Estoicismo no drama? Usos de preceitos estoicos nas peças de Sêneca.
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Data
2020
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Resumo
É quase consenso, entre os estudiosos de Lúcio Aneu Sêneca, que as tragédias desse filósofo apresentam figurações de matizes da doutrina estoica. Contudo, poucos são os estudos que de fato se detêm em uma análise aprofundada a respeito de como seriam os aspectos filosóficos transpostos para o verso dramático. Em vista disso, busca-se, no presente artigo, traçar uma linha interpretativa que permita com que se tenha uma noção mais precisa de como se dariam, porventura, transposições desse tipo. Para tanto, foi desenvolvido um argumento com fim de identificar, no Agamêmnon senequiano, exemplos que indiquem, de forma sistematizada, a transparência de um tema caro ao estoicismo: a disputa entre razão e paixões humanas, discutida por Sêneca sobretudo em seu tratado Sobre a Ira. Mediante a leitura atenta desse tratado e do drama acima referido, como também de outras três tragédias senequianas e de mais alguns tratados filosóficos, aliada à análise do corpus epistolográfico do estoico, foi possível constatar como a criação trágica de Sêneca aparenta, de fato, ter sido pensada com vista à disseminação de motivos estoicos, uma vez que diversas passagens dos dramas corroboram essa interpretação. Este artigo, então, atua como passo inicial para que a discussão em torno dessa hipótese se torne mais prolífica, de modo a permitir que cada vez mais se torne palpável a possibilidade de se tomar as tragédias senequianas como meio eficaz de ensino de filosofia.
Descrição
Palavras-chave
Filosofia, Dramaturgia, Transposição genérica, Philosophy, Dramaturgy
Citação
ALVES, L. B. M. V.; COSTRINO, A. Estoicismo no drama? Usos de preceitos estoicos nas peças de Sêneca. Rétor, v. 10, p. 262-285, 2020. Disponível em: <https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7722180>. Acesso em: 25 ago. 2021.