Avaliação de lipoproteínas, índices aterogênicos e risco cardiovascular de mulheres no climatério em diferentes estágios do envelhecimento reprodutivo.
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Data
2018
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Resumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar lipoproteínas, índices aterogênicos e risco
cardiovascular de mulheres no climatério e a sua associação com os estágios de
envelhecimento reprodutivo. Para isto, foram selecionadas 262 mulheres, na faixa etária de
40 a 65 anos, residentes em Ouro Preto, MG. As participantes foram entrevistadas para
levantamento dos sintomas climatéricos e das características sociodemográficas e
comportamentais. Coletas de sangue foram realizadas para avaliação de perfil lipídico,
apolipoproteínas, Lp(a), FSH, estradiol e glicemia de jejum. Além disso, foram realizadas
medidas de pressão arterial, de peso, altura e circunferência de cintura. A partir destas
determinações foram calculados índice de massa corporal (IMC); índices aterogênicos
[CT/HDL-c, LDL-c/HDL-c, apoB/apoA-I, índice aterogênico do plasma (AIP)] e escore de
risco global (ERG). Também foram avaliadas as frequências de síndrome metabólica (SM)
segundo os critérios do Joint Interim Statement (JIS) e de dislipidemia pela classificação
laboratorial. As participantes foram classificadas de acordo com os estágios de
envelhecimento reprodutivo (EER) em 3 grupos: fase reprodutiva (FR), transição
menopausal (TM) ou pós-menopausa (PM). Os resultados mostraram que 42,4% (n=111)
estavam na FR; 18,3% (n=48) na TM e 39,3% (n=103) na PM. Foi observado que as
concentrações séricas de triglicerídeos (TG) e colesterol total (CT), a hipertrigliceridemia
isolada, a estimativa de risco cardiovascular pelo AIP e pelo ERG e os sintomas climatéricos
moderados/intensos foram significativamente menores (p<0,05) na FR do que na TM e na
PM. Por outro lado, os níveis séricos de LDL-c, não HDL-c e apo B bem como os índices
aterogênicos LDL-c/HDL-c e apoB/apoA-I foram estatisticamente menores (p<0,05) na FR e
na TM do que na PM. O tipo de dislipidemia mais frequente foi HDL-c baixo isolado ou
associado à hipertrigliceridemia e/ou hipercolesterolemia (n=87; 33,2%), sendo a alteração
no analito isolado significativamente mais frequente na FR (25,2%; p=0,008), enquanto
aquela do HDL-c associado foi mais encontrada na PM (21,4%; p=0,016).
Comparativamente a FR, as mulheres na TM tiveram 2,6 a 3,3 vezes mais chance de
apresentar maior concentração de CT e TG, hipertrigliceridemia isolada e AIP alterado,
enquanto as participantes em PM exibiram risco de 2,0 a 5,3 vezes maior de apresentar
níveis séricos maiores de CT, TG, LDL-c, não HDL-c, apo B, hipertrigliceridemia isolada,
hipercolesterolemia isolada, hiperlipidemia mista, HDL-c baixo associado, SM, sintomas
climatéricos moderados/intensos, maior risco estimado por CT/HDL-c, LDL-c/HDL-c, AIP e
ERG. Este estudo apontou associação de baixas concentrações séricas de estradiol (≤40
pg/mL) com as alterações de lipoproteínas, índices aterogênicos e de risco cardiovascular
encontradas nos EER. Lipoproteínas, índices aterogênicos e risco cardiovascular de
mulheres climatéricas foram associados aos EER e aos níveis séricos de estradiol, com
progressão para um perfil mais aterogênico e de maior risco de DCV da fase reprodutiva
para a pós-menopausa, sendo a alteração nas concentrações de TG e de HDL-c mais
precoce.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Climatério, Menopausa, Apolipoproteínas, Dislipidemias
Citação
LOPES, Ana Cláudia Faria. Avaliação de lipoproteínas, índices aterogênicos e risco cardiovascular de mulheres no climatério em diferentes estágios do envelhecimento reprodutivo. 2018. 90 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2018.