Efeitos da administração da taurina no desequilíbrio redox e na inflamação induzida pela exposição à fumaça de cigarro.

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Data
2017
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Resumo
A fumaça de cigarro (FC) é considerada o maior fator de risco para o desenvolvimento de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A FC apresenta uma mistura complexa de mais de 7000 compostos químicos. Entre esses, encontram-se um grande número de espécies reativas de oxigênio (EROs) que leva ao desencadeamento do estresse oxidativo. Estudos in vivo têm demonstrado os benefícios do uso da taurina, um β-aminoácido, em diminuir a inflamação e o estresse oxidativo no sistema respiratório. Esse estudo teve como objetivo avaliar os efeitos da taurina no estresse oxidativo e na resposta inflamatória pulmonar de camundongos expostos à FC. Foram utilizados 50 camundongos machos da linhagem C57BL/6 divididos nos grupos: Controle (CT), taurina (TAU), fumaça de cigarro (FC), fumaça + taurina (FC+TAU). Durante cinco dias, por meio da utilização de uma câmara de inalação de fumaça de cigarro, os grupos FC e FC+TAU foram expostos a 4 cigarros, três vezes ao dia totalizando 12 cigarros comerciais. Os grupos TAU e FC+TAU receberam 30 mg/Kg/dia de taurina via gavagem orogástrica doze horas antes da exposição. 24h após a última exposição à fumaça de cigarro, foi realizada a eutanásia dos animais via sobredose de anestésico para coleta do sangue, lavado broncoalveloar (LBA) e amostras dos tecidos pulmonares para análises bioquímicas e para o processamento histopatológico. A análise dos parâmetros hematológicos demonstrou um aumento dos níveis de eritrócito, hemoglobina e hematócrito em FC quando comparado ao CT e TAU, porém, em FC+TAU houve uma redução de eritrócito quando comparado ao FC. O nível de leucócitos totais no sangue foi menor em FC quando comparado ao CT e TAU e foi observado um aumento nos níveis em FC+TAU quando comparado ao FC. Observou-se um aumento de leucócitos totais no LBA em FC quando comparado ao CT e TAU, entretanto, em FC+TAU observou-se uma redução dos níveis de células inflamatórias quando comparado ao FC. A contagem diferencial de células inflamatórias no LBA demonstrou um aumento de macrófago em FC quando comparado ao CT e TAU e a administração de taurina associada à FC levou a uma redução dos níveis de macrófagos em comparação ao FC. Em relação ao ensaio imunoenzimático, observou-se um aumento na concentração do fator de necrose tumoral (TNF) e da interleucina (IL) -17 em FC e FC+TAU quando comparado ao CT e TAU, para a IL-22 houve um aumento em FC quando comparado ao CT e TAU, porém, em FC+TAU foi observado uma redução comparado ao FC. Na análise do dano oxidativo, observou-se aumento da peroxidação lipídica e da oxidação de proteína em FC quando comparado ao CT e TAU, esses danos foram reduzidos em FC+TAU quando comparado ao FC. Para a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT) observou-se maior atividade em FC comparado ao CT a TAU e uma redução em FC+TAU comparado ao FC. Em relação aos dados morfométricos, observou-se aumento da densidade e volume do espaço alveolar (Vv[a]) em FC comparado ao CT e TAU e diminuição da densidade de volume de septo alveolar (Vv[sa]) comparado ao CT e TAU. A administração de taurina demonstrou ser capaz de reduzir a inflamação e o estresse oxidativo induzido pela exposição à fumaça de cigarro em um curto período de tempo.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição. Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Cigarros, Toxicidade pulmonar, Antioxidantes, Taurina
Citação
RAMOS, Camila de Oliveira. Efeitos da administração da taurina no desequilíbrio redox e na inflamação induzida pela exposição à fumaça de cigarro. 2017. 81 f. Dissertação (Mestrado em Saúde e Nutrição) - Escola de Nutrição, Universidade Federal de Ouro Preto, Escola de Nutrição, Ouro Preto, 2017.