Flexibilidade vagal ao exercício físico : influência do nível de treinamento físico, antropometria, estresse psicológico e sexo.

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Data
2017
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Resumo
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um método não-invasivo que avalia a atividade do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático (vagal) sobre o coração. A saída vagal durante o exercício físico e o seu retorno pós-exercício representam boa flexibilidade vagal, que é correlacionada com indicadores de saúde. O objetivo do presente estudo foi investigar a influência do nível de treinamento físico, estresse psicológico, antropometria e sexo na reatividade e recuperação de componentes vagais da VFC em indivíduos expostos a um teste cardiorrespiratório submáximo. Participaram 50 professores universitários (28 homens e 22 mulheres) com 42,14±9,04 anos. Foram observados: 1) nível de treinamento físico: tempo de prática de exercícios físicos, frequência semanal, duração da sessão, frequência cardíaca (FC) de repouso, FC máxima de teste e FC de recuperação; 2) estresse psicológico: Inventário de Sintomas de Estresse para adultos de Lipp (ultimas 24 horas, última semana e último mês), Estresse no Trabalho (demanda, controle e apoio), Eventos vitais e Estresse percebido; 3) variáveis antropométricas: massa corporal, estatura, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), relação cintura quadril (RCQ) e percentual de gordura. Utilizou-se um cardiofrequencímetro da marca Polar RS800 para a coleta da VFC (RMSSD e SD1) antes, durante e após um teste físico, que consistia em subir e descer de um degrau de 30 cm de altura durante 3 min. Os resultados mostraram que FC máxima de teste, FC de recuperação, estresse percebido, sintomas de estresse (última semana, último mês) e percentual de gordura foram menores nos homens do que nas mulheres, enquanto massa corporal, estatura, CC e RCQ foram maiores nos homens do que nas mulheres. Não houve nenhuma diferença de sexo para as variáveis da VFC. A RMSSD e SD1 reduziram durante o teste físico e aumentaram logo após o seu término, demonstrando flexibilidade vagal para ambos os sexos. O 1º modelo de regressão mostrou que maiores FC recuperação associam-se a menor saída vagal no exercício físico. E menor FC recuperação a maior entrada vagal pós-exercício. O 2º modelo de regressão são mostrou que quanto maior o controle das atividades laborais, maiores os sintomas de estresse da última semana e menores os sintomas de estresse de último mês dos homens, assim como maior estresse percebido para ambos os sexos se associa a menor saída vagal no exercício físico. Já o menor sintoma de estresse da última semana, menor sintoma de estresse do último mês, menor controle das atividades de trabalhos dos homens e menor demanda das mulheres associaram-se ao aumento vagal pós-exercício. O 3º modelo mostrou que maior CC e menor RCQ dos homens associaram-se a menor saída vagal no exercício físico e menor aumento vagal pós-exercício. O menor percentual de gordura também se associou a maior recuperação vagal. Conclui-se que dentre as variáveis de treinamento físico, estresse psicológico e antropometria apenas as listas acima se associam significativamente a flexibilidade vagal ao exercício físico dos indivíduos; tais constatações podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias não invasivas que beneficiarão a saúde dos indivíduos.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Variabilidade do batimento cardíaco, Educação física, Stress - psicologia, Antropometria, Sexo
Citação
SOUZA, Perciliany Martins de. Flexibilidade vagal ao exercício físico: influência do nível de treinamento físico, antropometria, estresse psicológico e sexo. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017.