Resposta pressora à microinjeção de L-glutamato no bulbo rostroventrolateral de ratos submetidos à desnutrição protéica.
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Data
2008
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A desnutrição energético-protéica caracteriza-se pela existência de um desequilíbrio celular entre o fornecimento de nutrientes e a demanda corporal para assegurar o crescimento e funções orgânicas específicas. Dados anteriores do nosso laboratório sugerem um comprometimento dos reflexos neurais de controle da pressão arterial de ratos acordados submetidos à desnutrição protéica. Considerando que o Bulbo Rostroventrolateral (RVLM) desempenha um importante papel na regulação cardiovascular por conter neurônios retículo-espinhais pré-motores simpáticos e que o L-glutamato parece ser o principal neurotransmissor excitatório dessa área decidimos então, estudar o perfil da resposta pressora secundária à microinjeção de L-glutamato no RVLM de ratos não-anestesiados submetidos à desnutrição protéica. Foram utilizados 34 ratos Fisher divididos em dois grupos de acordo com a dieta recebida: 15% de proteína durante 35 dias para o grupo controle (n = 15) ou 6% de proteína para o grupo desnutrido (n = 19). Foram implantadas cânulas-guia em direção ao RVLM desses animais quatro dias antes dos experimentos. No dia anterior aos experimentos foi inserido um cateter na artéria femoral para registro dos parâmetros cardiovasculares. Os resultados encontrados mostraram que os animais desnutridos apresentaram níveis de frequência cardíaca basal significativamente maiores quando comparados aos animais controle (412,18 ± 16,03 bpm vs. 370,74 ± 9,59 bpm, respectivamente). Além disso, os animais desnutridos apresentaram alterações na curva de resposta pressora associada à microinjeções de diferentes doses de L-glutamato no RVLM (1 fM: 8,35 ± 0,95 (n = 2) vs. 6,3 ± 1,4 mmHg (n = 2); 10 fM: 16,025 ± 2,19 (n = 4) vs. 6,13 ± 3,03 mmHg (n = 3); 100 fM : 20,66 ± 4,12 (n = 3) vs. 7,57 ± 1,64 mmHg (n = 4); 1 pM: 14,23 ± 3,07 (n = 3) vs. 16,23 ± 4,43 mmHg (n = 3); 10 pM: 12,32 ± 4,9 (n = 4) vs. 8,45 ± 2,05 (n = 4) mmHg; 100 pM: 21,02 ± 5,39 (n = 5) vs. 8,7 ± 2,23 mmHg (n = 3); 1 nmol: 18,6 ± 0,72 mmHg (n = 5) vs 30,6 ± 1,25 mmHg (n = 3); 10 nM: 23,92 ± 3,11 (n = 4) vs. 32,24 ± 5,35 mmHg (n = 5); 100 nM: 24,8 ± 4,68 (n = 4) vs. 36,43 ± 7,15 mmHg (n = 3), respectivamente). Essas diferenças não podem ser explicadas por alterações na linha de base da pressão arterial média ou no pico de respostas pressoras obtidas após a microinjeção de L-glutamato no RVLM. A avaliação do índice bradicárdico revelou que, após microinjeções de baixas concentrações de L-glutamato (1x10-15M a 1x10-13M) no RVLM, os animais desnutridos apresentaram redução da função baroceptora, ao passo que, após microinjeções de doses maiores de L-glutamato (1x10-12 M a 1x10-9 M), o índice bradicárdico dos animais desnutridos não se mostrou alterado. Portanto, os resultados do presente estudo mostram que o protocolo de desnutrição protéica pós-desmame foi capaz de promover disfunções na neurotransmissão glutamatérgica do barorreflexo no RVLM.
Descrição
Palavras-chave
Desnutrição, Pressão arterial, Barorreflexo
Citação
RODRIGUES, F. A. Resposta pressora à microinjeção de L-glutamato no bulbo rostroventrolateral de ratos submetidos à desnutrição protéica. 2008. 52 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2008.