Mapeamento geoquímico de sedimentos fluviais : diferentes métodos e suas aplicações ambientais.
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Data
2019
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Resumo
O mapeamento geoquímico de sedimentos fluviais é um dos métodos de investigação
mais utilizados para prospecção mineral e geoquímica ambiental. A utilização dos sedimentos
fluviais, se justifica por esses serem considerados uma amostra representativa de rochas e solos
presentes na bacia de drenagem, a montante de seu local de amostragem. A escolha do local de
amostragem, é um dos critérios mais importantes para obtenção de resultados satisfatórios, uma
vez, que bacias de diferentes ordens, apresentam características distintas dos sedimentos, como
tamanho dos grãos, mineralogia e graus de intemperismo. Neste trabalho, foram avaliadas
distintas campanhas de mapeamento geoquímico para a região do Quadrilátero Ferrífero, a fim
de se verificar as principais diferenças entre os resultados obtidos. Foram utilizadas metodologias
de estatística uni e multivariadas, ferramentas de SIG para elaboração de mapas geoquímicos
além processamento de imagens digitais. As concentrações dos metais pesados apresentaram
diferentes comportamentos em relação às distintas granulometrias, e bacias amostrais sendo
observado para a fração < 63um coletadas nas bacias de 3º ordem, maiores concentrações de Cd,
Fe, Zn e Mn, já o As foi encontrado em maiores concentrações associados a sedimentos <0,175
mm em bacias de 1º e 2º ordem. Além disso, o mapeamento geoquímico conduzido com frações
granulométricas mais finas, apresentaram maior distribuição espacial de elementos
potencialmente tóxicos, com valores muito acima do background geoquímico da região. Neste
sentido, as amostras mais finas foram utilizadas para avaliação do grau de poluição dos
sedimentos fluviais a partir dos índices fator de contaminação (CF), fator de enriquecimento (EF),
índice de geo-acumulação (Igeo), índice de carga de poluição (PLI), índice de potencial risco
ecológico (RI), grau de contaminação modificado (mCd), índice de poluição (PI) e índice de
poluição modificado (MPI). Os diversos índices permitiram a verificação de uma intensa
contaminação de As, Cd e Cr em grande parte da região, o que não havia sido quantificado até
então, e a delimitação de duas áreas bem definidas que apresentaram contaminação para todos os
parâmetros analisados, que somadas ocupam aproximadamente 20% de toda área do Quadrilátero
Ferrífero. Ressalta-se ainda a importância da utilização de diferentes índices de qualidade de
sedimentos, uma vez observado que os índices Igeo e mCd tendem a subestimar a contaminação
dos sedimentos. Elevadas concentrações de Mn foram observadas em bacias com registros de
atividades minerárias de Fe e/ou Mn, sendo classificadas pelo CF e EF como contaminação
extremamente alta. Uma análise criteriosa dos sedimentos fluviais da bacia do rio Conceição,
indicaram amostras com concentrações muito acima dos valores do background geoquímico da
região, sendo classificadas como potencialmente contaminadas com Cd, Cr, Cu, Mn e Ni.
Verificou-se ainda, pela primeira vez, o padrão de distribuição dos Elementos Terras Rara em
amostras de sedimentos com concentrações elevadas de metais pesados, sendo observado forte
correlação entre o As e anomalias positivas de Eu/Eu* e Ce/Ce*.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Geoquímica, Quadrilátero Ferrífero - MG, Sendimentos fluviais - contaminação
Citação
LEÃO, Lucas Pereira. Mapeamento geoquímico de sedimentos fluviais: diferentes métodos e suas aplicações ambientais. 185 f. 2019. Tese (Doutorado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2019.