Escravidão a cores : aproximação, reconhecimento e acolhimento da humanidade dos sujeitos negros na obra de Marina Amaral.
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Data
2020
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Resumo
Este artigo toma para análise o trabalho In Color: Slavery in Brazil, 1869, da colorista Marina Amaral para observar de que maneira o gesto de apropriação da artista ressignifica os arquivos da escravidão brasileira, mais precisamente os tipos fotográficos feitos por Alberto Henschel. Parte-se do entendimento de que as imagens de Henschel (e de outros fotógrafos da época que apontavam suas câmeras para mulheres e homens negros) são assinaladas por uma lógica tipificadora que perpassa não apenas sua produção, mas seu consumo, no passado e no presente. Nessa acepção, os novos sentidos que são alcançados com o projeto da artista só podem emergir da ruptura com esse estatuto. Para isso, Amaral recorre à colorização e à montagem das fotografias de maneira que convida o espectador a enxergá-las de outro modo, distanciado daquele que é o cerne da representação das pessoas negras escravizadas: a ideia de Outro, peculiar, diferente e estranho. O que a colorista propõe, em direção contrária, é fazê-las aparecer nas fotos a partir de sua natureza humana. Trata-se, defende-se aqui, de uma ação de caráter estético amplo, de teor político – essencialmente antirracista.
Descrição
Palavras-chave
Fotografia, Apropriação, Negritude, Anti-Racism
Citação
SANTOS, A. C. L.; FERREIRA, S. G. Escravidão a cores: aproximação, reconhecimento e acolhimento da humanidade dos sujeitos negros na obra de Marina Amaral. Lumina, Juiz de Fora, v. 14, n 2, p. 55-73, maio/ago. 2020. Disponível em: <https://periodicos.ufjf.br/index.php/lumina/article/view/30092>. Acesso em: 24 maio 2021.