Geochemical and petrological constraints on the origin of the neoproterozoic Urucum iron formation, Santa Cruz deposit, Brazil.
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Data
2018
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Resumo
O Grupo Jacadigo-Boqui, situado no SW do Brasil e SE da Bolivia, hospeda a Formação Ferrífera e
Manganesífera (FF-FMn) do Urucum; um das ocorrências mais conhecidas e arquetípica do
Neoproterozoico e a ultima grande expressão de deposição conjunta de Fe e Mn do Pré-cambriano. A
sequência sedimentar do GrupoJacadigo-Boqui foi depositada em rifts desenvolvidos no paleocontinente
Amazonas-Rio Apa, paralelamente a um evento de glaciação e o começo do ciclo Brasiliano. A FF do
Urucum é caracterizada por uma assembléia metamórfica de baixo a muito baixo grau, geralmente
composta por hematita, cherte e carbonatos da série Fe-dolomite-ankerita. EMP e LA-ICP-MS foram
usados para determinar a composição química de hematitas dos facies carbonático e silicoso encontrados no
morro Santa Cruz, Brasil. Três estágios de mineralização foram reconhecidos com base na textura e
morfologia: (i) hematita anédricamicrocristalina, (ii) hematita subédrica a euédrica microespecular e (iii)
microplacóide. Os resultados da EMP mostram composições químicas quase puras em Fe2O3 com
quantidades traço de impurezas. Os resultados das analises de EMP e LA-ICP-MS mostram concentrações
similares de elementos traço para todos os estágios, com pequena margem de variação, indicando uma
redistribuição pós-deposicional relativamente limitada dos elementos traço. A análise fatorial das
composições discriminou quatro grupos de elementos traço: (i) elementos incorporados na estrutura
cristalina das hematitas (Ti, Al, V, Mn, Mg), (ii) associados com contaminação por carbonatos (Mg, Ca,
Mn, P, Sr), associados com contaminação por cherte (Si), e hidrógenos adsorvidos em partículas
precursoras (ETR, Ba, U, Th, Zr, Hf, Cu). Padrões de elementos terras raras (ETR), normalizados com
folhelho, com características marinhas e razões de Zr/Hf e Th/U fracionadas sugerem uma recristalização a
partir de sedimentos hidrógenos compostos por ferrihidrita. A hematita microcristalina foi formada
precocemente durante a diagênese, através de desidratação, no estado sólido,de partículas amorfas de
ferrihidrita; equanto que as variedades microespecular e microplacóide se formaram por processos de
difusão durante estágios posteriores de diagênese-metamorfismo de baixo grau relacionado com o inicio da
Orogenia Brasiliana.Essas transformações ocorreram concomitantemente e, possivelmente, envolveram a
participação de fluidos hipogenéticos basinais, os quais promoveram o enriquecimento da FF através da
lixiviação de chert. Fluidos supergênicos promoveram a lixiviação de minerais de ganga, porémnão
modificaram significativamente a textura e composição química de hematitas primárias. Anomalias
negativas reais de Ce e razões fracionadas de Th/U indicam que o os sedimentos precursores foram
depositados em uma bacia estratificada, acima da fronteira redox, em condições óxicas. A presença de
pelóides de hematita corrobora um ambiente marinho raso; próximo ao nível de base das ondas em tempo
normal. Esta camada óxica superficial apresentava uma conexão com o oceano aberto, baseado nas
assinaturas de ETR caracteristicamente marinhas, particularmente a pronunciada depleção em ETR leves,
mas também recebeu um influxo de água doce, indicado por razões de Zr/Hf dentro do campo CHARAC
(charge-and-radius-controlled behavior).
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Geoquímica, Petrologia, Hematita
Citação
SOUZA, Fernando Ribeiro de. Geochemical and petrological constraints on the origin of the neoproterozoic Urucum iron formation, Santa Cruz deposit, Brazil. 2018. 155 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.