Transtorno mental e comportamental em servidores da Universidade Federal de Ouro Preto : avaliação do afastamento do trabalho de 2011- 2019.

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Data
2020
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Resumo
Os Transtornos Mentais e Comportamentais (TMC) configuram como uma das principais causas de afastamento do trabalho no Brasil e no mundo. O aumento dos afastamentos para tratamento de saúde entre os servidores públicos no Brasil tem sido significativo nas últimas décadas, todavia a produção científica sobre absenteísmo por doença relacionada a essa classe trabalhadora e a sua relação com a organização do trabalho têm sido restritas. O objetivo da pesquisa foi analisar a prevalência do afastamento do trabalho de acordo com a Classificação Internacional das Doenças (CID-10), com estratificação da doença definida como Transtornos Mentais e Comportamentais (CID10- Cap. V), dos servidores efetivos da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e sua relação com os determinantes sociodemográficos. Trata- se de um estudo epidemiológico, descritivo e analítico, com delineamento transversal e abordagem quantitativa. A população foi composta pelos servidores públicos federais (docentes e técnicos administrativos em educação) pertencentes ao quadro efetivo da UFOP com Licenças Médicas para tratamento da própria saúde no Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal (SIASS-Inconfidentes) no período de 2011-2019. Os dados foram coletados no sistema de informação do SIASS-Inconfidentes através de relatórios do SIAPE SAÚDE e nos prontuários individuais dos servidores através do instrumento de coleta construído pela pesquisadora com as variáveis de interesse. A análise dos dados foi realizada por meio de estatística descritiva e bivariada (Stata 14.0) dos socio- demográficos. No período de 2011-2019 houve 69.143 dias perdidos por licenças de saúde, sendo que os dias perdidos em virtude de afastamento para tratamento da própria saúde por TMC foi de 15.545. Nos resultados houve uma variação de 23,0% dos afastamentos por TMC no período da pesquisa, sendo a primeira causa de afastamento. Na avaliação dos prontuários individuais dos servidores efetivos dentro dos critérios de admissão (n=733), o sexo feminino teve maior prevalência de absenteísmo com 51,4% (n=377). Na amostra 23,2% (n=170) apresentaram afastamento do trabalho por TMC, sendo o sexo feminino mais preponderante com 57,6% (n=98). Referente a categoria profissional os docentes apresentaram 37,7% (n=64) e os TAE 62,3% (n=106) de afastamento por TMC. As faixas etárias com maiores percentuais de afastamento foram 31-40 anos com 30,0% e 41-50 anos com 25,9%. Na amostra 61,2% apresentaram mais de um afastamento por TMC e as principais causas de afastamento foram os Episódios Depressivos (F32) e os Transtornos Depressivo Recorrente (F33). Na análise multivariada apenas a variável tempo de UFOP apresentou associação no modelo final com a variável dependente momento do primeiro afastamento por TMC, sendo que os servidores da UFOP com tempo de instituição maior que 11,35 anos apresentam fator de proteção de 19%. Assim podemos concluir que as ações de promoção e prevenção à saúde mental devem ser gerais para todos os servidores. A alta prevalência de TMC encontrada nesta investigação alerta para a magnitude do problema, evidenciando-se a urgência da implantação de medidas de detecção de fatores psicossociais de risco associados ou não ao trabalho.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Trabalhadores - saúde mental - Ouro Preto - MG, Licenças, Universidades e faculdades
Citação
BOUZADA, Deisyane Fumian. Transtorno mental e comportamental em servidores da Universidade Federal de Ouro Preto: avaliação do afastamento do trabalho de 2011- 2019. 2020. 120 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2010.