Bactérias cultiváveis obtidas a partir de Langsdorffia hypogaea como potenciais controladores biológicos de fungos saprofíticos associados com deterioração de tomate pós-colheita.
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2021
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Grandes quantidades de frutos e vegetais são perdidos por consequência da ação de fungos que os deterioram na fase de pós-colheita. Fatores como cultivo inapropriado, vasto uso de agrotóxicos, armazenamento, manuseio, transporte inadequados e grandes variações de temperatura podem favorecer o aparecimento e a propagação de doenças fúngicas alavancando a fase de deterioração. O tomate, por exemplo, por ser uma hortaliça de alta perecividade, pode incorrer em perdas de até metade da produção na fase pós-colheita. Atualmente, a forma mais comumente utilizada para controle destes microrganismos está na aplicação de fungicidas sintéticos (agrotóxicos), porém, com o agravo de seu uso ser altamente prejudicial à saúde. Diante desse cenário, o controle biológico surge como uma alternativa limpa de controlar microrganismos indesejáveis, por meio da utilização de seus próprios inimigos naturais. Neste trabalho, propomos o controle de espécies fúngicas causadoras de doenças pós-colheita e deterioração de tomates, por meio da utilização de isolados bacterianos cultiváveis obtidos previamente a partir de rizosfera e raízes de Langsdorffia hypogaea, uma planta holoparasita obrigatória. Um total de 36 isolados foram diretamente confrontados com quatro espécies fúngicas bioprospectadas diretamente de tomates, nomeadas como F8", "F11", "F7.2" e "F12". Além disso, os isolados de melhor eficiência nesta etapa, foram posteriormente avaliados quanto a capacidade de autoagregação e produção de biofilme, características fundamentais para fixação em tecido vegetal. Deste total, 33 isolados foram capazes de inibir in vitro o crescimento de F8 com taxas de até 61,27%, enquanto que, para o fungo F11, os 36 isolados apresentaram taxas de inibição positiva, sendo a maior delas 76,81%. O fungo F7.2 se demonstrou o mais difícil de ser contido, 33 isolados bacterianos foram capazes de inibi-lo e a maior taxa alcançada foi 56,04%, entretanto, diferente dos demais, apenas um isolado bacteriano apresentou taxa de inibição superior a 50%. Finalmente, todos os 36 isolados bacterianos foram capazes de inibir o fungo F12 alcançando a maior faixa de inibição, com valores de até 93,83%. Dos 36 isolados testados, 14 melhores passaram para a próxima fase, dentre estes, 8 isolados foram capazes de se autoagregar com taxas baixas de até 20,1%. Os 14 isolados bacterianos, foram capazes de produzir biofilme, 7 deles se enquadraram como produtores moderados, enquanto os 7 demais foram classificados como fortes produtores. Concluímos que bactérias provenientes do solo do QF e da planta Langsdorffia hypogaea são potenciais agentes biocontroladores de fungos deterioradores, entretanto, serão necessários estudos mais aprofundados para verificar a atividade diretamente no fruto.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Sistemas de controle biológico, Antibiose, Tomate, Pesticidas, Colheita
Citação
SILVA, Ana Karla da. Bactérias cultiváveis obtidas a partir de Langsdorffia hypogaea como potenciais controladores biológicos de fungos saprofíticos associados com deterioração de tomate pós-colheita. 2021. 86 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2021.