Estratigrafia e tectônica da borda oeste do Espinhaço Central no extremo norte da faixa Araçuaí.

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Data
2013
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia. Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Neste trabalho apresentam-se os aspectos gerais relacionados com a evolução tectono-estratigráfica do intervalo basal da bacia Espinhaço no domínio do Espinhaço central. O segmento estudado está localizado na ‘’zona triangular de Monte Azul’’ (ZTMA) a qual representa uma feição morfoestrutural definida pela falha de Santo Onofre, de direção N-S e pelos contatos aproximadamente lineares das rochas supracrustais com o embasamento. Esta pesquisa foi motivada pela carência de estudos detalhados sobre o acervo sedimentar e o estilo estrutural da área, o pouco conhecimento acerca dos eventos de formação da bacia e dos processos de inversão tectônica, bem como a ausência de datações para esse segmento. Essas questões foram abordadas a partir da distribuição espacial das fácies sedimentares e vulcânicas, da análise dos processos formadores, da utilização de análise estrutural convencional e também da obtenção de idades do embasamento e vulcanismo ocorrente na bacia. Com base na análise do arcabouço estratigráfico foram reconhecidas três unidades limitadas por discordância ou descontinuidade estratigráfica – os sintemas, denominados da base para o topo: Mato Verde, Vereda da Cruz e Montevidéu. O acervo estratigráfico do Sintema Mato Verde sugere o preenchimento vulcano-sedimentar de um rifte compartimentado em dois hemigrábens. A sua sucessão basal (Formação Panelas) compreende principalmente uma sedimentação siliciclástica por sistema de leques aluviais e, subordinadamente, fluvial e lacustre/marinho. Já a sucessão superior (Formação Riacho Seco) registra uma atividade vulcânica ácida com um expressivo vulcanismo explosivo associado (rochas piroclásticas), sendo datada em 1524 ± 6 Ma (U-Pb em zircões). O Sintema Vereda da Cruz é constituído apenas por depósitos de natureza eólica, interpretados aqui como o preenchimento de uma depressão termal pós-rifte. O Sintema Montevidéu representa o preenchimento de um novo rifte constituído por fácies aluviais, transicionais e marinhas. De acordo com a análise estrutural foi verificado que a área em foco corresponde a um segmento bacinal ensiálico invertido, onde o embasamento foi envolvido na deformação da cobertura. As relações entre geometria pré-inversão e de inversão da bacia são evidentes e explicam a configuração atual da ZTMA. O granito da Suíte Catolé que ocorre intrusivo no embasamento cristalino foi datado em 1792 ± 7 Ma (U-Pb em zircões), o que indica que a tectônica de inversão é posterior, relacionada com o evento tectono-metamórfico Brasiliano. Com base nesses resultados foi elaborado um modelo de evolução para a área e proposto a formalização das unidades mapeadas. Dessa forma, a compreensão da complexa interação da sedimentação, vulcanismo e tectônica foi essencial para a temporização e evolução de bacias proterozóicas.
Descrição
Palavras-chave
Estratigrafia – sequência vulcano-sedimentar, Minas Gerais - Bahia - Serra do Espinhaço, Geocronologia
Citação
COSTA, A. F. de O. Estratigrafia e tectônica da borda oeste do Espinhaço Central no extremo norte da faixa Araçuaí. 2013. 172 f. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2013.