Avaliação da atividade cardioprotetora da piridostigmina veiculada em lipossomas.
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Data
2009
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Editor
Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
Com a demonstração dos benefícios da estimulação vagal em pacientes portadores de doenças cardiovasculares, foi sugerido que fármacos colinérgicos poderiam ter efeitos protetores semelhantes. A Piridostigmina, um agente anti-colinesterárico reversível, apresenta benefícios demonstrados em portadores de cardiopatias. No entanto, sua curta meia-vida de eliminação e incidência de efeitos adversos são fatores que podem limitar seu uso prolongado. O desenvolvimento de formas farmacêuticas, como lipossomas de circulação prolongada, podem promover a lenta liberação de fármacos nos tecidos e reduzir sua toxicidade, tendo sido demonstrado seu acúmulo no miocárdio isquêmico. Este trabalho teve por objetivo principal a investigação da atividade cardioprotetora da Piridostigmina veiculada em lipossomas. A preparação dos lipossomas contendo Piridostigmina foi realizada pelo método de congelamento/descongelamento e extrusão. A formulação obtida foi caracterizada e administrada, nas doses 0,1, 0,3 e 1,0 mg/kg, a ratos Wistar machos, os quais após 1, 2, 4 ou 6 horas foram submetidos à estimulação simpática por administração de 1 ou 3 μg de noradrenalina (NA). Foram obtidos os sinais de pressão arterial (PA) e eletrocardiograma (ECG) dos animais, sendo os parâmetros obtidos comparados aos de animais que receberam solução salina ou Piridostigmina na forma livre. Foi obtida uma eficiência de encapsulação de 15,5% da Piridostigmina nos lipossomas, com vesículas de tamanho médio de 174 nm, índice de polidispersão 0,06 e potencial zeta -50 mV. Nos animais que receberam salina, a NA induziu aumentos significativos de PA sistólica e diastólica, sendo os maiores aumentos observados após a administração de 3 μg de solução (76 e 70%, respectivamente.). Os intervalos PR e QRS do ECG não foram significativamente alterados, enquanto sobre o intervalo QT foram observados aumentos de 22% nos animais que receberam salina, em relação ao período controle. A administração de Piridostigmina nas formas livre e lipossomal não inibiu significativamente os aumentos da PA. Nos animais tratados com Piridostigmina, porém, foi observada redução significativa dos aumentos do intervalo QT decorrentes da estimulação simpática. O efeito máximo da Piridostigmina livre em impedir tais aumentos foi observado após 1 hora da sua administração (6,6% para a dose de 0,3 mg/kg) e não se manteve após 2 horas do tratamento. O efeito máximo da formulação lipossomal em impedir o prolongamento do intervalo QT foi observado 2 horas após o tratamento (8,5% para a dose de 1,0 mg/kg) e foi mantido até 6 horas após sua administração. A administração de Piridostigmina na dose de 1,0 mg/kg na forma livre causou aos animais alterações tóxicas características de hiperestimulação colinérgica, o que não foi observado para a mesma dose na forma lipossomal. Assim, pode-se concluir que a veiculação da Piridostigmina em lipossomas estabilizados estericamente pode ser considerada uma potencial ferramenta terapêutica na prevenção de complicações cardiovasculares decorrentes da hiperatividade simpática em pacientes com doença cardíaca isquêmica.
Descrição
Palavras-chave
Lipossomos, Eletrocardiograma, Farmacologia cardiorenal
Citação
VIDAL, A. T. Avaliação da atividade cardioprotetora da piridostigmina veiculada em lipossomas. 2009. 124 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2009.