Perfil nutricional e bioquímico de alcoolistas frequentadores do CAPSad de Ouro Preto, Minas Gerais.

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Data
2012
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A presente dissertação esta apresentada em três artigos que contemplaram os seguintes objetivos: avaliar o estado nutricional e clínico de alcoolistas (artigo 1); avaliar os níveis de leptina de acordo com o padrão de uso de álcool e o tempo de abstinência (artigo 2) e avaliar a fissura e o consumo de alimentos em alcoolistas após três meses de tratamento (artigo 3). Artigo 1: trata-se de um estudo transversal com 65 pacientes alcoolistas requentadores do Centro de Apoio Psicossocial aos usuários de álcool e outras drogas (CAPSad) de Ouro Preto-MG. Os participantes foram divididos de acordo com o padrão de uso do álcool (NA- não abstinentes; A2- abstinentes até 3 meses; A3- abstinente por 4 meses ou mais). Além do questionário sócio-demográfico, também foram aplicados os questionários SADD (Short Alcohol Dependence Data) e o ASSIST (Alcohol Smoking and Substance Involvement Screening Test) para conhecimento do grau de dependência alcoólica e do poliuso de drogas, respectivamente. O perfil bioquímico e nutricional foi avaliado através de exames bioquímicos e avaliação antropométrica. A adequação das calorias e nutrientes da alimentação fornecida na instituição também foi analisada. Foi alto o percentual de participantes com dependência alcoólica grave (67,74%), associada ao uso principalmente de tabaco (66,15%). Pacientes abstinentes há mais tempo (A3) apresentaram risco maior de sobrepeso/obesidade e circunferência da cintura (CC) aumentada do que os não abstinentes e abstinentes recentes (A2) com odds ratio de 5,25 para ambos. O risco de maior % de gordura corporal (%GC) foi de 3,38 para os abstinentes, independente do tempo de abstinência. Os alcoolistas apresentaram níveis mais elevados de HDL-c do que os abstinentes, entretanto, os valores médios de triglicerídeos, colesterol total e glicemia de jejum aumentaram no sentido dos abstinentes A3, para não abstinentes, com valores limítrofes entre estes. A alimentação oferecida no CAPSad não se mostrou adequada para as necessidades diárias dos usuários, com alta oferta de sódio e de calorias para mulheres. Artigo 2: a leptina sérica foi dosada nos mesmos 65 alcoolistas e seus níveis foram avaliados de acordo com o padrão de uso do álcool. Níveis elevados de leptina foram encontrados apenas entre mulheres abstinentes recentes (A2), em comparação com as não abstinentes. Houve correlação positiva entre os níveis de leptina, IMC e CC entre as mulheres não abstinentes (leptina x IMC: r = 0,91, p <0,01; leptina x CC: r = 0,87; p = 0,001). Artigo 3: Vinte um alcoolistas foram avaliados no início e após três meses de tratamento no CAPSad. Foram analisadas a fissura e a escolha de alimentos e realizada a avaliação nutricional durante este período. Durante a abstinência, as mulheres ganharam peso e os homens perderam, entretanto os pacientes abstinentes mantiveram menor fissura e maior sensação de bem estar com o consumo de alimentos fontes de carboidratos simples ou complexos. Conclusão: Pacientes abstinentes têm maior risco de sobrepeso e obesidade. O aumento dos níveis de leptina parece ser dependente do tempo de abstinência e do gênero. Mulheres abstinentes recentes tiveram maiores níveis de leptina, que pode favorecer a recaída ser no início da abstinência. A escolha de alimentos fonte de carboidratos pode ajudar na redução do desejo de retomar o consumo alcoólico, entretanto podem contribuir para um consumo calórico elevado, podendo influenciar no ganho de peso entre os abstinentes.
Descrição
Palavras-chave
Alcoolismo, Dependência - psicologia, Síndrome de abstinência, Leptina
Citação
TOFFOLO, M. C. F. Perfil nutricional e bioquímico de alcoolistas frequentadores do CAPSad de Ouro Preto, Minas Gerais. 2012. 154 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.