Cyberbullying : uma análise das percepções de estudantes da educação básica da cidade de Ipatinga/MG.

Abstract

O cyberbullying é um fenômeno que se destaca com frequência no Brasil, nos noticiários da mídia, nos jornais e até mesmo nas rodas de conversas entre amigos. Esse fenômeno desperta nosso interesse, principalmente, pelo fato de que as relações humanas estão migrando de forma muito intensa, para as plataformas de convivências online, como redes sociais e grupos de mensagens. Dessa forma, grande parte das agressões que eram cometidas de forma presencial está sendo praticada também pela internet. As pesquisas brasileiras realizadas até a presente data, não abordam o cyberbullying enfatizando a compreensão do nível de incidência entre a população e suas possíveis causas. Ao analisarmos a literatura existente sobre o cyberbullying, constatamos que grande parte dos trabalhos realizados no país têm priorizado análises qualitativas. Sendo assim, colocamos como objetivo da nossa pesquisa, realizar um inventário da prevalência do fenômeno cyberbullying entre alunos de três escolas do município de Ipatinga/MG, duas da rede pública e uma da rede privada. Quanto à incidência do fenômeno entre os participantes da pesquisa, podemos destacar que entre os 318 participantes, 172 alunos, 54,09%, responderam ter cometido algum tipo de cyberbullying. Entre as vítimas destacamos que 192 participantes, 60,38% dos 318, responderam ter sofrido algum tipo de cyberbullying. Sobre o cyberbullying relacionado ao tipo de escola, observamos o envolvimento mais elevado entre os estudantes das escolas públicas, 80,6%, em contrapartida, tivemos um percentual significativo de vítimas na escola privada, 65%. Em relação ao sexo e suas ligações com o cyberbullying, observamos que meninas e meninos não se distinguem muito quanto ao envolvimento como agressores, mas as meninas apresentaram uma pequena diferença como vítimas. Sobre o cyberbullying e suas relações com cor/raça, podemos observar que a participação em percentual, tantos dos agressores como as vítimas estiveram representados entre as raças com igual proporção na nossa amostra. Isso pode indicar que não há diferenças significativas dessas cores/raças no envolvimento com o cyberbullying. Sobre as relações entre escolaridade dos pais e cyberbullying, podemos observar que o percentual de envolvimento em agressões online aumenta quando a escolaridade dos pais e mães é maior. Mães e pais com Pós-graduação tiveram seus filhos com uma pontuação maior como agressores e vítimas.