Análise proteômica da espécie exótica invasora Limnoperna fortunei para fins de prospecção de alvos para o controle e monitoramento.
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Data
2018
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Resumo
A espécie invasora de origem asiática Limnoperna fortunei, conhecida como
mexilhão dourado, foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1998 no Rio Grande
do Sul e, deste então, vem provocando grandes danos econômicos e ambientais, tais como
paradas de turbinas em hidrelétricas, entupimento de tubulações, morte de peixes, etc,
principalmente por sua capacidade de fixação e proliferação. Neste contexto, o
desenvolvimento de métodos capazes de propiciar sua caracterização com vistas ao
controle das formas larvais e adultas é de grande interesse econômico, científico e
tecnológico. Desde 2014 iniciativas como a elucidação do transcriptoma, genoma
mitocondrial e mais recentemente da disponibilidade de dados genômicos dessa espécie
tem permitido a aplicação de ferramentas moleculares que permitem estabelecer relações
de expressão gênica diferencial frente a exposição a condições ambientais ou agentes
diversos. Nesse trabalho, nós reportamos a identificação de 3.233 proteínas de L. fortunei
via análise em larga escala (shotgun) empregando-se a cromatografia líquida acoplada à
espectrometria de massas (LC-MS/MS). Proteínas de interesse tais como aquelas
relacionadas a processos secretórios do parasito bem como vários receptores de
membrana representam novos alvos passíveis de intervenção para o controle da espécie.
Atenção particular foi dada às subunidades do proteassoma identificadas nesse trabalho.
Esse complexo proteolítico é o principal responsável por degradação intracelular de
proteínas em eucariotos e constitui alvo interessante para ação de drogas que modulam
sua atividade. Neste contexto, o proteassoma 20S de L. fortunei foi obtido em grau
satisfatório de homogeneidade e suas atividades peptidásicas avaliadas por meio de
peptídeos fluorogênicos. Análises de LC-MS/MS permitiram a identificação de 13 das 14
subunidades que compõem a porção catalítica do proteassoma 20S. Ademais, os dados
de proteômica permitiram confirmar a expressão dos principais representantes do sistema
proteolítico de degradação intracelular dependente de ubiquitina e proteassoma 26S em
L. fortunei. A última abordagem desse trabalho consistiu no bioensaio com a exposição
do molusco a diferentes concentrações do moluscicida niclosamida (0,25 a 8,0 mg.L-1)
para avaliação das alterações proteômicas induzidas. Ao todo, 46 proteínas
diferencialmente expressas entre os indivíduos dos grupos controle e teste foram
apontadas. Os resultados obtidos com esta abordagem constituem o primeiro inventário
do proteoma expresso da espécie invasora L. fortunei e podem contribuir com a
proposição racional de novos alvos moleculares para programas de controle e
monitoramento desse bioinvasor.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Mexilhão dourado, Proteômica, Anti-helmínticos
Citação
SANSON, Ananda Lima. Análise proteômica da espécie exótica invasora Limnoperna fortunei para fins de prospecção de alvos para o controle e monitoramento. 2018. 135 f. Tese (Doutorado em Biotecnologia) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.