Atividade antinociceptiva, antiartrite gotosa e antioxidante de Lychnophora pinaster.
Data
2019
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Resumo
A gota é uma enfermidade que acomete as articulações e tecidos subcutâneos devido à
deposição de cristais de ácido úrico nestes locais, seguido de inflamação, dor e disfunção
do membro atingido. Os fármacos disponíveis atualmente para o tratamento da artrite
gotosa são reduzidos, sua farmacoterapia não abrange todos os sintomas da gota em
apenas um medicamento e apresentam uma série de efeitos adversos, justificando a
necessidade da busca por novas opções terapêuticas. As Lychnophoras, conhecidas
popularmente como “arnica”, são espécies utilizadas na medicina popular na forma de
soluções hidroalcóolicas ou pomadas para o tratamento da dor, reumatismo e inflamação.
Pesquisas anteriores realizadas na UFOP demonstraram os efeitos do extrato etanólico da
Lychnophora pinaster (EEL) sobre a hiperuricemia, inflamação e nocicepção. O presente
estudo avaliou os efeitos do EEL e de seus constituintes químicos principais sobre a artrite
induzida por cristais de urato monossódico (MSU) na articulação fêmur-tibial de
camundongos C57BL/6 e sobre o estresse oxidativo. Como resultado da atividade
antinociceptiva, o EEL na maior dose avaliada, reduziu o limiar de nocicepção de maneira
equivalente a indometacina, fármaco anti-inflamatório (padrão) do experimento.
Provavelmente as substâncias presentes no EEL, ácido cinâmico, quercetina, lupeol e
estigmasterol foram responsáveis pelo efeito antinociceptivo de EEL, sendo que o lupeol
foi mais efetivo que a indometacina. Na determinação da atividade antioxidante, o EEL não
apresentou efeito sobre a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase
(CAT) no tecido periarticular. Das substâncias avaliadas, apenas vitexina promoveu o
aumento da atividade da CAT e o ácido E-licnofórorico estimulou o aumento tanto da
atividade da SOD quanto da CAT. A redução da migração de neutrófilos para a cavidade
periarticular da articulação fêmur tibial dos camundongos foi observada nos grupos tratados
com diferentes doses do EEL e nos grupos tratados com as substâncias presentes em L.
pinaster, ácido cinâmico, rutina, quercetina, vitexina, lupeol, estigmasterol, ácido cafeico e
ácido clorogênico. Neste trabalho o efeito anti-inflamatório do EEL observado, ocorreu pela
inibição da migração de neutrófilos e pela redução das concentrações das citocinas próinflamatórias, IL-1β e TNF-α, na região inflamadada. Todas as substâncias detectadas no
EEL contribuíram para os efeitos do extrato sobre a artrite. O ácido cinâmico, a rutina, ácido
E-licnofórico e o estigmasterol demonstraram sua capacidade de inibição da IL-1β. Já o
ácido cafeico e a vitexina promoveram a diminuição tanto da citocina IL-1β, como do TNFα. Dessa forma, o extrato etanólico de Lychnophora pinaster e seus constituintes principais se mostraram promissores para o tratamento da dor e inflamação decorrentes da artrite
gotosa.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Lychnophora pinaster, Dor - tratamento, Inflamação
Citação
BARROS, Camila Helena. Atividade antinociceptiva, antiartrite gotosa e antioxidante de Lychnophora pinaster. 2019. 76 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.