Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX).

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Data
2021
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Resumo
Este artigo é resultado de pesquisas acerca das sonoridades ecoantes em Minas Gerais entre os séculos XVIII e XIX, desenvolvidas no âmbito dos estágios pós-doutorais realizados junto ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ao Programa de Pós- graduação em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Discorre sobre o tríplice regime de escuta (teológico- católico, racional-ilustrado e romântico) que conferia sentidos à pluralidade sonora ecoante nas terras mineiras entre os séculos XVIII e XIX, ou seja, antes da virada tecnológica que permitiu a gravação e a reprodução de sons em equipamentos de produção industrial. As sonoridades que então reberveravam nessa espacialidade (dos ecossistemas, dos ofícios, das práticas de sociabilidade, de religiosidade, de controle e repressão sócio-política etc.) eram significadas mediante códigos politicoculturais, aqui conceituados como regimes de escuta, com seus específicos critérios de valoração, hierarquização, depreciação e até de silenciamento do audível. Em termos teóricos, a noção de regime de escuta, fundamentada na reflexão foucaultiana, é cotejada neste texto com a concepção musicológica de paisagem sonora. De forma concomitante, é postulado, em interlocução com a reflexão formulada por Michel de Certeau, que os regimes de escuta operantes em Minas colonial e imperial tiveram importante papel na configuração histórica deste território, buscando aproximá-la de um projeto civilizatório continuamente esgarçado não só por tensões e conflitos com alteridades ambientais e socioculturais, mas também por práticas de resistência e subversão dos grupos subalternizados.
Descrição
Palavras-chave
Sonoridade, Paisagem sonora, Sonority, Soundscape
Citação
BUARQUE, V. A. de C.; BUSCACIO, C. M. Regimes de escuta e espaço histórico de Minas (séculos XVIII-XIX). Antíteses, Londrina, v. 14, n. 28, p. 223-257, jul./dez. 2021. Disponível em: <https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/43619>. Acesso em: 24 maio 2022.