Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica em mulheres no climatério.

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Data
2016
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Resumo
Têm-se associado ao climatério, um aumento do risco de síndrome metabólica (SM), que pode ser explicado pela diminuição da taxa de metabolismo basal e por alterações hormonais decorrentes desta fase da vida da mulher. No entanto, ainda são escassos os estudos sobre a SM em mulheres no climatério, principalmente no Brasil. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a prevalência de síndrome metabólica em mulheres no climatério e investigar os fatores associados ao seu desenvolvimento. Para isto, foram selecionadas 300 mulheres, na faixa etária de 40 a 65 anos, residentes no município de Ouro Preto, MG. Foram realizadas entrevistas, coletas de sangue para avaliação bioquímica e hormonal (glicemia de jejum, perfil lipídico, ácido úrico, PCRas, insulina, TSH, FSH, LH, estradiol, progesterona e testosterona total), medidas de pressão arterial e antropométricas (peso, altura, gordura corporal, circunferência de cintura e de quadril). A partir destas determinações foram calculados os índices de adiposidade (CC, IMC, RCQ, RCE, GC e IC) e os de risco de DCV e de osteoporose (AIP e Osteorisk). A SM foi determinada usando os critérios do National Cholesterol Education Program (NCEP), da International Diabetes Federation (IDF) e Joint Interim Statement (JIS). Para os fatores bioquímicos e antropométricos associados a SM foram determinados novos pontos de corte usando a curva ROC. Regressão logística foi usada para estimar o risco de desenvolvimento de SM. A prevalência de SM no climatério foi 41,0% (NCEP), 44,7% (IDF) e 46,0% (JIS). A concordância entre estas classificações foi excelente (k>0,80). Em mulheres pósmenopausa que relataram menopausa natural a SM foi mais frequente. A circunferência de cintura foi o componente individual da SM mais alterado (81,0%) e o que apresentou menor alteração foi a glicemia (26,0%). As variáveis associadas estatisticamente à SM (p<0,05) foram faixa etária, status menopausal, paridade, ácido úrico, PCRas, insulina, HOMA-IR, estradiol, índice de massa corporal (IMC), gordura corporal (GC), circunferência de cintura (CC), relação cintura quadril (RCQ), relação cintura estatura (RCE), índice de conicidade (IC) e índice aterogênico do plasma (AIP). Foram definidos os seguintes pontos de corte para as variáveis bioquímicas, hormonais e antropométricas associadas à SM: HOMAIR (1,72); insulina (7,99 μUI/mL); PCRas (1,85 mg/L) e ácido úrico (5,5 mg/dL); RCQ (0,85); RCE (0,52); IC (1,25); CC (85,5 cm); IMC (26,64 kg/m2) e GC (32,5%). Os fatores idade/envelhecimento, status menopausal, obesidade abdominal, inflamação, resistência insulínica, hiperuricemia e hipoestrogenismo aumentaram o risco de desenvolvimento da SM. Os melhores preditores da SM foram HOMA-IR, RCE e RCQ. A prevalência de SM, pelos critérios de JIS, após a inclusão dos novos pontos de corte se elevou para todas as variáveis associadas. Os resultados apontam a necessidade de maior investigação e controle da SM, principalmente da obesidade abdominal em mulheres climatéricas.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Climatério, Menopausa, Síndrome metabólica - fatores associados, Prevalência
Citação
GOUVEA, Thiago Magalhães. Prevalência e fatores associados à síndrome metabólica em mulheres no climatério. 2016. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.