Avaliação do potencial carcinogênico do dibenzotiofeno e dibenzotiofeno sulfona em ratos Wistar.
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Data
2012
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas. Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
O elevado nível de compostos sulfurados em derivados do petróleo é considerado prejudicial à qualidade de combustíveis, sendo sua remoção, mesmo que parcial uma das exigências no processo de refino. Além disso, legislações específicas delimitam sua concentração máxima em combustíveis fósseis, a fim de minimizar efeitos negativos dos compostos organossulfurados no ambiente. Dentre tais compostos, o dibenzotiofeno (DBT) é um hidrocarboneto policíclico aromático sulfurado, referência em trabalhos de remediação ambiental e com atividade carcinogênica. Considerando a importância dessa classe de substâncias na oncogênese e a escassez de estudos toxicológicos relacionados ao DBT, essa dissertação apresenta como objetivo, uma avaliação dos efeitos tóxicos provocados pelo tratamento crônico de ratos Wistar com doses sub-letais de DBT e de seu derivado oxidado DBTO2 (dibenzotiofeno sulfona), e compara o potencial toxicológico dessas substâncias com o agente mutagênico clássico 1,2-dimetilhidrazina (DMH). Esse trabalho permitiu uma avaliação do tratamento crônico com a dose de 30 mg/Kg de DBT e DBTO2 em ratos Wistar, sendo observadas lesões pré-neoplásicas nos intestinos delgado e grosso dos animais tratados, com intensidade e características semelhantes às lesões observadas no cólon de ratos tratados com DMH. As lesões, identificadas pelas análises histopatológicas, indicaram a ocorrência de um processo neoplásico em fase inicial de desenvolvimento. Além disso, verificou-se a marcação de células empregando-se técnicas imunohistoquímicas com anticorpos para o antígeno carcinoembrionário (CEA) e CD44, para os grupos DMH, DBT e DBTO2, com intensidades semelhantes. Através dessa avaliação, tais resultados indicam que a capacidade de induzir neoplasias do DBT e do DBTO2, se assemelha ao DMH, que é considerado um potente carcinógeno. Além disso, foi realizada análise da expressão gênica, por meio de qPCR, de transcritos de Cd44, c-Myc, c-Jun, Stat3, Psma6, Mapk3 e Sulf1, que são genes conhecidos como bons indicadores de câncer em fase avançada. Esses resultados apontaram que não ocorreram alterações nos níveis de expressão desses genes suficientes para a detecção em extratos de pólipos intestinais. Paralelamente, investigando-se a possibilidade de utilizar o inibidor Bowman-Birk como ligante específico de proteases usualmente superexpressas em tumores, cortes frescos de pólipos intestinais foram incubados com um conjugado BBI-FITC. Verificou-se uma marcação do conjugado BBI-FITC mais intensa em todos os grupos submetidos aos tratamentos com os agentes químicos. O aumento da fluorescência nos grupos testes foi em torno de 1,7 vezes maior em relação aos controles, e de maneira semelhante entre os grupos DMH, DBT e DBTO2. Sendo assim, verificou-se que o conjugado BBI-FITC, proposto como um ligante específico de proteases tripsina e quimotripsina símiles, indicou ser satisfatório para detecção do aumento da concentração de proteases-alvo do BBI, em animais tratados com agentes carcinógenos em estágio neoplásico inicial de desenvolvimento. Esses resultados demonstram que os inibidores de Bowman-Birk podem ser úteis no diagnóstico precoce de análises histopatológicas de animais submetidos à exposição a agentes químicos como DMH e também para os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos sulfurados como o DBT e DBTO2.
Descrição
Palavras-chave
Dibenzotiofeno, Dibenzotiofeno sulfona, Câncer, Marcadores biológicos de tumor, Proteinase - inibidores
Citação
PINTO, I. A. de A. Avaliação do potencial carcinogênico do dibenzotiofeno e dibenzotiofeno sulfona em ratos Wistar. 2012. 90 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2012.