Caracterização espectroscópica de amostras de lagoas de estabilização utilizadas no tratamento de esgoto e lixiviado de aterro sanitário.

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Data
2022
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Resumo
As tecnologias adotadas em ETEs induzem à transformação da matéria orgânica presente no efluente. Tais transformações de compostos orgânicos, bem como a geração de produtos microbianos solúveis, pode afetar o potencial poluidor do efluente final. A transformação da matéria orgânica em ETEs, e seu consequente despejo em mananciais, foi tema de pesquisas em diversos sistemas de tratamento, porém as lagoas de estabilização ainda são pouco estudadas no contexto da transformação e impactos da matéria orgânica. Dado que o processo de tratamento em lagoas de estabilização é predominantemente biológico, a matéria orgânica passa por diferentes transformações relacionadas à sua utilização por microrganismos. Conforme a tipologia de lagoa, espera-se que a matéria orgânica ali presente seja representativa dos processos físicos, químicos e biológicos decorrentes. Com isso, é importante entender as transformações da composição da matéria orgânica em função dos processos de tratamento. Esse entendimento pode apoiar o desenvolvimento de técnicas de tratamento e monitoramento e, eventualmente, reduzir impactos negativos. Com o estudo realizado pretendeu-se abordar a questão da matéria orgânica em lagoas de estabilização, com foco nas transformações das frações dissolvida e particulada. Para explorar o tema, foi feito um estudo de caso com base na ETE Ouro Branco, na cidade de Ouro Branco, Minas Gerais. A ETE escolhida faz cotratamento de esgoto sanitário e lixiviado de aterro em lagoas de estabilização anaeróbias e facultativas. A matéria orgânica foi avaliada utilizando ferramentas espectroscópicas, como espectroscopia UV-Vis e fluorescência molecular, que podem oferecer mais informações sobre a qualidade da matéria orgânica que outras análises, como DBO e DQO. Os resultados da pesquisa indicaram que há predominância de componentes tipo-húmicos e tipo-produtos microbianos solúveis em todas as etapas do tratamento. O afluente ao sistema e efluente final possivelmente apresentam a matéria orgânica mais complexa. No caso do afluente atribuiu-se à adição do lixiviado e no caso do efluente final atribuiu-se aos produtos algais solúveis. A matéria orgânica no efluente final pode ser menos biodegradável que a matéria orgânica do afluente, apesar de isso não significar que o efluente final é mais poluente que o afluente ao sistema. Os resultados demonstram como as técnicas espectroscópicas podem fornecer muito mais informações sobre a matéria orgânica dissolvida que os métodos tradicionais de DBO e DQO. Essas informações, por fim, conferem uma percepção mais aprofundada sobre a matéria orgânica em sistemas de tratamento por lagoas de estabilização. O estudo feito figura como um dos primeiros a investigar as características da matéria orgânica em sistemas de tratamento por lagoas de estabilização via técnicas espectroscópicas, sendo o primeiro a relatar sob a perspectiva do cotratamento de esgoto e lixiviado. Com a sua realização, foi possível contribuir para a expansão do entendimento sobre a matéria orgânica em lagoas de estabilização.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Saneamento - tratamento de esgoto, Águas residuais - purificação - lagoas de estabilização, Matéria orgânica, Quimiometria - decomposição em fatores paralelos, Aterro sanitário - lixiviação
Citação
RIGOTTO, Luiz Henrique Lopes. Caracterização espectroscópica de amostras de lagoas de estabilização utilizadas no tratamento de esgoto e lixiviado de aterro sanitário. 2022, 155 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2022.