Bio-oxidação de um concentrado refratário de ouro por Acidithiobacillus ferrooxidans.
Nenhuma Miniatura disponível
Data
2016
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O ouro pode ser encontrado encapsulado na matriz de sulfetos tais como pirita e
arsenopirita. Isso faz com que o processo de cianetação apresente baixo rendimento,
uma vez que o íon cianeto não consegue penetrar na estrutura maciça dos sulfetos.
Dessa forma, é necessário oxidar os tais sulfetos antes da extração do metal pelo
cianeto. Dentre as alternativas para o tratamento de minérios refratários de ouro incluise
a bio-oxidação, a qual é caracterizada pelo emprego de micro-organismos capazes de
oxidar os sulfetos minerais. Na presente dissertação, a bio-oxidação por
Acidiothiobacillus ferrooxidans foi aplicada inicialmente a um concentrado de flotação
contendo sulfetos (10,58% Fe; 11,85% S; 1,88 % As e 3,16% Sb). Em seguida, foi
conduzida a bio-oxidação do rejeito de flotação produzido a partir do mesmo minério
que gerou o concentrado. Como o teor de ouro no rejeito é baixo (0,64g/t) a biooxidação
é uma das tecnologias economicamente mais adequadas para reduzir tal
refratariedade. Foram avaliados os efeitos da concentração inicial de Fe2+ (em g/L: 0,0;
2,5; 5,0 e 10,0), pH da suspensão (1,50, 1,75 e 2,00) e percentual de sólidos (m/v:
1,50%; 5,75% e 10,00%) na bio-oxidação do concentrado, medida a partir da dissolução
do arsênio. Inicialmente, os ensaios de bio-oxidação foram realizados em shaker
termostatizado, a 32°C e 150min-1
. O processo de bio-oxidação mediado por At.
ferrooxidans foi mais eficiente quando comparada à lixiviação química pelo oxigênio
em solução. Foi constatado que no ensaio que avaliou a influência da concentração
inicial de Fe2+, o uso de 2,5g/L de Fe2+ promoveu um aumento de oito vezes na extração
de arsênio em relação à condição sem a adição externa de ferro. Diante destes
resultados, foi possível inferir que a suplementação de Fe2+, na forma de FeSO4.7H2O,
se faz necessária para a eficiente da oxidação da amostra. No estudo da influência do
pH, a maior solubilização de arsênio foi constatada em pH 1,75. A redução nos valores
de extração com o aumento da concentração de sólidos parece estar relacionada à
necessidade de um tempo maior de reação, uma vez que não foram evidenciados
prejuízos ao crescimento microbiano. Foram também realizadas análises do produto da
bio-oxidação pelas técnicas de DRX e MEV/EDS de maneira a complementar o
entendimento dos fenômenos relativos à oxidação do concentrado. Verificou-se que a
estibinita é pouco susceptivel a bio-oxidação, uma vez que a sua morfologia apresentou
similiaridade com cristais do mineral original, enquanto os grãos de pirita foram
atacados. Após a determinação dos valores ótimos das variáveis estudadas, foram
conduzidos ensaios em sistema de garrafas de 10L e os produtos sólidos dos ensaios
com o concentrado e o rejeito de flotação foram cianetados. Os testes de cianetação
foram também realizados com as amostras sem pre-tratamento e apenas 20% do ouro
foram recuperados, confirmando a refratariedade das amostras em estudo. A biooxidação
demonstrou ser eficiente, uma vez que os produtos sólidos da etapa de biooxidação
atingiram 84% e 85% de extração de ouro no caso do rejeito e do concentrado
de flotação, respectivamente. Estes resultados confirmaram o efeito catalítico dos
micro-organismos na oxidação dos sulfetos em relação à lixiviação química. Além
disso, verifica-se a relevância do estudo do ponto de vista ambiental ao possibilitar o
desenvolvimento de uma alternativa para a recuperação contido nesse rejeitos.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Núcleo de Pesquisas e Pós-Graduação em Recursos Hídricos, Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Tecnologias ambientais, Rejeito sulfetado, Sulfetos de antimônio
Citação
CARVALHO, Liliane Coelho de. Bio-oxidação de um concentrado refratário de ouro por Acidithiobacillus ferrooxidans. 2016. 77 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.