Tirano, louco e incendiário : BolsoNero. análise da constituição da assimilação entre o Presidente da República do Brasil e o Imperador Romano como allelopoiesis.

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Data
2020
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Resumo
O imperador Nero foi se constituindo, ao longo de séculos e com o uso de múltiplas linguagens produzidas por diversas culturas, num símbolo bastante universalizado de tirania. Associado, sobretudo, com a loucura e a destruição, serviu para a crítica dos mais diversos governantes que o seguiram e cometeram crimes que pudessem, de algum modo, ser ligados àqueles que foram atribuídos a Nero. Tais aproximações, muito variadas ao longo do tempo e espaço, permitiram a constituição de um amplo e multifacetado repertório de Neros produzidos na política, na literatura, no cinema, na música etc. Esse repertório gerou uma tradição composta da associação do Nero “original” com os diversos personagens e contextos dos “novos” Neros. Essa tradição permitiu ao mesmo tempo uma nova interpretação do passado e uma leitura original do presente. Nesse sentido, há uma construção recíproca e simultânea do(s) passado(s) e do presente, gerando o processo de allelopoiesis, produzindo Neros que não pertencem exclusivamente ao(s) passados ou ao presente, mas mesclam e confundem inextricavelmente essas temporalidades em diferentes sínteses que se comunicam através de uma tradição com a forma de repertório a ser reapropriado e modificado. Esse artigo tem por foco o caso do Presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, apelidado de BolsoNero.
Descrição
Palavras-chave
Nero, Bolsonaro, Usos da história
Citação
FAVERSANI, F. Tirano, louco e incendiário: BolsoNero. análise da constituição da assimilação entre o Presidente da República do Brasil e o Imperador Romano como allelopoiesis. História da Historiografia, v. 13, n. 33, p. 375-395, maio/ago. 2020. Disponível em: <https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1573>. Acesso em: 25 ago. 2021.