Prevalência e fatores associados à vaginose bacteriana em mulheres atendidas pelo SUS no município de Ouro Preto/MG.
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Data
2018
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Resumo
A vaginose bacteriana é a causa de corrimento vaginal mais comum no mundo,
caracterizada pela substituição da microbiota vaginal comensal, composta
principalmente por Lactobacillus spp. e por outros microrganismos anaeróbios
obrigatórios ou facultativos. As causas da vaginose ainda não foram completamente
elucidadas, mas sabe-se que o comportamento sexual e alguns hábitos de vida
estão associados com o desenvolvimento dessa doença. O diagnóstico laboratorial é
realizado utilizando a bacterioscopia pós-coloração de Gram (padrão-ouro) ou o
método citológico, empregando a coloração de Papanicolaou. Ferramentas
moleculares, como a PCR, surgiram como uma alternativa para a detecção de
patógenos causadores de DSTs que podem estar associados com a presença de
vaginose, possuindo maior sensibilidade que as técnicas tradicionalmente
empregadas. Os objetivos desse estudo foram: 1) determinar a prevalência de
vaginose bacteriana em mulheres e sua recorrência na área urbana de Ouro Preto;
2) identificar os fatores de risco associados à vaginose bacteriana; 3) determinar e
comparar a frequência de doenças genitais por espécies não comensais Chlamydia
trachomatis (CT), Neisseria gonorrhoeae (NG) e Trichomonas vaginalis (TV)
utilizando diferentes métodos diagnósticos (Gram e citológico); 4) avaliar a possível
associação entre a presença de vaginose e a detecção das espécies não
comensais; 5) avaliar a associação entre a presença de vaginose pelo método de
Gram e citológico e alterações no exame citológico. 6) verificar, em uma subamostra,
a capacidade de detecção das espécies não comensais como Chlamydia
trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, Trichomonas vaginalis e HPV pela PCR e a sua
associação com a presença de vaginose. Para isso, foi realizado um estudo
transversal no município de Ouro Preto/MG composto por 341 mulheres com idade
igual ou superior a 18 anos, usuárias do SUS. Foram colhidas amostras cervicais
para a avaliação citológica do colo do útero e dois swabs vaginais para a avaliação
da microbiota vaginal (método de Gram) e realização da PCR para pesquisa de
patógenos não comensais. Os resultados mostraram prevalência de vaginose de
32,5% utilizando o método de bacterioscopia pós-coloração de Gram e 27,7%
utilizando o método citológico, com uma concordância de 90,1% entre os métodos
(kappa=0,77). Os fatores de risco relacionados com o desenvolvimento de vaginose
foram: tabagismo, uso de DIU e histórico prévio de vaginose. Não foi detectada a
presença de CT pelo método de Gram, mas 1 caso foi detectado pelo citológico e 20
pela PCR. Somente 1 caso de infecção por NG foi detectado utilizando o método de
Gram e dois utilizando a PCR. O patógeno TV foi detectado pelo método citológico
em 20 casos e 13 pela PCR. HPV foi detectado em 17 casos, sendo 12 em mulheres
com vaginose. Em conclusão, o método citológico é eficaz e aplicável ao diagnóstico
de vaginose, sendo os fatores de risco para essa doença o uso de DIU, o tabagismo
e o histórico prévio de vaginose. Os patógenos Trichomonas vaginalis e HPV
apresentaram-se mais frequentes em mulheres com vaginose. O aumento de casos
estudados usando a PCR trará informações importantes sobre a aplicabilidade
dessa técnica juntamente com os métodos padrão-ouro para a detecção de
diferentes patógenos, trazendo resultados mais seguros e confiáveis.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Bacterioscopia pós-coloração de Gram, Citologia, Vaginose bacteriana, Reação em cadeia da polimerase
Citação
TEIXEIRA, Pedro Moregola. Prevalência e fatores associados à vaginose bacteriana em mulheres atendidas pelo SUS no município de Ouro Preto/MG. 2018. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.