Poder religioso e poder secular no embate pelo modelo civilizador musical em fins do século XVIII.
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Data
2017
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Resumo
Este artigo discute a disputa entre o poder secular e o poder religioso na capitania de São Paulo colonial, no último quartel do século XVIII, pelo modelo musical a ser exercido na igreja da Sé por ocasião da chegada do quarto mestre de capela André da Silva Gomes. Aborda os modelos comunicativos em jogo e como a música, a partir de sua expressividade calcada no modelo retórico, incluindo as tópicas, poderia representar o poder divino (o estilo antigo, mais próximo a um modelo barroco) ou o poder secular ilustrado (o estilo moderno, mais afeito ao modelo musical rococó-clássico). “Civilizar” os paulistas passava também pelo controle do modelo comunicacional musical, ligado não só ao caráter (ethos) da obra, mais suscitado por uma gama de afetos (pathos) articulados a partir das possibilidades expressivas do texto religioso ou profano. Mais do que uma disputa estético-estilística, dominar as estratégias sensíveis era governar também as almas e os corações dos ouvintes e, desse modo, controlar um modelo de conduta social.
Descrição
Palavras-chave
História da música brasileira, Música do Brasil colonial, Retórica musical, Musical style, Aesthetics
Citação
LIMA, E. V. de. Poder religioso e poder secular no embate pelo modelo civilizador musical em fins do século XVIII. Revista Brasileira de Música, Rio de Janeiro, v. 30, n. 1, p. 43-72, jan./jun. 2017. Disponível em: <https://revistas.ufrj.br/index.php/rbm/article/view/26307>. Acesso em: 24 maio 2021.