Evolução da cardiopatia chagásica em cães tratados com Benznidazol na fase crônica da infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi.
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Data
2010
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A eficácia do tratamento com Benznidazol (Bz) na fase crônica da infecção e conseqüente prognóstico da cardiopatia chagásica permanece controversa. Neste estudo foram avaliados os efeitos do tratamento com Bz na evolução da cardiopatia chagásica crônica, utilizando cães infectados com a cepa Berenice-78 como modelo experimental. Os animais infectados foram divididos em dois grupos experimentais: (i) 12 cães tratados na fase crônica com 7,0 mg de Bz/kg, divididos em duas doses diárias, durante 60 dias; (ii) 12 cães mantidos como controles não tratados. Outros 8 animais constituíram o grupo controle não-infectado. A parasitemia foi monitorada pela PCR realizada em amostras de sangue e tecido muscular cardíaco coletados no 1o e 12o mês após o tratamento (MAT). A potente supressão da parasitemia, induzida pelo tratamento com Bz, foi observada pelos resultados negativos em 81,9% (9 de 11) dos animais tratados em relação a 36,3% (4 de 11) nos animais não tratados quando realizada a PCR no sangue coletado no 1o MAT. Resultados semelhantes foram observados na PCR do tecido muscular cardíaco, realizada no mesmo período, quando o kDNA do parasito foi detectado somente em 33%,3 (2 de 6) dos animais tratados e em 100% dos animais não tratados. Um aumento dos resultados positivos na PCR do sangue e tecido foi detectado 12 MAT. Este resultado foi verificado em 60% (3 de 5) no sangue e 80% (4 de 5) no tecido muscular cardíaco dos animais tratados. Para avaliação da cardiomegalia e função sistólica ou diastólica os animais foram examinados por ecocardiograma no 1o e 12o MAT. Foram mensurados os parâmetros fração de encurtamento, volume do Átrio Esquerdo (AE), fração de ejeção, volume diastólico e diâmetro sistólico do Ventrículo Esquerdo (VE). Após essa avaliação, metade dos animais foi eutanaziada para realização das análises histopatológicas no coração. O tratamento induziu uma redução de 20% a 36% de células inflamatórias e deposição intrafascicular de colágeno no 1o MAT. Nesta fase da infecção, não houve diferença significativa nos parâmetros ecocardiográficos mensurados entre os grupos de animais infectados (tratados ou não) e não infectados. Diferentemente, 12 MAT, as lesões cardíacas foram semelhantes entre os animais infectados (tratados ou não) e significativamente maiores que naqueles não infectados. Variáveis ecocardiográficas relacionadas com cardiomegalia e disfunção diastólica também foram semelhantes entre os animais infectados (tratados ou não) e significativamente maiores que nos animais não infectados. De modo interessante, o tratamento preveniu alterações na função sistólica, uma vez que não ocorreram diferenças na fração de ejeção e fração de encurtamento entre os animais tratados e não infectados. Esses resultados demonstram que o tratamento com Bz na fase crônica da infecção de cães é eficiente em prevenir as lesões cardíacas imediatamente após o tratamento e a função sistólica um longo tempo após o término do tratamento.
Descrição
Palavras-chave
Trypanosoma cruzi, Doença de Chagas, Benznidazol
Citação
SANTOS, F. M. dos. Evolução da cardiopatia chagásica em cães tratados com Benznidazol na fase crônica da infecção experimental pelo Trypanosoma cruzi. 2010. 126 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010