Interferência da terapia com o betabloqueador Carvedilol na resposta inflamatória cardíaca aguda em camundongos C57BL/6 infectados pela cepa colombiana do Trypanosoma cruzi.
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Data
2017
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Resumo
A resposta inflamatória gerada pela infecção pelo Trypanosoma cruzi promove alterações morfofisiológicas nas células cardíacas de hospedeiros mamíferos. Esta inflamação progressiva contribui para a geração de um quadro patológico de caráter fibrogênico culminando em possíveis alterações estruturais/ funcionais ao coração. Fármacos com propriedades cardiovasculares e prescritos no manejo clínico de indivíduos chagásicos têm sido investigados por suas ações imunomodulatórias. Nesta proposta, foram avaliadas as ações do betabloqueador Carvedilol (CV) e do benznidazol (BZ), em camundongos machos da linhagem C57BL/6, infectados com 50 formas tripomastigotas da cepa Colombiana do Trypanosoma cruzi, e agrupados de acordo com as seguintes intervenções: (I) 15 animais infectados que não receberam tratamento (II) 15 animais tratados com 100mg/Kg/dia de BZ (III) 15 animais tratados com o CV 25mg/kg/dia (IV) 15 animais tratados com a combinação dos fármacos BZ 100mg/kg/dia e CV 25mg/kg/dia. Além disso, foram utilizados 10 animais como controle não infectado. A ação do betabloqueador (CV) 25 mg/kg e/ ou BZ 100 mg/kg, foi avaliada após 28 dias de infecção, e 23 dias de tratamento, período análogo à fase aguda. A eutanásia ocorreu no 280 dia, sendo o coração conservado para análise histopatológica, e avaliação de Estresse oxidativo (SOD, catalase, TBARs, proteínas carboniladas), e o sangue/plasma destinado aos ensaios imunoenzimáticos (CCL2, CCL5, TNF-alfa, IL-10), além de avaliar a parasitemia e sobrevida ao longo da infecção. Desta maneira, observou-se, que a terapia com o CV elevou a mortalidade dos animais, a parasitemia, assim como o nível das quimiocinas CCL2 e CCL5 no tecido muscular cardíaco, mas por outro lado reduziu os níveis de TNF. Em contrapartida, o CV não alterou o perfil da citocina regulatória IL-10. O tratamento em monoterapia com o CV promoveu, ainda, o aumento do infiltrado inflamatório no tecido muscular cardíaco mediante infecção pelo T. cruzi, em relação aos animais infectados não tratados. Conclui-se que o CV não foi capaz de oferecer proteção cardíaca ao hospedeiro mamífero durante a fase aguda da infecção pelo T. cruzi por elevar os mediadores inflamatórios e, consequentemente, o infiltrado inflamatório cardíaco. Outros estudos em diferentes modelos experimentais tornam-se necessários para compreender as ações pleiotrópica do CV em roedores, uma vez que em seres humanos este fármaco apresenta propriedade protetora cardíaca em indivíduos cardiopatas crônicos.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa de Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Trypanosoma cruzi, Carvedilol, Betabloqueador, Doença de chagas
Citação
HORTA, Aline Luciano. Interferência da terapia com o betabloqueador Carvedilol na resposta inflamatória cardíaca aguda em camundongos C57BL/6 infectados pela cepa colombiana do Trypanosoma cruzi. 2017. 76 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017.