Avaliação dos efeitos dos antioxidantes silimarina, N-aceilcisteína, fulerol, quercetina e rutina na produção de “Espécies Reativas de Oxigênio” após a infecção pelo Mayaro virus (Togaviridae) e na multiplicação viral.
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Data
2022
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Resumo
O Mayaro virus (MAYV) é um arbovírus responsável pela Febre Mayaro, uma doença aguda
autolimitada, que em alguns casos pode se estender com um quadro de artrite e artralgia
debilitante. Apesar de há muito conhecido, pouco se sabe sobre os aspectos relacionados à
infecção e patogênese do MAYV. A fim de mitigar essa ausência de conhecimento, nosso
grupo demonstrou que a infecção de células pelo MAYV culmina com maior produção de
“Espécies Reativas de Oxigênio” (ERO) e consequente estresse oxidativo. Ainda, em modelo
animal, observamos que estresse oxidativo está presente na patologia hepática desencadeada
pelo vírus. As ERO desempenham papel importante na fisiologia da célula e na defesa contra
patógenos invasores, mas quando em excesso podem causar danos aos constituintes celulares,
levando ao desequilíbrio redox, que numa infecção viral pode contribuir para a patogênese.
Assim, considerando que o aumento de ERO e o estresse oxidativo são eventos conspícuos na
infecção pelo MAYV, avaliamos o efeito da Silimarina, um fitoterápico antioxidante bem
conhecido, na infecção in vitro e in vivo pelo MAYV. Além de inibir a produção de ERO e o
estresse oxidativo desencadeados pela infecção, a Silimarina apresentou notável efeito
antiviral. Dessa forma, os resultados obtidos com Silimarina na infecção pelo MAYV nos
levaram a questionar se a ação antioxidante desse composto estaria diretamente relacionada à
sua ação antiviral, ou seja, se inibindo a produção de ERO, qualquer composto antioxidante
poderia inibir a multiplicação do MAYV. Para responder essa pergunta, no presente trabalho,
em células Vero infectadas com o MAYV e tratadas com diferentes antioxidantes (Silimarina,
N-acetilcisteína, Fulerol, Quercetina e Rutina), avaliamos a produção de ERO, a atividade
antiviral global e a produção de partículas virais infecciosas, em diferentes tempos. Todos os
antioxidantes testados inibiram a produção de ERO após a infecção 15 e 24 horas. Entretanto,
as células infectadas e tratadas com N-acetilcisteína, Fulerol, Quercetina e Rutina, a
multiplicação do MAYV não foi inibida 48 horas pós-infecção (hpi), demonstrando apenas
uma ação antioxidante destes compostos. Somente a Silimarina foi capaz inibir as ERO e a
multiplicação do vírus, 24 e 48 hpi, confirmando suas ações já demonstradas. Estes resultados
sugerem que a multiplicação do MAYV em células Vero não sofre interferência direta das
ERO, uma vez que reduzindo essas espécies através do tratamento com antioxidantes (exceto
a Silimarina) a produção de partículas infeciosas não foi inibida, e também abre novas
perspectivas para melhor caracterizar o mecanismo anti-MAYV da Silimarina.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Alphavirus, Antioxidantes, Silimarina
Citação
SILVA, Letícia Maria. Avaliação dos efeitos dos antioxidantes silimarina, N-aceilcisteína, fulerol, quercetina e rutina na produção de “Espécies Reativas de Oxigênio” após a infecção pelo Mayaro virus (Togaviridae) e na multiplicação viral. 2022. 61 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.