.igc.usp.br/index.php/rbg/article/view/10450>. Acesso em: 04 set. 2014.