Atividade cardiovascular in vivo do extrato etanólico de Lychnophora trichocarpha Spreng.

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2012
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
As Lychnophoras, plantas nativas do Brasil, pertencem à família Asteraceae e são largamente utilizadas pela população como analgésicos e anti-inflamatórios, sob a forma de extratos. O presente trabalho teve por objetivo principal a investigação dos efeitos cardiovasculares in vivo do extrato etanólico bruto da espécie Lychnophora trichocarpha Spreng. O extrato de L. trichocarpha foi preparado com as partes aéreas da planta, administrado por via oral em dose única de 1,5 g/kg e avaliado até 5 horas após sua administração. Os animais foram anestesiados com tiopental sódico e foram avaliados a pressão arterial (PA) e o eletrocardiograma na derivação DII (ECG DII). O extrato aumentou de maneira significativa os valores da PA, sendo os aumentos máximos observados na PAS de 29 % e na PAD de 36 % 3,5 horas após sua administração. Considerando que o extrato induziu aumento da PA até 5 horas após sua administração, foi realizado tratamento agudo I.V. com fármacos anti-hipertensivos de diferentes mecanismos de ação (atenolol, captopril e prazosina) em grupos distintos, a fim de caracterizar o mecanismo de ação in vivo do extrato sobre a PA. As reduções máximas da pressão foram observadas após administração de prazosina, sendo 32 e 38 % para PAS e PAD, respectivamente. Para a obtenção e caracterização de um potencial modelo de doença cardiovascular, foi utilizado a inibição da síntese de óxido nítrico (NO). Para isso, os animais foram tratados com L-NAME 60mg/kg por 7 dias e mantidos por 6 meses. Ao final de 6 meses após o final do tratamento, os animais foram então anestesiados com quetamina/xilazina e foram avaliados a PA, ECG (DII), pressão no ventrículo esquerdo (PVE), análise hematológica e bioquímica de creatinina e ureia e histologia cardíaca dos animais tratados previamente e do grupo sem tratamento. Na análise do ECG, intervalos PR, QT e QTc estavam reduzidos no grupo que recebeu o tratamento prévio. O dado mais relevante foi obtido na análise histológica cardíaca, em que os animais tratados com L-NAME apresentaram número de núcleos celulares reduzido, acompanhado de aumento da deposição de colágeno. A lactona sesquiterpênica eremantolida C, isolada do extrato etanólico de L. trichocarpha,também foi avaliada quanto à ação cardiovascular na dose de 10 mg/kg por via I.V. e aumentou a PAS, PAD e PVE máx (27 %) até 4 minutos, diferente da digitoxina 0,3 mg/kg que manteve o aumento desses níveis de 1 a 2 horas após sua administração I.V. Na avaliação da potencial atividade cardioprotetora da eremantolida C os animais anestesiados receberam estimulação simpática com NA 1, 3 e 10 g/kg antes e após a administração da eremantolida C 10 mg/kg. Foram avaliados a PA, FC, intervalo QT e QTc. Os resultados mostraram que apesar de não ser observado diferença significativa após a administração da eremantolida C as alterações causadas pela NA foram mais discretas. Assim, pode-se concluir que o extrato de L. trichocarpha por via oral apresenta toxicidade cardíaca que parece ocorrer com a contribuição do sistema nervoso simpático periférico em nível vascular; que o modelo de inibição da síntese do NO utilizado se mostrou com poucas alterações e que para a eremantolida C a atividade cardiovascular é discreta.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Citação
PAULA, Danielle Cristiane Correa de. Atividade cardiovascular in vivo do extrato etanólico de Lychnophora trichocarpha Spreng. 2012. 97 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.