Criação de índice plâncton-bentônico para avaliação da qualidade de água no reservatório de Volta Grande – MG/SP.
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Data
2017
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Resumo
O presente trabalho teve por objetivo criar um índice de integridade biótica para
reservatórios, integrando os compartimentos coluna d’água e sedimento através da
utilização de parâmetros das comunidades zoobentônica, zooplanctônica e
fitoplanctônica. A rede de amostragem foi composta por três transectos, cada um com
três pontos (calha central e margens). No período de abril de 2013 a maio de 2015, nove
campanhas de amostragem foram realizadas. Os dados físicos e químicos foram obtidos
em paralelo com a coleta de amostras das comunidades biológicas. Os atributos de cada
comunidade foram selecionados por meio de Análise de Componentes Principais, e
submetidos à estatística descritiva de percentis para determinar os biocritérios (limites
de cada classe). As características físicas e químicas e o índice de estado trófico
classificam o reservatório de Volta Grande como pouco degradado e oligotrófico. Os
fitoflagelados da classe Cryptophyceae foram os que mais contribuíram para a
densidade, seguidos pelas classes Bacillariophyceae e Chlorophyceae. De acordo com o
Coeficiente Múltiplo, as espécies associadas a ambientes enriquecidos indicaram o
ambiente como eutrofizado. Quanto à densidade do zooplâncton, não foi observado um
padrão espacial em relação à densidade total de organismos, entretanto, temporalmente
os períodos secos exibiram os valores mais elevados nos transectos estudados. A razão
Calanoida/Cyclopoida classificou a maioria das amostras do transecto 5 como
oligotróficas, enquanto os transectos 3 e 4, foram classificados como meso-eutróficos.
Para os macroinvertebrados, a maior riqueza de táxons foi observada nas margens, com
exceção do ponto 4C, que recebe o rio do Carmo, tributário do reservatório de Volta
Grande com a maior área de drenagem e com altas cargas de matéria orgânica e de
sólidos. Maiores valores de abundância também foram observados nas margens, o ponto
4B apresentou os valores mais altos chegando a 617 e 408 organismos, seguido do
ponto 3C, com 359 organismos. A grande abundância de filtradores e raspadores indica
que há aumento progressivo no grau de trofia e grande quantidade de matéria orgânica
particulada fina na água, servindo de alimento para estes grupos. O índice BMWP
apresentou valores entre 1 e 29 para as comunidades do reservatório de Volta Grande,
classificando os pontos como ruim ou muito ruim. Após a criação do Índice Plâncton-
Bentônico, o mesmo foi aplicado para o reservatório de Volta Grande, classificando o
ambiente como Regular e Ruim, principalmente, devido à comunidade bentônica que
reflete os impactos como a introdução de espécies exóticas e a degradação da estrutura
física do habitat. A maior vantagem ao realizar uma abordagem multimétrica é a
capacidade de agregar diversos dados de uma comunidade para classificar de uma forma
mais ampla o grau de poluição do ambiente, mantendo a informação originada das
métricas individuais. A criação de um índice, com a avaliação simultânea dos dois
principais compartimentos que determinam o funcionamento do ecossistema aquático,
forneceu um retrato mais detalhado e preciso, já que reflete alterações ambientais de
curto prazo (registradas pelo plâncton) e de longo prazo (zoobentos).
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental. Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Água - controle de qualidade, Sedimentos fluviais, Reservatórios
Citação
SOUZA, G. C. T. de. Criação de índice plâncton-bentônico para avaliação da qualidade de água no reservatório de Volta Grande – MG/SP. 2018. 85 f. Dissertação (Mestrado em Sustentabilidade Socioeconômica Ambiental) – Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.