Preparação e caracterização de géis de alginato, quitosana e nanoceluloses para aplicações biomédicas.
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Data
2019
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Resumo
Os hidrogéis têm sido estudados como materiais promissores para diferentes aplicações biomédicas,
seja em cicatrização de feridas, liberação controlada de medicamentos, ou como scaffolds para a
medicina regenerativa. Neste trabalho foram preparados géis funcionais de alginato e nanoceluloses
(com e sem modificação química) e géis de redes poliméricas semi-interpenetrantes (semi-IPNs) de
alginato, quitosana e nanoceluloses. Os hidrogéis foram liofilizados e denominados géis. Os
nanocristais de celulose (CNC) e CNC oxidado via reação mediada por 2,2,6,6-tetrametilpiperidina1-oxila (TEMPO) foram obtidos a partir de hidrólise ácida da polpa de Eucalyptus branqueada; as
nanofibras de celulose (NFC) e NFC oxidada via reação mediada por TEMPO (NFCT) foram obtidas
a partir da desintegração mecânica da polpa de celulose. Estas nanonoceluloses e os géis preparados
foram caracterizados por diferentes técnicas como FTIR-ATR, DRX, MET, MEV, TGA, DMTA e
microtomografia computadorizada de raios-X (micro-CT). A adição das nanoceluloses aos géis de
alginato e aos géis semi-IPNs alginato/ quitosana, principalmente das NFCT, contribuiu para
aumentar a estabilidade dimensional e o tamanho dos poros dos géis quando comparados àqueles sem
nanoceluloses. Estas características são muito importantes para o transporte de nutrientes e
crescimento celular. O desempenho mecânico dos materiais, de grande importância para as suas
aplicações finais, foi melhorado a partir de um pós-tratamento térmico (a 80oC) para as amostras
contendo NFCT. O aumento da temperatura também favoreceu as interações entre as cadeias dos
polieletrólitos alginato e quitosana nos géis semi-IPNS alginato/ quitosana. Avaliou-se a
citotoxicidade e o crescimento celular nos géis preparados utilizando-se o teste MTT (brometo de
(4,5-dimetiltiazolil-2) -2,5-difeniltetrazólio) tanto por contato direto das células de fibroblastos L929
com os géis, quanto pelo método do contato indireto. A adição das nanoceluloses, em especial das
NFCT (50% m/m) aos géis contribuiu para a bioadesão e crescimento das células de fibroblastos nos
novos materiais. As propriedades morfológicas, físico-químicas e mecânicas dos géis de alginato e
nanoceluloses e dos géis semi-IPNs alginato/ quitosana e nanoceluloses favoreceram a interação
célula-material e a proliferação dos fibroblastos durante os 7 dias de cultura. A otimização da
preparação destes materiais, com base nos procedimentos e resultados obtidos no presente trabalho,
indica que os géis à base de nanoceluloses desenvolvidos são materiais interessantes e promissores
para aplicações biomédicas.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Materiais. Departamento de Engenharia Metalúrgica, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Géis, Viabilidade celular, Propriedades mecânicas, Biomateriais, Nanotecnologia
Citação
CARVALHO, Priscila de Freitas Siqueira. Preparação e caracterização de géis de alginato, quitosana e nanoceluloses para aplicações biomédicas. 2019. 186 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Materiais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.