Comportamento estratigráfico e proveniência sedimentar do Grupo Macaúbas na terminação periclinal da Serra do Espinhaço Meridional em Minas Gerais.
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Data
2020
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Resumo
O Paleocontinente São Francisco-Congo (PSFC) experimentou uma série de eventos tafrogenéticos
descontínuos, amplamente registrados no interior e nas margens do Cráton São Francisco através das
sequências metassedimentares e metavulcano-sedimentares do Supergrupo Espinhaço e do Grupo
Macaúbas. O Grupo Macaúbas se destaca por registrar, numa espessa sequência metavulcanosedimentar, os depósitos da bacia homônima precursora do Orógeno Araçuaí. No atual estado da arte a
Bacia Macaúbas contempla um rifte toniano (livre de diamictitos), um rifte criogeniano (rico em
diamictitos) e uma bacia de margem passiva com geração de crosta oceânica. A região compreendida
entre os segmentos meridional e setentrional da serra do Espinhaço em Minas Gerais é entendida como
uma das áreas chave para o entendimento da evolução tectonosedimentar do sistema de riftes que
compõem o Grupo Macaúbas no estado. Entretanto, na região de interesse deste projeto, observa se uma
total ausência de levantamentos sedimentares/estratigráficos sistemáticos em comunhão com a ausência
de dados geocronológicos. Neste contexto, o presente trabalho investigou a natureza e o modo de
ocorrência das unidades estratigráficas tonianas e criogenianas na terminação periclinal da serra do
Espinhaço Meridional, e realizou um estudo de geocronologia destas unidades. Ao longo das campanhas
de campo, foram levantados 8 perfis litoestratigráficos em escala original 1:100, a partir dos quais 12
litofácies foram descritas. As litofácies da Formação Matão Duas-Barras sugerem deposição em um
ambiente de fluxo de detrito. Por sua vez, as litofácies da Formação Serra do Catuní mostram uma
litofácies basal de fluxo de detritos que evoluiu para sedimentação em um ambiente de retrabalhamento
marinho. Estas informações associadas aos dados estruturais, como a sedimentação das fácies basais
confinadas entre lineamentos morfoestruturais de direção NNE e WNW sugerem uma deposição sob
regime extensional. A partir das idades U-Pb obtidas foram geradas curvas de distribuição cumulativa,
que foram plotadas sobre o Diagrama de Cawood (Cawood 2012). Outro método utilizado foi o Teste
K-S. Os resultados mostraram que o espectro de idades das formações Matão-Duas Barras e Serra do
Catuní diferem entre si pela maior contribuição de grãos em torno de 1.0Ga na segunda unidade. Dentre
as amostras analisadas da Formação Matão-Duas Barras, deste trabalho bem como da literatura,
observou-se que aquelas da porção mais a norte da Serra do Espinhaço Meridional e as do Espinhaço
Central possuem maior contribuição de grãos Caliminianos e menor contribuição de grãos entre 1.1-
1.3Ga, quando comparadas as amostras coletadas na porção mais ao sul do Espinhaço Meridional. Os
resultados do Teste K-S mostram que nem todas as amostras da Formação Matão-Duas Barras tem um
padrão de distribuição similar, o que pode ser resultado da evolução da bacia, que teria começado com
sub bacias isoladas dominadas por fluxo lateral até evoluir para uma bacia com uma drenagem axial
proeminente. No que diz respeito a Formação Serra do Catuní, todas as amostras testadas apresentam
padrão similar de distribuição. O Diagrama de Cawood mostra que ambas as formações Matão-Duas
Barras e Serra do Catuní foram depositadas em ambientes extensionais, corroborando com as
interpretações acima, bem como o postulado na literatura.
Descrição
Programa de Pós-Graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais. Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto.
Palavras-chave
Geocronologia, Bacias sedimentares, Orógeno Araçuaí - MG
Citação
OLIVEIRA, Rosana Gonçalves. Comportamento estratigráfico e proveniência sedimentar do Grupo Macaúbas na terminação periclinal da Serra do Espinhaço Meridional em Minas Gerais. 81 f. 2020. Dissertação (Mestrado em Evolução Crustal e Recursos Naturais) – Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2020.