Avaliação da qualidade biológica da proteína da farinha da semente do pequi (Caryocar brasiliense Cambess) desengordurada e suplementada com lisina em ratos (Rattus norvegicus).
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Data
2017
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Resumo
O bioma cerrado é muito rico em espécies frutíferas (pequi, baru, buriti, caju do cerrado)
que destacam-se por suas qualidades sensoriais, como cor, sabor e aroma, e por apresentarem
potencialidades no mercado de polpas e amêndoas. Dentre essas espécies, o pequi merece uma
especial atenção porque possui uma amêndoa rica em proteínas e que ainda é pouco explorada.
As proteínas presentes nos alimentos podem ser classificadas conforme a qualidade, que
depende do perfil e da proporção de aminoácidos essenciais, da biodisponibilidade e da
hidrólise durante o processo de digestão, que pode interferir na absorção. Estudos com as
espécies nativas do cerrado são necessários para fornecer subsídios que incentivem uma melhor
utilização dessas como fonte complementar de nutrientes pela população local, e também, para
sua exploração comercial como fonte geradora de emprego e renda. Com base nessas
informações, este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade biológica e bioquímica da
farinha da semente do pequi desengordurada e suplementada com lisina através da análise de
parâmetros nutricionais e bioquímicos provenientes de ensaio com animais jovens. Neste
estudo foram feitos dois delineamentos, sendo que no primeiro os animais foram divididos em
quatro grupos com dez animais: controle, aprotéico, farinha da semente do pequi (FSP) e farinha
da semente do pequi suplementada com o primeiro aminoácido limitante - lisina (FSPAL). A
dieta aprotéica era isenta de proteínas e as demais dietas apresentavam um teor de 10% de
proteínas e diferiram quanto à fonte protéica (caseína na dieta controle ou farinha da semente
do pequi). Esse experimento teve duração de 14 dias. No segundo delineamento utilizou-se 36
animais que foram acompanhados por 30 dias, a divisão dos grupos experimentais foi mantida,
exceto o grupo dieta aprotéica que foi excluído. Durante os experimentos foram feitas a
avaliação do consumo alimentar, a coleta de fezes e a mensuração do peso dos animais. Ao
final dos experimentos, os animais foram anestesiados, eutanasiados e foi realizada a coleta do
sangue e dos órgãos. Os resultados mostraram que, em relação à composição centesimal, os
nutrientes de maior concentração na semente do pequi in natura foram os lipídeos (55,42%),
seguidos pelas proteínas (25,28%), além disso, a semente mostrou-se boa fonte de minerais. O
aminoácido essencial mais deficiente na semente foi a lisina, apresentando um escore químico
de 39%. Em relação aos métodos biológicos de determinação da qualidade protéica, o
coeficiente de eficiência protéica (PER) do grupo controle foi significativamente superior aos
demais grupos. Cabe destacar, que o grupo FSPAL, que foi suplementado com lisina, foi
estatisticamente superior ao grupo que recebeu a dieta FSP, com um aumento de
aproximadamente cinquenta por cento nesse índice. Para os demais índices, Razão Protéica
Líquida (NPR), Digestibilidade Verdadeira (DV), Balanço Nitrogenado Aparente (BNap) e
Utilização Protéica Líquida (NPU), os grupos FSP e FSPAL não diferiram estatisticamente
entre si. Os nossos achados mostraram que a semente apresentou teores significativos de
lipídeos, proteínas, fibras e minerais, além de ter uma proteína de boa digestibilidade.
Observou-se um efeito da suplementação com lisina no coeficiente de eficiência protéica que é
o método biológico mais exigente em termos de qualidade protéica. Portanto, a semente do
pequi representa um alimento com bom valor nutricional, devendo ser melhor aproveitada na
alimentação.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Pequi, Qualidade protéica - pequi, Caryocar brasiliense Cambess - pequi, Ratos - experiências
Citação
FAGUNDES, Miliane Martins de Andrade. Avaliação da qualidade biológica da proteína da farinha da semente do pequi (Caryocar brasiliense Cambess) desengordurada e suplementada com lisina em ratos (Rattus norvegicus). 2017. 120 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2017.