Efeito do consumo da polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart.) sobre parâmetros relacionados à resistência insulínica em mulheres com peso normal e excesso de peso.

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Data
2017
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Resumo
O tecido adiposo é um órgão endócrino ativo que secreta diversas substâncias bioativas como omentina, leptina, adiponectina entre outros, estando estas diretamente relacionadas ao desenvolvimento da resistência insulínica, inflamação e hipertensão. Algumas adipocinas, como a omentina, podem agir de forma anti-inflamatória; sua ação faz com que haja um aumento da captação de glicose mediada pela insulina e inibe a ação pro-inflamatória da proteína C reativa (PCR), contribuindo dessa forma para uma melhora do estado inflamatório e oxidativo. Têm-se demonstrado uma forte associação entre excesso de adiposidade, mediadores inflamatórios e deficiência da ação da insulina, caracterizando a obesidade como um estado de inflamação crônica. Uma alimentação rica em frutas e vegetais está inversamente associada a distúrbios metabólicos e isto se deve, principalmente, pelos compostos antioxidantes presentes nestes alimentos. O açaí é uma fruta rica em antioxidantes como os polifenóis, que têm apresentado muitos benefícios para a saúde devido ao seu potencial efeito antioxidante, anti-inflamatório e potencializador de insulina, causando redução das concentrações de glicose tanto em diabéticos quanto em obesos. Com isso, este trabalho objetivou avaliar os efeitos da ingestão da polpa de açaí sobre variáveis relacionadas à resistência insulínica em mulheres eutróficas e com excesso de peso. Foi realizado um estudo prospectivo de intervenção nutricional onde foi avaliado o efeito do consumo de 200g da polpa de açaí durante quatro semanas sobre variáveis bioquímicas, dietéticas, clínicas, antropométricas e de atividade física em mulheres eutróficas e com excesso de peso. Foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a distribuição dos dados. A comparação entre médias e medianas dos grupos foi feita mediante o teste t Student e Wilcoxon, respectivamente. Para avaliar a correlação dos demais parâmetros com a omentina, foi realizado o teste de correlação de Pearson e Spearman para dados paramétricos e não paramétricos respectivamente. Foi utilizado o programa GraphPadPrism versão 5. De acordo com os resultados obtidos, dentre as variáveis biquímicas, a intervenção acarretou em um aumento da concentração média de omentina no grupo eutrófico. A omentina pode atuar na modulação da expressão de citocinas pró-inflamatórias e aumentar a captação de glicose mediada por insulina em adipócitos, o que favorece a sensibilidade à insulina. Uma variedade de adipocinas como a leptina, adiponectina, TNF, IL-6 e IL-8 e proteínas de fase aguda que são estimuladas por fatores inflamatórios como o PCR e PAI-1 estão relacionadas à resistência insulínica e se encontram diretamente proporcionais à quantidade de tecido adiposo, entretanto, não foi observado diferença destes fatores após a ingestão da polpa. Este resultado pode ser devido à quantidade de açaí consumida, com isso, são necessários mais estudos para avaliar a dose adequada para este efeito. Apesar de terem sido observados um menor número de variáveis com diferenças significativas comparado ao total avaliado, a ingestão da polpa de açaí modificou parâmetros importantes na avaliação da resistência insulínica como a concentração de omentina e também apresentou correlações com glicose, insulina, HOMA IR e a proteína de fase aguda PAI-1. Com isso, a ingestão da polpa de açaí pode auxiliar na prevenção de distúrbios metabólicos associados à RI, como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardiovasculares entre outras.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Inflamação, Resistência à insulina, Antioxidante, Açaí, Polifenóis
Citação
DIAS, Bruna Vidal. Efeito do consumo da polpa de açaí (Euterpe oleracea Mart.) sobre parâmetros relacionados à resistência insulínica em mulheres com peso normal e excesso de peso. 2017. 89 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2017.