Estudo fitoquímico e avaliação da atividade antiinflamatória Lychnophora passerina (Mart ex DC) Gardn (Asteraceae).
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Data
2010
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Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. CIPHARMA, Escola de Farmácia, Universidade Federal de Ouro Preto.
Resumo
O homem mantém relações de subsistência com a natureza desde tempos primordiais. Nesse contexto, a natureza está relacionada aos processos de saúde e doença e serve como fonte de medicamentos para tratamento de enfermidades. As plantas medicinais ocupam lugar de destaque no fornecimento de drogas e a medicina tradicional, praticada por diversas sociedades em todo o mundo, aparece como ferramenta crucial na busca por novas drogas de origem vegetal, à medida que fornece o conhecimento associado à experimentação popular, adquirido de geração em geração, para o uso de preparações vegetais no combate e profilaxia de doenças. Espécies do gênero Lychnophora (Asteraceae) são comumente utilizadas por populações nativas do cerrado brasileiro para tratar condições inflamatórias e algésicas. O estudo fitoquímico de L. passerina resultou no isolamento de duas misturas de triterpenos pentacíclicos a partir da fração acetato de etila, sendo eles lupeol, t r x sterol, pseudot r x sterol, α e β-amirinas. O extrato etanólico bruto da espécie L. passerina e suas frações metanólica e acetato de etila foram avaliados quanto a potencial atividade anti-inflamatória in vivo e in vitro. O extrato etanólico bruto de L. passerina e a fração acetato de etila exerceram uma potente atividade inibitória da produção de NO e TNF-α por m cróf gos J774.A1 estimulados por LPS/IFN-γ. Além disso, foram capazes de estimular drasticamente o aumento nos níveis de IL-10 no mesmo modelo celular de inflamação. Por outro lado, a fração metanólica inibiu fortemente a produção de TNF-α, m s foi in tiv n inibição da produção do NO e na indução da IL-10 por macrófagos estimulados por LPS/IFN-γ. O ensaio in vivo de avaliação do edema de pata induzido pela carragenina em camundongos revelou uma inibição da formação do edema para a pomada do extrato etanólico bruto de L. passerina (LPaE) a 10%, efeito este comparável à droga padrão, diclofenaco dietilamônio (11.6 mg/ml), não havendo diferença estatisticamente significativa entre as duas preparações. As pomadas contendo as frações metanólica (LPaM) e acetato de etila (LPaA) do extrato etanólico de L. passerina na concentração de 20% apresentaram atividade significativa. Os resultados in vivo confirmaram os potentes efeitos anti-inflamatórios encontrados in vitro para o extrato etanólico bruto de L. passerina, e uma atividade de menor intensidade para as frações metanólica e acetato de etila. O fracionamento cromatográfico do extrato etanólico bruto nas frações primárias metanólica e acetato de etila não aumentou as atividades observada in vivo e dessa maneira a atividade antiinflamatória de L. passerina pode estar relacionada a efeitos sinérgicos de diferentes substâncias presentes no extrato etanólico bruto. Na medicina tradicional brasileira, macerados alcoólicos das partes aéreas de L. passerina têm sido usados para tratar condições inflamatórias, por isso, o presente estudo pode sustentar o uso popular dessa planta.
Descrição
Palavras-chave
Lychnophora passerina, Gardn, Atividadee antiinflamatória, Estudo fitoquímico, Farmacologia
Citação
OLIVEIRA, P. C. de. Estudo fitoquímico e avaliação da atividade antiinflamatória Lychnophora passerina (Mart ex DC) Gardn (Asteraceae). 2010. 135 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2010.