Ecologia de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae, Phlebotominae) em área de ocorrência de leishmanioses na terra indígena Xakriabá, Minas Gerais – Brasil.
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Data
2017
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Resumo
As leishmanioses são um complexo de doenças infecciosas causadas por protozoários do gênero Leishmania, que possuem como vetores dípteros hematófagos denominados flebotomíneos, cujos hospedeiros são compostos por diferentes espécies de animais vertebrados. A Terra Indígena de Xakriabá (TIX), localizada na região norte do estado de Minas Gerais, tem registrado casos autóctones de leishmanioses e existem poucas informações sobre os elos da cadeia de transmissão. O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos entomológicos relacionados à epidemiologia das leishmanioses nas aldeias de Brejo do Mata Fome, Riacho do Brejo, Riachinho e Prata, da Terra Indígena Xakriabá, Município de São João das Missões. As capturas entomológicas foram realizadas durante três noites consecutivas, sempre na última semana de cada mês, por um período de doze meses, de junho de 2015 a maio de 2016, em quatro residências situadas em quatro aldeias da TIX, uma por aldeia. Foram dispostas duas armadilhas por residência, sendo uma no ambiente de intradomicílio e a outra no peridomicílio. O critério de seleção das aldeias e dos domicílios foi apresentar registros anteriores de casos autóctones de leishmaniose visceral canina e possuir características ambientais propícias à presença do vetor. Foram analisadas as diferenças no padrão de distribuição de espécies, a diversidade da fauna e densidade populacional em diferentes ecótopos, e nas diferentes aldeias. Foram estimadas as correlações entre a densidade populacional flebotomínica com as médias das variáveis climáticas temperatura, umidade relativa e precipitação. Um total de 2.012 espécimes de flebotomíneos, distribuídos em 23 espécies pertencentes a dez gêneros foram capturados e identificados. As espécies Lutzomyia longipalpis (80,27%) e Nyssomyia intermedia (7,31%), importantes vetores de leishmaniose visceral e tegumentar respectivamente, foram as espécies com maior densidade populacional, tanto no intradomicílio como no peridomicílio, o que sugere que estas sejam as principais espécies responsáveis pela transmissão das leishmanioses nesta terra indígena. Entre as quatro aldeias estudadas, a de maior densidade e diversidade da fauna flebotomínica foi a aldeia Riacho do Brejo. Nenhum fator climático analisado apresentou correlação positiva com a densidade de flebotomíneos capturados. Os resultados apresentados no estudo podem contribuir para um melhor entendimento e direcionamento das medidas de prevenção e controle realizados pelos órgãos competentes ligados à saúde.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Epidemiologia, Imunobiologia de protozoários
Citação
COSTA, André Tetzl. Ecologia de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae, Phlebotominae) em área de ocorrência de leishmanioses na terra indígena Xakriabá, Minas Gerais – Brasil. 2017. 77 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017.