Influência do estradiol nos transtornos de ansiedade em ratas fischer submetidas à restrição alimentar.

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Data
2015
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Resumo
A restrição alimentar (RA) severa provoca carência energética e nutricional, levando o indivíduo à desnutrição, e este desequilíbrio acarreta inúmeras consequências bioquímicas, fisiológicas e emocionais, tais como ansiedade, pânico e danos à memória. A RA também altera o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano, que é a via que regula a produção de hormônios ovarianos, ocasionando redução da síntese e liberação de estradiol pelos ovários. Estudos já mostraram a presença de alta densidade de receptores de estradiol do tipo β (ERβ), que quando ativados resultam em efeitos ansiolíticos, no núcleo dorsal da rafe (NDR), indicando uma relação entre o estradiol, o NDR e os transtornos de ansiedade generalizada (TAG) e pânico (TP). O NDR é uma importante estrutura encefálica relacionada a fisiopatologia dos TAG e TP. Assim, o nosso objetivo foi investigar a influência do estradiol no NDR sobre os TAG e TP em ratas submetidas à restrição alimentar. Para isso, ratas Fischer (210 ± 10g) foram divididas em controle (C) e RA e alojadas individualmente. Durante 14 dias, as C receberam ração ad libitum e os RA receberam 40% do consumo médio dos C. No 7° dia foram anestesiados com ketamina-xilazina para inserção de cânula-guia no NDR. Ao final do protocolo dietético, cada animal foi submetido a dois diferentes ensaios nos quais ou veículo (100 nL) ou estradiol (0,5 pmol/100 nL) foi microinjetado no NDR. Após 20 minutos, as ratas foram testadas no Labirinto em T Elevado (LTE), um aparato que permite avaliar comportamento de ansiedade (esquiva inibitória) e pânico (fuga), e em seguida foram colocadas no campo aberto (arena retangular que avalia a atividade locomotora do animal). No dia seguinte as ratas foram testadas novamente no LTE para avaliação da memória. Nossos resultados mostraram que as ratas RA possuíam o útero mais leve em relação às controle, sugerindo que a RA alimentar reduz a concentração de hormônios ovarianos, entre eles o estradiol. Nós também observamos que as RA levaram mais tempo para sair do braço fechado do LTE do que as C durante a esquiva (F1,63 = 10,34; p = 0,0021), o que indica um comportamento mais ansioso pelo grupo RA. Ao microinjetarmos estradiol no NDR das ratas RA, notou-se que o tempo de latência de saída do braço fechado diminuiu em relação àquelas que receberam veículo (F2,65 = 3,86; p=0,0002), sugerindo que o estradiol agiu como um agente ansiolítico revertendo o comportamento ansioso apresentado no experimento anterior. Não encontramos diferença entre os grupos no tempo de latência de fuga. Em relação à atividade locomotora, as ratas RA mostraram-se menos ativas que as C, independente da administração de veículo ou estradiol no NDR. Diante disso, sugerimos que a RA reduz os níveis de estradiol, diminuindo a concentração disponível deste XVI hormônio para atuar nos receptores presentes no NDR, o que altera o controle desta via, levando ao comportamento de ansiedade nas ratas.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Nutrição, Estradiol, Ansiedade
Citação
CAMPOS, Glenda Siqueira Viggiano. Influência do estradiol nos transtornos de ansiedade em ratas fischer submetidas à restrição alimentar. 2015. 67 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2015.