Etnozoologia e conservação da biodiversidade em comunidades rurais da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais.

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Data
2011
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Biomas Tropicais. Departamento de Biodiversidade, Evolução e Meio Ambiente, Instituto de Ciências Exatas e Biológicas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
A presente dissertação foi desenvolvida sob a ótica da etnozoologia e teve como objetivo avaliar como os moradores rurais de três povoados da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais compreendem e se relacionam com a fauna da região além de averiguar a opinião destes moradores sobre a criação, na Serra do Ouro Branco, de duas unidades de conservação. Para a obtenção dos dados foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e abertas com 107 moradores. A fim de determinar a fauna conhecida, foi utilizada a metodologia lista livre, e para a certificação dos mesmos utilizou-se uma prancha de fotografias contendo animais da região. A análise dos dados seguiu o modelo de união das diversas competências individuais. A maior parte dos entrevistados da Serra do Ouro Branco tem idade entre 30 e 60 anos e baixa escolaridade, sendo em sua maioria representados por donas de casa, autônomos e aposentados. Mais de 50% dos entrevistados residem nos povoados deste que nasceram. No total foram citadas 61 espécies animais classificadas popularmente como bichos do mato (fauna silvestres) e animal (fauna doméstica). Mamíferos foi o grupo zoológico mais conhecido, seguido por répteis e anfíbios. O conhecimento popular dos moradores sobre os aspectos ecológicos e biológicos dos animais foi condizente com os dados da literatura científica, evidenciando que os residentes conhecem e se relacionam com a fauna local. Dentre os animais mencionados como pouco avistadas nos povoados, em relação há tempos atrás, quatro espécies assumiram categorias preocupantes do ponto de vista da conservação. Os usos da fauna pelos moradores foram: alimentar, medicinal e comercial, sendo este último uso restrito ao trinca ferro (Saltator sp.). Tanto animais silvestres quanto domésticos são utilizados com finalidade medicinal sendo, a gordura o produto animal mais habitual para tratar enfermidades. Tatu e paca são as espécies mais caçadas com fins alimentares, devido à facilidade de captura e à preferência pela carne, além disso, estes animais são capturados com tipos variados de armadilhas. Os moradores da Serra do Ouro Branco consideram positiva a presença de unidades de conservação neste local, pois acreditam que poderá proteger a Serra, porém, várias respostas demonstram que os moradores estão alheios ou desinformados sobre os propósitos das UC’s. Os dados obtidos neste trabalho poderão ser utilizados no plano de manejo do Parque Estadual da Serra do Ouro Branco e Monumento Natural Estadual do Itatiaia, no sentido de fornecer informações confiáveis, sobre as relações das populações humanas residentes nesta Serra, com a fauna local. Além disso, a capacitação desses moradores como guia de turismo e guarda-parques constituem alternativas extremamente viáveis e interessantes para se alcançar a conservação junto à população local.
Descrição
Palavras-chave
Conhecimento tradicional, Fauna terrestre, Zoologia, Unidades de conservação, Etnobiologia
Citação
PINTO, L. C. L. Etnozoologia e conservação da biodiversidade em comunidades rurais da Serra do Ouro Branco, Minas Gerais. 2011. 95 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia de Biomas Tropicais) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2011.