Apresentação - teoria e história da historiografia : do giro linguístico ao giro ético-político.
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Data
2015
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Resumo
Este dossiê reúne conferências apresentadas no 6° Seminário Brasileiro de
História da Historiografia (SNHH), o qual foi realizado no ano de 2012 na cidade
de Mariana, e, nele, todos os autores tematizam o problema do giro linguístico.
Trata-se das conferências de Guilhermo Zermeño Padilla (Colegio de México),
Rogério Forastieri da Silva (Colégio Etapa - SP), Temístocles Cezar (Universidade
Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS) e Sérgio Campos Matos (Universidade
de Lisboa). A escolha do tema se deveu, sobretudo, aos 40 anos da publicação
do livro de Hayden White Meta-História: a Imaginação Histórica do Século XIX,
que se completariam no ano seguinte ao 6° SNHH, em 2013.
As discussões que tivemos ao longo do evento e os textos que estamos
publicando problematizam o giro linguístico e nos auxiliam a refletir sobre ele,
ou, ainda, sobre o questionamento da relação entre realidade, pensamento e
linguagem, e isso especialmente no interior da historiografia. Ainda a partir de
nossas discussões no Seminário e, especialmente, dos textos que compõem
o dossiê, podemos abordar os séculos XVIII e XIX como a origem, quer da
compreensão que o giro linguístico problematizou – a de que o pensamento pode
produzir enunciados privilegiados em relação à realidade –, quer de elementos
fundamentais à própria estruturação de sua crítica.
É preciso ressaltar, ainda, que o conceito mais tradicional de giro linguístico
o situa como um fenômeno recente, cuja origem pode ser datada das décadas do
período pós-segunda Grande Guerra. Aqui, preferimos pensar o giro linguístico
como um deslocamento histórico-estrutural mais amplo que pode ser definido
em torno da clássica descrição foucaultiana da crise da representação, ou seja,
do divórcio progressivo entre as palavras e as coisas que tem no século XVIII
seu momento decisivo (FOUCAULT 1999). De modo algum, no entanto, essa
definição mais ampla recusa a existência e relevância de abordagens que tratam
o fenômeno como um evento/processo decisivo à história intelectual recente.
Interessa-nos, assim, pensar as condições de possibilidade do giro linguístico
constituídas alguns séculos antes, a saber, a ampla percepção da “aceleração
crescente das transformações no tempo”, própria da modernidade e que tornou
possível o questionamento acerca das funções tradicionais da “historiografia”; e,
num segundo momento, a própria colocação radical do problema epistemológico
da “parcialidade” e do ponto de vista. De modo complementar, podemos
explicitar e compreender, em seguida, duas tradições específicas no interior
do giro linguístico, buscando, por fim, refletir sobre possíveis repercussões
provocadas por esse deslocamento epistemológico.
Descrição
Palavras-chave
Citação
RANGEL, M. de M.; ARAUJO, V. L. de. Apresentação - teoria e história da historiografia: do giro linguístico ao giro ético-político. História da Historiografia, Ouro Preto, n. 17, p. 318-332, abr. 2015. Disponível em: <https://revistahh.emnuvens.com.br/revista/article/view/917>. Acesso em: 24 jan. 2017.