Avaliação de síndrome metabólica e determinação de novos pontos de corte para os fatores associados à síndrome em mulheres no climatério.
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Data
2022
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Resumo
Vários fatores desempenham papel no desenvolvimento da Síndrome Metabólica (SM), como variáveis
individuais, ambientais e comportamentais, além do próprio envelhecimento. São poucos os estudos de SM em
mulheres no climatério com dados representativos da população brasileira, especialmente diferenciando os
estágios do envelhecimento reprodutivo. Ainda há indefinição dos melhores pontos de corte para os
componentes individuais e sobre a inclusão de outros componentes ou substituição dos utilizados atualmente.
Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar prevalência da SM em mulheres na fase reprodutiva tardia, transição
menopausal e pós-menopausa e determinar novos pontos de corte para os fatores associados à Síndrome. Para
isto, foram selecionadas 711 mulheres, entre 45 e 60 anos, usuárias do Sistema Único de Saúde de Ouro Preto,
MG. Foram realizadas entrevistas para coleta de dados sociodemográficos e comportamentais; avaliação
clínica, antropométrica e laboratorial. A partir desses dados foram calculados índice de massa corporal (IMC),
relação cintura-quadril (RCQ) e cintura-estatura (RCE), razão ácido úrico/HDLc (AUR/HDL), bem como os
índices de Adiposidade Visceral (IAV), Aterogênico do Plasma (AIP) e de insulino-resistência (HOMA-IR). A
SM foi determinada usando os critérios do National Cholesterol Education Program (NCEP), da International
Diabetes Federation (IDF) e Joint Interim Statement (JIS). Para os fatores associados à SM foram determinados
novos pontos de corte usando a curva ROC. A prevalência de SM no climatério foi de aproximadamente 40%
e maior quando diagnosticada pelo critério JIS e na pós-menopausa (PM) quando comparada aos outros estágios
do envelhecimento reprodutivo (EER). A circunferência de cintura (CC) foi o componente individual mais
alterado, estando muito elevada desde a fase reprodutiva tardia (FRT). Glicemia de jejum (GJ) e triglicerídeos
(TG) foram os componentes que se associaram significativamente aos EER, estando mais alterados em
mulheres na PM. Foram definidos os seguintes pontos de corte para as variáveis associadas à SM em mulheres
no climatério: proteína C-reativa ultrassensível (2,2 mg/L); ácido úrico (5,1 mg/dL); apolipoproteína B (120
mg/dL); insulina (6,22 μUI/mL); porcentagem de gordura corporal (33%); RCE (0,57); RCQ (0,86); IMC
(26,05 kg/m2
); HOMA-IR (1,68); IAV (1,76); AIP (-0,03) e razão AUR/HDL (10,2%). Os fatores
idade/envelhecimento reprodutivo, status menopausal, baixa escolaridade/renda, sedentarismo, multiparidade,
uso de medicamentos, sintomas climatéricos moderados/intensos, obesidade abdominal, inflamação, resistência
insulínica, hiperuricemia, dislipidemia e hipoestrogenismo foram associados à SM. RCE, AIP e insulina foram
os melhores preditores da SM em mulheres climatéricas. IAV, AUR e AUR/HDL apresentaram boa
especificidade e podem ser úteis no acompanhamento de mulheres diagnosticadas com SM. Medidas de
controle da obesidade abdominal antes e durante o climatério e de dislipidemia da FRT à PM podem ser
essenciais para reduzir a prevalência de SM. Além disto, a otimização dos pontos de corte pode auxiliar na
triagem das portadoras da Síndrome, propiciando acompanhamento precoce e consequentemente diminuição
do risco de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus em mulheres no climatério.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Climatério, Síndrome metabólica, Mulheres - envelhecimento, Mulheres - fisiologia
Citação
GOUVEA, Thiago Magalhães. Avaliação de síndrome metabólica e determinação de novos pontos de corte para os fatores associados à síndrome em mulheres no climatério. 2022. 108 f. Tese (Doutorado em Ciências Farmacêuticas) - Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.