Avaliação do potencial antioxidante da farinha de buriti (Mauritia flexuosa) in vitro e em ratos diabéticos.
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Data
2014
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Resumo
O Buriti (Mauritia flexuosa) é fruto do cerrado e a sua polpa possui quantidades consideráveis de carotenóides, polifenóis, ácido ascórbico e ácidos graxos mono e poli-insaturados, apresentando, assim, potencial para ser utilizado na prevenção de doenças advindas do estresse oxidativo. O diabetes mellitus (DM) é um dos mais importantes problemas de saúde pública e o desenvolvimento das suas complicações está, entre outros fatores, intimamente relacionado ao aumento do estresse oxidativo. Portanto, há grande interesse em compostos e/ou alimentos com capacidade de diminuir espécies reativas de oxigênio (ROS) nos tecido. Desse modo, o objetivo do nosso estudo consiste em investigar a capacidade antioxidante da farinha de buriti in vitro e em ratos diabéticos. A capacidade antioxidante da farinha de buriti foi determinada através do método do DPPH. A composição centesimal foi realizada segundo métodos da AOAC (1984). A quantidade de polifenóis foi determinada pelo método Folin-Ciocalteu. Para o ensaio biológico utilizaram-se 36 ratos Fisher divididos em quatro grupos: Controle (C); Controle + Buriti (CB); Diabéticos (D); Diabético + Buriti (DB). Os grupos C e CB receberam dieta padrão (AIN-93M) e os grupos D e DB receberam dieta padrão (AIN-93M) contendo 2% da farinha de buriti. O diabetes foi induzido no 1º dia do experimento por injeção intraperitoneal de estreptozotocina (STZ) 35 mg/Kg. No 25º dia do experimento os ratos foram submetidos ao Teste de Tolerância Oral à Glicose (TTOG). Após 30 dias de tratamento os animais foram anestesiados com isoflurano e eutanasiados. Foram realizadas análises séricas de metabólitos, produtos de excreção e enzimas. Analisaram-se danos oxidativos às biomoléculas através da determinação de proteína carbonilada e hidroperóxidos lipídicos no fígado, coração, pâncreas e rim. Além disso, realizaram-se análises histológicas do fígado, coração e pâncreas utilizando a coloração Hematoxilina e Eosina (H&E). Os resultados foram analisados por ANOVA one way ou Teste T e Kruskal Wallis ou Mann-Whitney considerando significativos quando p <0,05. A composição centesimal demonstrou que farinha de buriti possui elevadas quantidades de lipídios totais e fibra insolúvel. Além disso, apresentou uma concentração de polifenóis de 444,28 ± 14,76 mg EAG/100g. No ensaio in vitro ela exibiu uma alta capacidade de neutralização do radical DPPH. Já no experimento in vivo iniciamos observando, no TTOG, que os grupos D e DB apresentaram níveis maiores de glicose em todos os tempos comparados aos grupos C e CB. Encontramos, no soro, níveis elevados de AST, ALT, uréia e níveis reduzidos de albumina, proteínas totais, colesterol total e triacilgliceróis nos grupos D e DB. Com relação aos biomarcadores do estresse oxidativo, a farinha de buriti reduziu, nos ratos diabéticos, os níveis de TBARS no coração e no rim, e os níveis de proteínas carboniladas no fígado e no coração. No exame histopatológico não observamos alterações em nenhum dos tecidos analisados. Portanto, concluímos que a farinha de buriti apresentou um elevado conteúdo de polifenóis totais e uma capacidade antioxidante in vitro. Já in vivo, observamos que a suplementação com farinha de buriti promoveu uma redução dos biomarcadores do estresse oxidativo TBARS e/ou proteína carbonilada no fígado, coração e rim. Porém, não foi evidenciada nenhuma alteração a nível celular.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Buriti, Alimentos funcionais, Diabetes, Stress - fisiologia
Citação
LAGE, N. N. Avaliação do potencial antioxidante da farinha de buriti (Mauritia flexuosa) in vitro e em ratos diabéticos. 2014. 71 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2014.